5 conselhos úteis para conversas difíceis em um relacionamento

Você sente que nunca é compreendido pelo seu parceiro? Em uma discussão de casal, já teve a sensação que não estava de fato sendo escutado? Esse sentimento é comum, e pode acontecer por vários motivos. Ter conversas difíceis em um relacionamento é fundamental, mas é preciso saber como se comunicar de forma eficaz.

Apesar de muitos acreditarem no ditado que “opostos se atraem”, a verdade é que viver com discordâncias em um relacionamento pode ser desafiador. Porém, também é irreal acreditar que, ao encontrar um par, ele terá sempre as mesmas opiniões e percepções que você. Cada um possui sua bagagem e, consequentemente, sua visão de mundo.

Para saber lidar com as diferenças, principalmente em momentos de desacordo, é preciso ter uma boa comunicação. Estes 5 conselhos, presentes no livro “Conversas difíceis: como discutir o que é mais importante”, podem ajudar a descomplicar as conversas difíceis em seu relacionamento.

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Os autores Bruce Patton, Douglas Stone e Sheila Heen, professores na Harvard Law School, escrevem sobre comunicação para alguns veículos, como The New York Times. Nessa obra, reuniram seus conhecimentos para oferecer dicas práticas que podem melhorar suas conversas.

Pare de discutir sobre quem está certo

Ao encontrar um problema no relacionamento, é comum que em uma discussão cada um argumente sua opinião e busque mostrar que tem a razão. Mas, esse processo não leva para uma resolução prática, como explicam os autores.

“As pessoas não concordam com o que queremos que elas concordem nem fazem o que precisamos que elas façam. Não importa se no fim das contas conseguimos ou não o que queremos, nós nos sentimos frustrados, magoados ou incompreendidos”, elucidam os professores.

Segundo eles, as argumentações se baseiam em uma crença de que o outro está errado. Nunca partimos do lugar de acreditar que eles podem também estarem certos. Afinal, ambos os lados podem ser válidos, como demonstram os autores. “Não achamos que somos o problema porque, de fato, não somos. O que estamos dizendo faz sentido. O que geralmente é difícil de ver é que o que a outra pessoa está dizendo também faz”.

Um primeiro passo para mudar a rota da conversa é tentar compreender o lado do nosso parceiro. Isso pode não resolver os problemas de uma vez, mas já é um passo para que ambos melhorem a comunicação.

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Não presuma o que o outro quis dizer

Para os autores, é crucial compreender a diferença entre intenção e impacto. Isso porque a intenção que alguém tem ao nos ferir pode mudar a forma que reagimos. Por exemplo: se alguém te machuca de forma proposital, você pode se sentir mais nervoso e vingativo. Porém, se percebesse que foi por acidente, o julgamento pode diminuir a compreensão aumentar.

Por conta disso, é perigoso presumir, em uma conversa, que a pessoa tem intenções de te magoar ou chatear. “Fazemos suposições quanto às intenções das outras pessoas com base no impacto provocado pelas ações delas: nós nos sentimos humilhados, logo, elas pretendiam nos humilhar. Esse raciocínio é tão automático que nem nos damos conta de que a nossa conclusão é uma simples suposição”, explicam os professores.

Uma vez que entendemos a diferença dos nossos sentimentos e da intenção de alguém, podemos explicar, sem julgamentos, o que estamos sentindo. Desse modo, surge o segundo cuidado: não é porque não existiu a intenção de causar um incômodo, que o incômodo da pessoa não seja real ou válido.

“O que é irônico – e demasiado humano – em relação à nossa tendência de atribuir más intenções é que, quando se trata de nós, agimos de forma totalmente diferente”, avaliam os autores.

Quando nossas ações machucam nosso parceiro, partimos para se defender em dizer que não foi nossa intenção. Porém, é preciso perceber que, mesmo sem o objetivo de causar mal, nossas falas e ações podem gerar emoções negativas em outra pessoa.

Esqueça a culpa e entenda a contribuição

Ninguém gosta de se sentir culpado. Por isso, geralmente, atribuímos a culpa dos desentendimentos em um relacionamento para o nosso parceiro. Mas, esse sentimento está atrelado a fazer algo errado e merecer punição.

Para compreender melhor a forma que cada um se responsabiliza pelas desavenças no relacionamento, pode ser mais fácil trabalhar com a contribuição. “Entender qual é a sua contribuição não anula a contribuição do outro”, esclarecem os especialistas.

Em conversas difíceis, é desafiador entrar em contato com seus próprios erros em um relacionamento. Mas, compreender os pontos de melhoria pode ser essencial para que ambos saiam da conversa e procurem mudanças efetivas para uma melhor convivência do casal.

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Domine seus sentimentos ou eles dominam você

Nossos sentimentos podem parecer fáceis de lidar. Mas, é comum que busquemos esconder aqueles que temos vergonha ou medo de assumir. O problema, porém, é que em conversas difíceis ou momentos de tensão, eles podem sair de diversas formas.

“Sentimentos afetam a sua disposição e o seu tom de voz. Eles se expressam através da sua linguagem corporal ou da sua expressão facial. Podem assumir a forma de longas pausas ou de uma estranha e inexplicável indiferença. Podem alimentar sarcasmo, agressividade, impaciência, imprevisibilidade ou uma postura defensiva”, exemplificam os autores.

O medo de expressar os sentimentos pode vir pelo receio de como o próximo vai lidar com eles durante as conversas difíceis. Questionamentos como “meu parceiro vai validar que me sinto frustrada, com ciúmes, ou triste no relacionamento?”.

Saiba conhecer e expressar suas emoções

Não temos como controlar ou supor a reação do outro, nem mesmo de nossos parceiros, independente do tempo do relacionamento. Mas, existem formas de melhorar a comunicação de suas emoções. Segundo os autores, algumas dicas de expressar seus sentimentos são:

Compreenda que pessoas boas podem ter sentimentos ruins
Expresse seus sentimentos sem julgamentos, suposições ou culpa
Antes de compartilharmos sentimentos, é crucial entender de onde eles vêm e por que você os sente.

Ao encontrar paz com seus sentimentos, pode ficar mais fácil de compartilhá-los com seu parceiro de forma clara, além de abrir espaço para que a outra pessoa também se sinta mais confortável para compartilhar os dela.

Se você quiser saber mais sobre o assunto, vale a pena conferir o livro completo:

Conversas difíceis: Como discutir o que é mais importante