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Meditar nunca foi tão simples: veja como começar a praticar
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No dia 15 de setembro de 2022, Carol, minha colega e Editora Online da Vida Simples disse: “Paulinha, estou pra falar contigo desde a reunião de segunda, quando comentou sobre o tema ‘o olhar de aprendiz na meditação’! Você não topa escrever um texto pro portal sobre esse assunto?”.

Eu gerencio as comunidades da Vida Simples e, como muitos de vocês, sempre sonhei em escrever para o portal. Essa oportunidade chegou e só depois de 142 dias ela saiu do papel. Ou melhor, foi para o papel o que tem muita relação com o tema desse texto: eu enrolei para escrever, como sigo enrolando na meditação.

Existe o momento perfeito para meditar?

Recentemente, percebi que preciso do dia, clima e emoções perfeitas para meditar. E como isso não existe, acabo não meditando. Entretanto, como sigo tentando manter a prática na rotina (ela me ajuda muito e podemos falar nisso depois), eu passei a identificar coisas que me ajudam. E a primeira é: inseri-la dentro de um ritual.

Depois de comer, você escova os dentes e se o hábito estiver cristalizado, é provável que se incomode se não fizer isso. Por exemplo: você almoça fora e esquece de levar as escovas de dente. Ai, que angustia!

Com a meditação, eu passei a fazer isso, ou melhor, estou tentando: antes e depois do trabalho, eu medito. Sempre. É um combinado comigo mesma.

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“Ah! Acordei tarde e preciso começar a trabalhar agora”. Será? A não ser que você tenha alguma reunião ou compromisso inadiável é provável que, até nessa situação, consiga meditar. Lembre-se, isso levará 10 minutos e não 10 horas. Logo, foi importante eu me comprometer: antes e depois do trabalho vou meditar. Isso, agora, será parte da minha rotina de “pré” e “pós” trabalho que é composta por uma sucessão de hábitos, como encher minha garrafa de água, pegar minha xícara de café, ligar o computador e ver se tem alguma mensagem urgente.

Depois de um tempo, é provável que faça isso automaticamente e que sinta falta de não fazer, assim como acontece com a escovação dos dentes após as refeições. Acredite, somos capazes de criar círculos virtuosos fora os viciosos.

Três estratégias para começar a meditar

Se você está começando do zero e, antes de pensar na construção de hábitos, precisa de dicas ainda mais iniciais, aqui vão algumas:

  • Estude um pouco antes de iniciar as práticas. Pode parecer uma dica chata de CDF, mas lhe garanto, isso vai fazer toda a diferença. Um exemplo: a pessoa faz o download de um aplicativo e escolhe uma meditação guiada que melhor se enquadra na sua necessidade do dia. Termina a prática e, frustradíssima, diz: “não consigo não pensar em nada” e “a meditação não me acalmou”. Quantas vezes escutei isso!

Primeiro, você pode pensar enquanto medita. Segundo, nem sempre ela vai lhe acalmar, o que pode parecer frustrante à primeira vista. Já tive uma super percepção corporal durante o body scan ou escaneamento corporal, já adormeci, já fiquei mais ansiosa do que estava (a meditação me ativou) e até angustiada. Quando tenho que desejar coisas boas a quem tenho conflito na prática da bondade amorosa, sempre fico angustiada.

A questão é que não me sinto culpada diante dessas reações. E não me sinto, porque quando estudei um pouco de mindfulness. Não por acaso, esses são um dos primeiros mitos que Danny Penman e Mark Williams falam nesse livro: “Atenção Plena – Mindfulness: como encontrar a paz em um mundo frenético”.

Nele, você terá um cronograma de meditação, o que resolverá a sua vida por 8 semanas ou mais, e uma boa entrada teórica. Foi o primeiro que li e já presenteei algumas pessoas com ele. E se quiser algo mais aprofundado, faça Cursos Introdutórios de mindfulness. Em Belo Horizonte, indico a Mindful Academy e o NUMI – Núcleo de Mindfulness, além, claro, da nossa colunista Adriana Drulla que oferece o Programa de Autocompaixão & Mindfulness com a Fabiana Souza Araújo em São Paulo. Todos, com opções presenciais e virtuais.

