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Doenças cardiovasculares: saiba quais os riscos para a saúde das mulheres
Towfiqu barbhuiya
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As doenças cardiovasculares e relacionadas ao coração estão entre as dez principais causas de morte no mundo de acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). A complexidade, a presença e as particularidades de doenças ligadas ao coração surgem com formas, intensidades e riscos diferentes em homens e em mulheres, especialmente quando o assunto é a menopausa.

Em 2020, a OMS divulgou dados que revelam as doenças cardiovasculares como responsáveis por um terço das mortes em mulheres no mundo. O estudo ainda mostrou que esse grupo tem 50% mais chances de sofrerem infarto do que os homens, o que pode ser explicado por questões genéticas, comportamentais, biológicas e socioeconômicas.

Adotar uma rotina que inclua hábitos saudáveis, uma alimentação benéfica ao coração e a prática regular de atividades físicas são os principais caminhos apontados por cardiologistas em todo o mundo para a prevenção de doenças. A consulta regular a um médico também não pode ser descartada, além da realização de exames.

Cuidados que as mulheres precisam ter

Para a médica cardiologista Viviana Lemke, os casos de doenças cardiovasculares costumam levar a óbito cerca de 45% das mulheres e 39% dos homens em todo o mundo, números que chamam atenção para que a sociedade, órgãos públicos e o sistema de saúde tenha políticas eficientes de prevenção, cuidado e tratamento. “Embora esses números tenham diminuído nos últimos trinta anos, o declínio ocorre em países com ótimos índices sociodemográficos”, explica. 

Isso porque um dos fatores que influenciam o surgimento de doenças cardiovasculares são as questões socioeconômicas, como as condições de vida, qualidade da alimentação, acesso ao lazer e à atividade física de qualidade, entre outros direitos fundamentais para o bem-estar humano.

Por outro lado, Lemke lembra haver muitas influências de um estilo de vida contemporâneo no surgimento de novas enfermidades ou na piora nos quadros de saúde. O sedentarismo, obesidade e diabete que, segundo ela, são doenças que acometem mais mulheres e pessoas jovens, estão entre os principais causadores de problemas no coração.

Somado a isso, a médica destaca que mulheres costumam ter sinais ou reações diferentes daquelas percebidas em homens durante um quadro de infarto, ou outra doença relacionada ao coração. “Muitas mulheres têm sintomas atípicos. Há uma sensação de falta de ar, dificuldade de respirar, sintomas semelhantes a uma indigestão, uma fraqueza, palpitação, náusea e vômito, levando a um atraso no diagnóstico do infarto“, por exemplo. 

Por isso, para Viviana Lemke, o melhor caminho é adotar práticas que previnam o surgimento de doenças, além do diagnóstico precoce, fundamental para elevar os sucessos durante um tratamento.

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Grupos de risco

Há fatores comuns entre homens e mulheres que ajudam a identificar quais são os principais riscos que podem provocar o surgimento de uma doença cardiovascular. No entanto, há particularidades que diferenciam esses dois públicos. “Nas mulheres, os fatores de risco podem ser divididos em três grupos. O primeiro inclui hipertensão, obesidade, colesterol alto, diabetes, histórico familiar, idade, sedentarismo. Todos esses fatores aumentam as chances ou pioram uma doença cardiovascular já existente“, explica Viviana Lemke.

Além desses indicadores comuns, a saúde das mulheres pode ser afetada pela chegada da menopausa, problemas durante a gestação ou a influência de transtornos psicológicos como a depressão. Segundo a médica, esses são os principais fatores ligados diretamente às mulheres, chamados de Grupo 2:

  • Menopausa: com a diminuição dos hormônios da mulher há um aumento na chance de ganho de peso, doenças cardiovasculares e hipertensão;
  • Diabetes gestacional e hipertensão durante a gravidez: essas doenças aumentam o risco, mesmo que tardiamente, de haver problemas no coração; 
  • Depressão: “os estudos ainda não são bem estabelecidos porque não conseguimos comprovar o mecanismo fisiopatológico, mas a depressão tem sido associada ao infarto, especialmente no aumento do risco em até quatro na complicação do quadro”, explica Viviana Lemke. 

Os especialistas também alertam que a presença de doenças cardiovasculares em familiares diretos (mãe, pai, irmãos) antes dos 60 anos, assim como consumo excessivo de sódio (que não pode ultrapassar 2g por dia) e a importância de um sono regulado. “Está comprovado que a má qualidade do sono leva ao aumento da pressão arterial, arritmia e infarto“, explica Viviana. 

Prevenção

O médico cardiologista Matheus Fileti,  do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, explica que os casos de doenças no coração costumam ser mais presentes no público feminino em idades mais avançadas. “A mulher infarta um pouco mais idosa porque tem um fator de proteção hormonal que impede o desenvolvimento de doenças cardiovasculares antes da menopausa“, destaca. 

No entanto, as mudanças hormonais e corporais são um alerta para que as mulheres adotem práticas, hábitos e uma rotina equilibrada que beneficie a saúde do coração. Segundo o médico, é importante seguir algumas dicas, como:

  • Prática de atividade física, leve ou moderada, em torno de 150 minutos por semana;
  • Alimentação balanceada, priorizando frutas, verduras e evitando alimentos enlatados ou embutidos;
  • Evitar álcool e cigarro;
  • Realizar exames com regularidade.

Viviana Lemke destaca que a prática de um esporte ou atividade física pode reduzir em 50% o risco de uma pessoa sofrer infarto. “Quem faz atividade física pode ter um aumento da expectativa de vida em oito anos.” 

Adote uma alimentação cardioprotetora

Talvez esse termo seja desconhecido para você, mas a alimentação cardioprotetora é, basicamente, o consumo de alimentos que promovem a saúde cardiovascular. Apesar de se inspirar na dieta mediterrânea, a alimentação cardioprotetora também considera os aspectos socioeconômicos da população e é composta por alimentos de fácil acesso, in natura e tipicamente brasileiros.

Em detalhes, há uma divisão dos alimentos em três categorias, conforme o grau de processamento do item: grupo azul, grupo verde e grupo amarelo, as cores da bandeira nacional. “O grupo verde é composto por alimentos que devem ser consumidos em maior quantidade pelas pessoas que desejam colocar em prática a alimentação cardioprotetora”, explica Vera Shukumine, médica nutróloga da Sami.

De acordo com a nutróloga, os alimentos do grupo amarelo devem ser ingeridos com moderação por conta das calorias, gorduras ou sal presentes neles. O grupo é composto por alimentos como pães, cereais, macarrão, farinhas, castanhas e óleos vegetais.

O consumo dos alimentos do grupo azul deve estar sob supervisão em uma dieta balanceada e saudável, pois são fontes de gordura saturada, sal e colesterol como carnes, queijos, ovos e manteiga.

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