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O que muda quando você escolhe contar sua história
Einar Storsul
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Um dia, depois de tomar uma das decisões mais difíceis da minha vida, um amigo me disse algo que me marcou. Eu havia pedido demissão de uma empresa multinacional quando estava no auge da minha carreira no mundo corporativo. E, então, esse amigo me disse: “você nunca vai se encontrar!”.

Uau! Aquela frase me pegou de jeito! Doeu. Incomodou. Assustou. Sendo bem sincera, ela me assombrou por muito tempo. “Será mesmo que ele tinha razão?”, eu me perguntava. Sete anos se passaram até eu liberar, definitivamente, essa energia de dúvida e medo.

Foi depois de assistir à uma aula com Henrique Bueno (CEO e fundador do Wholebeing Institute Brasil), que consegui reconstruir essa experiência. Na aula, ele contou a sua história de vida de duas maneiras diferentes.

Era como se fossem duas pessoas diferentes. E de fato era! Porque quando mudamos a forma como enxergamos as coisas, tudo muda. E foi isso que aconteceu comigo.

→ Entenda: Tudo pode mudar com o seu ponto de vista

Aquelas duas narrativas de Henrique, seguiram ressoando em mim. E me conectaram com a minha própria história e com aquele episódio traumático. Foi aí que me dei conta de algo muito simples, mas libertador.

Quando meu amigo disse que eu nunca iria me encontrar, revelava a maneira como ELE interpretava e contava minha história.

Ele sabia que, antes daquele pedido de demissão, eu havia feito outras movimentações de carreira, inclusive, mudado de empresa. E sabia também que, quando eu me demiti, não tinha total clareza sobre o próximo passo. Tudo isso, aos olhos dele, poderia significar que eu estava perdida e precisando me encontrar. Mas essa história não era a minha.

→ Veja também: Como não se importar com o que os outros pensam

Protagonismo

De acordo com Megan McDonough (co-fundadora do Wholebeing Institute), liderança é uma prática de escolher e depois fazer. E, ainda, segundo ela, escolher significa que você está agindo de propósito.

Então, a minha história fala sobre protagonismo, autoliderança e, também, sobre viver uma vida de propósito. As movimentações de carreira que decidi fazer, incluindo o meu pedido de demissão, foram escolhas intencionais e deliberadas. O que eu buscava com isso? Seguir um caminho mais alinhado com o meu EU Ideal, com a vida que eu desejava para mim. E foi exatamente isso que construi. Escolha após escolha. 

“Escolhas querem dizer que você está fazendo três coisas: vendo opções, tomando uma decisão e agindo. Isso significa que você está criando. Ao escolher, você se torna um criador.” (Megan McDonough)

A cada escolha consciente, eu estava moldando a mim mesma, o meu ambiente e criando a minha própria realidade. E tudo isso foi gerando mais bem-estar e felicidade na minha vida. Estudos mostram que escolher é importante para o nosso bem-estar.

Nas palavras de Megan, “a escolha é um ingrediente ativo de uma vida bem vivida”. Então, a minha história não é sobre uma pessoa perdida, com medo de nunca se encontrar. Mas, sim, sobre alguém que tem a integridade como uma das suas principais forças. E que teve coragem suficiente para fazer escolhas difíceis, assumindo suas consequências, para viver uma vida bem vivida. E eu tenho muito orgulho dessa história!

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Henrique Bueno diz que “é nosso dever escolher como queremos contar nossa história”. Então, convido você a fazer uma pausa e refletir sobre algumas questões, que podem trazer percepções transformadoras, como aconteceu comigo.  

  • Como VOCÊ tem contado a sua história para si mesmo(a)? Com um olhar mais negativo ou positivo? 
  • Essa história abre novas possibilidades na sua vida ou fecha?
  • Que adjetivos sobre você, aparecem com frequência na sua narrativa? 

Henrique pontua que quando mudamos os adjetivos que usamos para falar de nós, isso muda a percepção que temos a nosso respeito. E, assim, mudamos também a energia disponível para viver melhor o presente e para escolher o futuro. Por exemplo, na minha história, quando me enxergo como “protagonista” ao invés de “perdida”, surge uma perspectiva que me eleva. E que abre novas possibilidades em minha vida.

Então, depois de pensar sobre as perguntas acima, pegue um papel e uma caneta e reescreva a sua história. Escolha, intencionalmente, um olhar mais positivo. E, caso faça sentido para você, eleja também novos adjetivos para se referir a si mesmo(a). Quando terminar, conte essa nova versão para alguém. Ou, leia o que escreveu, em voz alta, para si. Observe como se sente ao ouvir sua história contada dessa maneira.  

Para finalizar, deixo uma frase do monge budista Thich Nhat Hanh:

“A todo momento você tem uma escolha que pode levá-lo para mais perto do seu espírito ou para mais longe dele.” 

Escolher como você quer contar a sua história, também tem esse poder! 

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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