  • Faça o download de um aplicativo de meditação. Depois de estudar um pouco, sugiro que o meditante iniciante faça o download de um aplicativo. Hoje, já existem opções nacionais, o que não existia no início da minha jornada.

Os dois que testei foram: Lojong e Atma. Gostei de ambos e acabei optando pelo segundo por acha-lo mais completo. Os dois têm versões gratuitas e períodos de teste, por isso experimente antes de fazer uma assinatura mais longa.

Confesso que as notificações dos aplicativos não me ajudam. Entendo a ideia por trás dos avisos (está na hora de meditar) mas, realmente, inseri-los antes de atividades específicas tem funcionado melhor. A lógica da notificação é por horário. Por exemplo, eu recebo o aviso do Atma todo dia às 8h30 e às 18h. Entretanto, nem sempre eu começo e termino de trabalhar nesses horários. Por isso, combinar comigo mesma: vou meditar antes e depois do trabalho, funciona melhor.

Um dia, eu gostaria de praticar sem as meditações guiadas mas, por mais que não pareça, sou uma meditante iniciante e contar com o auxílio delas me ajuda muito. É uma muleta ainda necessária.

  • Crie um grupo de amigos meditantes. Acredite, isso é ótimo! Eu já fiz 2 Cursos Introdutórios de mindfulness e, se pudesse, faria mais 10. Além de gostar de estudar, eu gosto de como me comprometo com a meditação quando estou fazendo um curso. Por razões financeiras, não posso ficar fazendo isso e, mais, não gostaria de criar uma dependência de “ter que fazer um curso para meditar”. Quando o assunto é meditação, precisamos aprender a ser autônomos e autossuficientes, o que inclui conseguir praticar sem as meditações guiadas, ainda que sempre esteja com o celular por perto. Outra vantagem dos aplicativos!

Voltando ao assunto dos amigos. Depois que terminava os cursos, meditava e… parava! Percebi, que parte do estímulo de meditar naquele contexto, era a existência de um coletivo que partilhava as experiências pós-práticas. E foi aí que pensei: que tal criar um grupo com as amigas para nos estimular? E fizemos isso. Na época, presenteei duas amigas com a assinatura do Lojong e criamos um grupo que, por muito tempo, foi um excelente estímulo.

Sem pressão, sem julgamento e sem seguir a mesma sequência, cada uma escolhia um programa que melhor lhe atendia naquele momento, meditávamos quando queríamos e, ao fazer isso, compartilhávamos no grupo.

“Ah! Não tenho um grupo de amigas para fazer isso”. Então partilha no story do Instagram. Não fazemos isso quando o assunto é academia (#TáPago)? Vamos fazer com a meditação também. Eu, tenho feito isso no meu.

Uma dica extra para colocar a meditação em prática

E a relação disso com a demora em escrever o texto?

Eu disse que tinha relação e agora vou explicar: tudo que fazemos com leveza, sai do papel. E tudo que é simples também. Eu coloco tantos condicionantes para meditar, eu coloquei tantos condicionantes para escrever o texto, que o resultado foi: não fiz um, nem outro. Além disso, criei uma expectativa em torno do texto e da meditação (tenho que fazer todos os dias), que deixou tudo tão pesado que… travei!

Aqui vai uma dica extra: se proponha a meditar 2 vezes por semana no início. Sei que o ideal é praticar todos os dias, mas comece com uma meta pequena. Na medida que for cumprindo e se sentindo recompensado, vai se sentir estimulado para seguir meditando.

Essa foi uma dica que recebi de uma treinadora, quando estava retomando as atividades físicas e, depois disso, passei a aplicar a regra dos 2 dias pra tudo. Aos poucos, no seu tempo, você vai ampliando. E lembre-se: quando não fizer, não se julgue. Furar o treino, como furar a meditação faz parte da jornada.

Reconheça isso, perceba e volte a meditar. É o que fazemos quando despertamos dos pensamentos que nos distraem durante a meditação. Reconhecemos e voltamos a meditar.


PAULA LIMA é a pessoa por trás das redes da Vida Simples que adora produzir conteúdo e conversar com a comunidade. Atleticana, escorpiana e mãe do Zeca; seu pet querido. Acredita que terapia, meditação e atividade física mudam a vida. Você pode encontrá-la no LinkedIn, Twitter e Instagram.

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