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    Comida não é inimiga: veja como ter hábitos saudáveis na alimentação
    Pablo Merchán Montes
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    A prateleira de doces e de ultraprocessados do supermercado com suas embalagens coloridas chama a atenção. Às vezes, um pote de sorvete é um jantar mais atraente que uma salada de brócolis. Uma sobremesa de chocolate pode ser mais convidativa que uma fruta depois do almoço. Implementar hábitos saudáveis na alimentação nem sempre é uma tarefa fácil, embora não seja impossível. Exige respeito com o próprio corpo, afeto e compreensão de nossas particularidades.

    Mas calma aí, há um ponto de maior consenso entre os especialistas em nutrição e comportamento que nos tranquilizam: vamos cometer deslizes, é comum e humano. Não adianta, em algum momento deste ano não vamos resistir a uma boa pizza ou a possibilidade de experimentar um sabor novo de hambúrguer.

    Comida é história, sentimento, nos desperta emoções e desejos. Transformar o alimento do prato em inimigo e praticar o conhecido “terrorismo alimentar” talvez não seja o caminho mais seguro para uma alimentação saudável. Por exemplo, podemos substituir essa prática pela liberdade de provarmos novos sabores, receitas, combinações e compreender que a alimentação é bem mais complexa do que os números de calorias, proteínas e vitaminas de uma embalagem.

    Comida e afeto

    Por que substituímos o doce de leite da avó pelo enlatado do supermercado? Quando se tornou tão comum preferirmos biscoito recheado a colher frutas? Essas perguntas com certeza rendem um longo debate, mas podemos refletir individualmente sobre as mudanças na relação entre a humanidade e a presença da comida à mesa.

    Sim, estamos perdendo parte da cultura alimentar. Dados de um levantamento recente do IBGE mostraram que o consumo de feijão, um dos alimentos mais comuns no prato do brasileiro, caiu cerca de 50% em um período de 16 anos. A explicação para isso, segundo os especialistas, é o encarecimento do produto e a entrada no país de alimentos ultraprocessados que substituem as opções tradicionais.

    Mas a questão, no fundo, não é necessariamente encontrar uma estratégia de se render às tentações de produtos chamativos e com sabor viciante, mas passar por um processo de reeducação que compreenda nossas necessidades e acolha as emoções.

    “A relação que se tem com a comida envolve afetos, lembranças e está dentro de um contexto cultural e social’, explica Danielle Toledo, da Conexa Saúde.  Ela explica que, durante um processo de reeducação alimentar, é importante ter atenção para algumas práticas, como mastigar corretamente, respeitar os sinais de fome e saciedade e evitar distrações, como o uso de telas durante as refeições, por exemplo. 

    Coma sem culpa

    Adotar hábitos saudáveis não significa, necessariamente, uma guerra entre aliados e inimigos no campo da alimentação. “Julgar a comida como saudável ou não, ou dizer o que pode ou não pode comer, nos leva a um lugar de culpa”, explica Danielle. No entanto, ela sugere que cada pessoa possa avaliar os alimentos como diferentes entre si.

    Alguns são mais nutritivos, outros não, “ainda assim, todos eles podem fazer parte da alimentação já que existem diferentes contextos para diferentes alimentos”, destaca a nutricionista. Ela sugere que cada um adote a satisfação com a comida e atenção plena durante os períodos de refeição. 

    Além da relação nutritiva e de manutenção do corpo, a especialista em nutrição esportiva e clínica Aline Oliveira explica que a conexão com a comida é bem mais profunda do que isso. “A alimentação é mais que calorias, ela remete à família, a momentos prazerosos, à comemoração. Às vezes, a comida tem gosto de casa de vó, por exemplo”, destaca.

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    Como implementar hábitos saudáveis?

    Pode até parecer difícil no início, mas o autoconhecimento e a busca por um profissional na área da nutrição são dois grandes apoios durante esse momento. Para algumas pessoas, alterar a rotina alimentar e incluir alimentos mais verdes e in natura é mais difícil, mas, nestes casos, o ideal é aprender a se respeitar e entender que cada um vive uma caminhada única.

    Danielle Toledo explica que uma alimentação saudável não é apenas excluir todas as gorduras e passar a comer salada nas três refeições, assim seria muito simplista, não é? “Uma alimentação saudável existe quando há uma ingestão balanceada de nutrientes e vitaminas, considerando uma correta proporção de consumo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, entre outros“, destaca a nutricionista. 

    Outra estratégia é parar de rotular quais comidas “engordam” e quais “emagrecem”. “Tudo pode, mas tem de ver no conjunto de estilo de vida e a quantidade alimentar. Para construir uma nova rotina, é necessário primeiramente querer, e fazer de tudo para conseguir seguir as metas planejadas. Precisamos parar com esse pensamento que comer saudável é difícil, é caro e que demora muito”, acrescenta Aline Oliveira. 

    Alessandro Fernandes/ Vida Simples

    Respeite sua caminhada

    A relação entre o corpo e a comida é, além de tudo, de comunicação. Somos avisados quando sentimos fome, salivamos ao lembrar do sabor de um alimento ou nos sentimos tentados a comer um prato pela forma como foi montado. As cores e os cheiros, por exemplo, são essenciais para despertar o paladar.

    “Honrar a fome é um dos pontos mais importantes para ter uma boa relação com a comida. Afinal, não tem como você viver bem e ter bons relacionamentos, seja com você, com os outros e com a comida, se você está passando fome”, explica Danielle Toledo. 

    Comemos em diferentes momentos do dia e somos estimulados a isso de diferentes formas, seja interna ou externamente. “A verdade é que o ideal é buscar equilíbrio. Nada impede que você coma um pedaço de queijo amarelo de vez em quando, ou celebre um momento especial com um churrasco perfeito. Isso, no entanto, não pode fazer parte do dia a dia. E, se fizer, deve estar em quantidades bem pequenas”, destaca. 

    Alimento é, acima de tudo, cultura, conexão com o território e com a família. Adotar hábitos saudáveis está intimamente relacionado com a maneira que nos relacionamos com esse contexto, que por si só é tão diverso e múltiplo.

    “Você não precisa ter medo do alimento. A comida está aí para celebrarmos momentos e a vida, para nos nutrir e curar de doenças, para ganharmos mais músculos ou perder mais gordura”, finaliza Aline Oliveira.

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