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Você já sofreu um sequestro emocional?
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Você já surtou no trabalho, com o seu chefe, cônjuge, com seus pais, filho(s) e nem você foi capaz de entender sua reação? Como se algo fosse capaz de acionar sua pior versão e você não conseguisse chamar a sua razão de volta ao corpo?

Provavelmente você passou por um episódio de sequestro emocional. A parte do seu cérebro responsável por processar emoções entendeu que aquela situação representava um perigo para você. 

Esse mecanismo de reação era muito útil para nossos ancestrais, quando eles precisavam instintivamente fugir ou lutar em uma situação de vida ou morte. Afinal, imagine pensar em milhares de estratégias, ou ter uma crise de ansiedade, enquanto uma fera avança… provavelmente ninguém sobreviveria para contar a história!

E será que esse mecanismo ainda tem alguma utilidade?

Por que nossa mente nos sequestra até hoje?

Anos atrás, quando bandidos entraram armados na minha casa, a minha mãe entrou em pânico e sua primeira reação foi confrontá-los. Ela tinha sido tomada por suas emoções e não conseguia parar de falar, irritando os assaltantes. Eu consegui recrutar a minha razão, acalmar minha mãe e conversar com os bandidos, para que eles não nos ferissem.

Mesmo em situações de perigo, como em um assalto, nossas reações podem nos trair e colocar nossa vida em risco.

Portanto, além do sequestro emocional não ser muito útil, ele pode nos causar sérios problemas: a gente reage de forma impulsiva e sem lucidez a situações que precisaríamos pensar melhor.

Só que não deu tempo do cérebro evoluir e entender quais situações da vida moderna são dignas de acionar esse “mecanismo de SOS”. Às vezes, um motorista cortando sua frente, um comentário irônico do seu cônjuge, a rebeldia do seu filho ou a falta de planejamento de um colega de trabalho pela décima vez já são capazes de apertar o botão de sequestro, porque sua mente entendeu que aquilo representava um risco.

Lembre-se disso: para a mente, algo que represente um risco ao ego pode ter o mesmo peso do que algo que seja um risco à vida.

Depende da interpretação, dos traumas, da mentalidade, do grau de estresse, da inteligência emocional…

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E dá pra lidar com isso? Sim, quando ficamos conscientes das nossas emoções e sentimentos e mudamos nossa interpretação sobre a situação. Vou te passar um exercício para te ajudar nisso.

Pense em uma situação recente em que você sofreu um sequestro emocional. Vamos fazer um exercício reflexivo de 5 perguntas e, se você puder tirar um tempo para anotar as respostas das perguntas abaixo, isso te ajudará a passar a reagir melhor nas próximas vezes. O papel tem poder mágico:

1. Você consegue se lembrar quais foram os pensamentos despertados nessa situação, que te fizeram sentir emoções difíceis? Quais crenças estavam por trás desses pensamentos? 

Exemplo: Fulano foi irônico comigo, porque não me respeita e não me valoriza como pessoa.

2. Quais os nomes dos sentimentos que você sentiu?

Exemplo: Raiva, frustração, um pouco de tristeza.

3. Quais mudanças físicas e psicológicas esses pensamentos despertaram em você? 

Exemplo: Eu retruquei em tom de voz alto, acabei me exaltando e comecei a pensar que ninguém me leva a sério.

4. Quais foram as consequências dessas mudanças?

Exemplo: Acabamos tendo uma discussão feia e o clima está estranho desde então.

5. Reflita: Se as suas crenças fossem diferentes, quais outras maneiras que você poderia reagir que mudariam a forma como você se sente e também afetariam suas ações? 

Exemplo: Se eu pensasse que por trás da ironia fulano só estava querendo chamar minha atenção, porque se importa comigo, eu teria me contido e tentado entender melhor o que ele quis dizer com aquilo.

A equipe “anti-explosiva” da sua mente não entra em cena quando você tenta desligar suas emoções e sim quando você tem coragem de questionar seus julgamentos e ressignificar pensamentos.

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Espero que você tenha gostado do meu primeiro texto aqui como colunista da Vida Simples. Esse é um sonho meu realizado e estou muito feliz de fazer parte dessa rede que cria conteúdos para pessoas que querem viver melhor, para criarem um mundo melhor!

Na minha coluna, eu vou abordar temas relacionados ao autoconhecimento humano e relacionamentos, com foco em neurociência, Inteligência Emocional, Felicidade e Comunicação Não Violenta, que são as minhas linhas de trabalho. E farei isso de uma forma prática e leve, para que você faça uma transformação na sua mente e nos seus hábitos.

Continue aprendendo diariamente na minha rede Paula Roosch, para desenvolver cada vez mais maturidade emocional.

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