2 dicas para se alinhar com a sua essência

Muitas vezes a gente é criado de uma maneira que não corresponde, na verdade, à forma como queremos viver. A gente não é educado para se escutar ou para seguir as sensações que o próprio corpo nos mostra.

Só que, quando você vive desconectada de si mesma, seja por causa de uma cultura ou dogmas, você perde a habilidade de saber o que é o melhor para a sua saúde.

No artigo de hoje, vou compartilhar com você um fato e duas dicas para você recalibrar a sua bússola interna e se alinhar melhor com a sua essência.

1 FATO: Questão de educação

O problema de desconexão com o próprio corpo começa muitas vezes na infância e se perpetua por toda a vida. Por exemplo, quando um adulto diz para uma criança que ela tem que comer, mesmo que ela não esteja com fome, a criança aprende que o ato de comer não tem a ver com a fome, mas sim com uma demanda ou obrigações externas.

Além de ter que obedecer a uma regra imposta de fora, também é muito comum que haja alguma punição caso a regra não seja cumprida. É claro que diante disso a criança vai abrir mão de seu impulso natural, que era simplesmente não comer sem fome.

Se isso não te parece absurdo, imagine uma criança que seja obrigada a fazer xixi sempre numa determinada hora. Provavelmente ela vai começar a segurar o xixi pra poder fazer no “horário certo”, ou então vai forçar a fazê-lo para cumprir o horário, mesmo sem vontade.

Na visão do Ayurveda, esse processo de forçar ou de suprimir impulsos fisiológicos naturais pode estar na base do desenvolvimento de inúmeros problemas de saúde, incluindo problemas urinários, com o passar do tempo. Isso acontece com o impulso de urinar, mas também com a evacuação e com a fome.

DICA 1 – Só coma com fome

Olhando para esse exemplo hipotético, de urinar ou evacuar só porque alguém mandou, fica evidente que não se deve educar ninguém dessa maneira. Mas é exatamente isso que ocorre amplamente quando o assunto é alimentação.

Quem nunca foi obrigada a se sentar pra fazer uma refeição, mesmo sem fome? Ou quem nunca ouviu aquela famosa frase quando pequena: “você só vai sair da mesa quando acabar de comer”?

É assim que damos início a uma rotina que desconecta o indivíduo de seus impulsos fisiológicos naturais. Infelizmente, como eu já mencionei, essa é a base de inúmeras doenças, de acordo com os textos clássicos do Ayurveda.

VOCÊ PODE GOSTAR

– 4 lições de vida que aprendi com os Huni Kuin na Amazônia

– Assuma a direção da sua jornada da vida

– O grande segredo para uma vida mais longa e saudável

DICA 2 – Respeite seus impulsos fisiológicos

O arroto, a flatulência, as fezes, a urina, o espirro, a tosse, o bocejo, a fome, a sede, o sono, o riso, o choro etc. são todos exemplos de impulsos fisiológicos naturais. Se você deseja ser uma pessoa saudável, não deveria forçar ou suprimir nenhum deles.

Os fundamentos do conhecimento ayurvédico têm a ver com respeitar e honrar a natureza do corpo, e não com seguir regras impostas de fora para dentro.

É claro que se você passou a vida inteira não escutando o seu corpo, essa é uma habilidade que você precisa desenvolver com bastante calma e paciência.

Conclusão

Escutar mais o seu corpo pode envolver um processo de revisitar a maneira como você foi doutrinada ou restringida de alguma forma lá no passado. Portanto, seja carinhosa consigo ao iniciar esse processo, mas entenda que é importante dar o primeiro passo.

Se você não começar a pensar em fazer as coisas de formas diferentes, se você se apega aos seus hábitos antigos e à sua cultura, fica difícil realizar qualquer mudança.

Mas saiba que qualquer processo de mudança e melhoria passa por você se conhecer de verdade. E, claro, também ajuda se você estiver dentro de uma comunidade que te dá apoio para fazer isso.

Aceitar um ser humano do jeito que ele é, com todos os seus impulsos fisiológicos, talvez seja uma das coisas mais amorosas que você pode fazer ao longo de toda a sua vida, seja em relação a si mesma ou a outras pessoas.
Um grande abraço e lembrem-se sempre: SAÚDE É LIBERDADE!

Confira todos os textos da coluna de Matheus Macêdo em Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.