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Turismo com propósito: saiba buscar bem-estar e autoconhecimento na viagem
Marissa Grootes
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Neste artigo:

Viajar sozinho, com amigos ou em família é uma das experiências memoráveis da vida. Tirar alguns dias da rotina corrida e poder descansar junto à praia, no interior ou em uma região de floresta é reenergizante. Por isso, a busca por destinos turísticos que promovam o bem-estar e autoconhecimento é cada vez mais comum e com inúmeros benefícios para a saúde mental.

As viagens do turismólogo Tiago Lopes sempre foram marcantes, de experiências únicas até algumas pouco agradáveis. Já foi assaltado em Brasília, foi confundido com alguém procurado pela polícia no interior de Minas Gerais e adoeceu no segundo dia de visita aos alpes franceses. Mas ao contrário da frustração ou da culpa, Tiago sempre buscou ressignificar os momentos e tirar lições. 

“A viagem, de certa forma, está conectada a isso, porque quanto mais você viaja, mais adquire inteligência emocional. Afinal, passamos por eventos complicados e o negócio é pensar se iremos deixar isso afetar a vida ou se devemos torná-los um aprendizado,” destaca.

Ora, se você decide conhecer outra cidade, estado ou país, nada mais natural do que se conectar à cultura do lugar, de se surpreender com as vivências e aproveitar os dias como uma experiência de autoconhecimento e maturidade. Se você mora em uma grande cidade, ir a uma imersão indígena provavelmente será uma experiência única e transformadora.

Alinhe suas expectativas e planeje-se

Estar satisfeito com uma viagem exige não só inteligência emocional, mas planejamento para lidar com imprevistos. Nada mais frustrante do que ir à praia e enfrentar uma chuva que parece não acabar durante todo o domingo, ou errar o local de hospedagem e ficar distante dos principais pontos turísticos da cidade em que irá visitar.

Algumas coisas são remediáveis, outras nem tanto, mas como você lida com isso? Há pessoas que choram, ficam raivosas, dão a viagem por acabada. Mas, e se em vez de ficar pensando no banho de praia, você visitar um museu? Ou um cinema? Que tal avaliar se na hospedagem que você está não existem lugares fora dos pontos turísticos comuns que valem a pena conhecer?

“A partir do momento que você se planeja e se conhece, aí está pronto para fazer uma viagem que vai ser agradável e inesquecível”, explica Tiago Lopes. No entanto, ele alerta que, para evitar perrengues, é sempre importante se planejar e prevenir que situações desagradáveis não façam parte do itinerário

Mas e se fizerem? Tiago, que trabalha com o Turismo Positivo, defende que precisamos aceitar o inesperado, a partir daí, o caminho é encontrar a melhor solução. É poder apreciar uma viagem com outro ponto de vista“, explica. Além da possibilidade de se conectar com o local com outros olhares, o Turismo Positivo também instiga a busca pelo autodesenvolvimento de cada um. 

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Turismo de bem-estar e autoconhecimento

O turismo de bem-estar surgiu recentemente, em 2013, quando o Global Wellness Institute (GWI) publicou seu primeiro estudo mundial sobre o segmento. Segundo o ranking da instituição, o Brasil ocupa hoje o 23.º melhor destino internacional para quem busca experiências imersivas de autoconhecimento.

Michelle Andreazza, CEO da Amo estar bem, primeiro portal especializado em turismo de bem-estar do Brasil, explica que a modalidade se diferencia um pouco do turismo de saúde, o que pode confundir algumas pessoas na hora de escolher a hospedagem. Oferecer opções como SPA ou atendimentos de cuidado não significam que esses espaços tragam experiências de autoconhecimento, por exemplo.

O turismo de bem-estar entra com foco em viagens em que a missão é buscar o equilíbrio do corpo e da mente”, explica Michelle. Para começar sua jornada pelo setor, que começou em 2018, ela realizou uma pesquisa de mercado com mais de 200 turistas.

A partir disso, constatou que, entre os motivos que os levavam a procurar uma viagem com foco em bem-estar, os principais eram equilibrar a saúde física e mental e renovar as energias da alma. Além disso, buscavam desestressar, ter atividades ao ar livre e conexão com a cultura local. 

“Há excelentes opções de turismo de bem-estar no Brasil e para todos os gostos e bolsos, de resorts à campings”, explica Michelle. “O desafio é identificar, entre as centenas de ofertas disponíveis em cada região, quais de fato promovem autoconhecimento e despertam um olhar para um estilo de vida mais saudável e harmonioso.” 

Princípios que unem bem-estar e autoconhecimento

Experiências imersivas, vivências espirituais ou culturais, alimentação ecológica, e respeita o planeta são alguns dos valores prezados pelo turismo de bem-estar. O Ecolodge, por exemplo, é uma categoria que enquadra hospedagens e retiros que atuam respeitando ao máximo o habitat onde estão localizadas, desde suas construções, com materiais que impactem o mínimo possível o meio ambiente, assim como a conservação da flora e fauna local.

Michelle lembra que algumas marcas da sociedade hoje são a Síndrome de Burnout, falta de foco, problemas nos relacionamentos, solidão e dificuldades com a performance profissional.

O agravamento disso nos últimos anos fizeram “o bem-estar se tornar uma necessidade e não mais só uma questão de relaxamento. É uma questão de cuidado com a saúde”, conclui a especialista. 

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