Como praticar o autocuidado sem autocobrança
Autocuidado é uma prática que não combina com culpa, cobrança ou comparações. Saiba como estabelecer uma rotina de tratamentos para o corpo que também seja saudável para a mente no dia a dia.
Você tem se culpado por não seguir à risca a rotina de skincare ou, no bom português, de cuidados com a pele? Você sente autocobrança para comprar produtos e seguir novas tendências no ramo do autocuidado? Se as respostas forem sim, é possível que um momento importante do seu dia – de conexão com seu corpo – esteja sendo administrado pela culpa e sensação de insuficiência, sentimentos tão comuns na sociedade hoje. Mas, saiba que essa relação não precisa ser assim e e é possível encontrar harmonia e respeito na hora de tratar o corpo.
O primeiro passo para estabelecer uma rotina de autocuidado sem a presença da culpa ou da autocobrança é compreender que os corpos e as vivências de cada um são diferentes. É por isso que devemos evitar fazer comparações e buscar por resultados vistos em redes sociais.
“É preciso entender que cada pessoa é única e a comparação entre peles e corpos não faz sentido se pensarmos em todas as diferenças decorrentes de genética, alimentação, clima ou condições financeiras”, explica o médico dermatologista Luiz Romancini.
Nos momentos de culpa ou autocobrança, é importante substituir essas emoções pelo acolhimento e compreensão. Haverá momentos em que não estaremos bem ou dias em que a rotina de autocuidado não será prioridade.
Pressão por resultados
Somos incentivados, muitas vezes, a acreditar que o autocuidado é um caminho pelo qual alcançaremos um corpo e pele perfeitos. Essa é uma situação quase impossível. Isso porque nosso organismo é dinâmico e sujeito a inúmeras interferências genéticas, culturais e comportamentais.
Mais do que uma busca idealizada, precisamos retomar os princípios que nos levam ao autocuidado. Ele é um lembrete de que cuidar de si mesmo é uma forma de resistência em um mundo que muitas vezes nos empurra para além dos nossos limites.
O conceito surgiu nos Estados Unidos com a poeta negra e feminista Audre Lorde. Suas ideias eram bem diferentes do que costumamos ver nas propagandas de hoje. A ativista não defendia o autocuidado como um luxo, mas sim como uma necessidade vital em uma sociedade com um ritmo de vida tão intenso.
Ao abraçarmos o autocuidado, estamos afirmando nossa própria humanidade e valor. Nos permitindo descansar quando estamos exaustos, além de definir limites saudáveis.
Por isso, a dica é investir em práticas que realmente promovam a sensação de bem-estar. “Podemos citar a prática regular de exercícios físicos, a alimentação balanceada, o sono adequado e a meditação. Para cuidar da aparência, escolha produtos que se encaixem nas suas necessidades sem exagerar no uso”, defende o médico dermatologista Damiê De Villa.
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Não caia no consumismo excessivo
Testar novos produtos e adotá-los na rotina de autocuidado é importante, mas atente-se para não cair em uma espiral de compras que só vai confundir sua cabeça. “O essencial é começar minimalista: quais os cuidados básicos que uma pele precisa? São 3 passos principais: limpeza, hidratação e proteção solar“, orienta Luiz Romancini.
Cuida da pele não significa necessariamente um investimento caro em produtos de beleza. O uso correto e adequado de itens que se adequam ao seu tipo de pele pode ser muito mais assertivo. Além disso, é importante lembrar que atividade física, alimentação equilibrada e consumo de água adequado influenciam nos resultados que esperamos alcançar.
“A beleza começa de dentro para fora. Pratique o autocuidado consciente e evite a sobrecarga financeira e o acúmulo de produtos desnecessários. Mas sempre consulte um médico dermatologista”, orienta Damiê De Villa.
Para Luiz Romancini, é importante sempre lembrar que nós não somos o que consumimos. Se orientar a partir de padrões estéticos, influenciadores em redes sociais e ter sentimentos negativos em relação à aparência contribuem para que o autocuidado tenha um efeito reverso. “Ele deve ser um ato de compaixão, um espaço na nossa rotina caótica para cuidar de nós mesmos com carinho“, explica o médico.
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Seis dicas para adotar o autocuidado consciente
Embora o autocuidado às vezes dependa de alguns elementos externos, como produtos e procedimentos que nos beneficiam do ponto de vista do bem-estar, é possível adotar uma visão integrada e holística. Unir saúde física, mental e atividades que promovem o cuidado com o corpo, como alimentação de qualidade, atividades físicas e práticas contemplativas é essencial.
Além disso, reunimos dicas que podem ser úteis no momento de estabelecer a sua rotina de autocuidado. As informações têm como fonte os médicos dermatologistas Damiê De Villa e Luiz Romancini.
- Relaxe de verdade. Dedique tempo para atividades que promovam o relaxamento, como meditação, ioga ou respiração consciente;
- Avalie sua saúde mental. Considere a possibilidade de buscar apoio profissional, como terapia ou aconselhamento, para cuidar das suas emoções;
- Seja gentil consigo mesmo. Pratique a autocompaixão e aceitando suas imperfeições;
- Alimente-se de forma balanceada. Inclua uma variedade de alimentos saudáveis, como frutas, legumes, proteínas magras e grãos integrais;
- Desconecte-se de outras preocupações. Evite distrações durante o skincare, focando apenas em si mesmo;
- Lembre-se de que o objetivo principal é cuidar da saúde da sua pele. Não busque uma imagem perfeita ou seguir padrões externos.
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