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Ideias de atividades para trazer conexão para a família
Conexão entre pais e filhos precisa de momentos de respeito, escuta e partilha. Mike Scheid/ Unsplah
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Próximo à virada do ano, fui à livraria comprar um livro que estava na minha cabeça há um tempo. Era sobre manifestação. Sobre o nosso poder de manifestar em nossa vida aquilo que desejamos. Um convite que, aos meus olhos, combinava muito bem com aquele momento simbólico de início de um novo ciclo. Mas, ao chegar no balcão para pagá-lo, vi um outro livro.

Lindo! Todo colorido. Com um título que chamou minha atenção: Você merece o mundo inteiro. Aquilo me tocou na hora. Comecei a folheá-lo e descobri que havia sido escrito por uma autora que teve uma adolescência difícil. E que sentia que sua vida não tinha direção. Então, ela resolveu criar o livro que ela precisava quando era mais jovem. Eu, que estava com minha enteada adolescente passando as férias em casa, não resisti, e levei esse livro para casa também.

A princípio, minha ideia era presentear minha enteada, que recém entrou na adolescência, com reflexões que pudessem contribuir com essa fase. Tornando-a mais suave, talvez. Mas, como o livro era em inglês e ela ainda não domina bem o idioma, achei que seria mais fácil se eu lesse para ela. E, de quebra, para minha filhinha Eva, de 3 anos, também. Seria a nossa leitura noturna, ao longo das férias. Essa ideia, porém, acabou tomando outra proporção. Fizemos uma espécie de clube do livro em família, incluindo meu marido e minha sogra, que também estava de férias por aqui.

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Partilha + escuta + respeito = maior conexão

Assim, nossas noites de janeiro tiveram um gostinho diferente. Criamos um espaço novo. Poderoso. Lemos em família e partilhamos nossas reflexões. Escutamos sem julgamento e com empatia. Nossa adolescente, que sempre se mostrou bastante reservada, encontrou, nesse exercício, um campo propício para se abrir e compartilhar seus pensamentos.

Minha sogra, uma mulher muito calejada pela vida, teve a chance de falar sobre suas dores, conquistas e sonhos, com suas netas. E minha pequena Eva, pode, com apenas 3 anos, entrar em contato com temas extremamente relevantes para a vida.

Falamos sobre identidade, autoconfiança e suficiência, coragem, fluxo, perda, mudança e merecimento. Temas que vejo hoje, em meu trabalho como terapeuta, sendo trazidos por adultos que enfrentam dificuldades com essas questões. Falar sobre isso é fundamental, porque vai formando e reforçando as crenças que balizam nossas ações e decisões. Não apenas dos adultos, mas, principalmente, de nossas crianças, que estão construindo suas referências.

Fazer uma atividade em família abre espaço para trocas. E se houver presença, escuta e respeito pelos diferentes olhares, sem julgamento, isso aumenta a conexão. Fortalece a relação. Constrói pontes para dentro de nós e entre nós.

Esse exercício em família foi um lindo projeto de cooperação. E me levou de volta para 2017, quando estava concluindo a pós-graduação em Pedagogia da Cooperação. Minhas companheiras e eu, decidimos usar a oportunidade do trabalho de conclusão de curso para investigar como fortalecer os vínculos entre pais e filhos. E o resultado foi uma vivência marcante e transformadora, que impactou positivamente a vida de todas as famílias que participaram dessa experiência social. Se você quiser conhecer um pouco mais desse trabalho, assista o vídeo que está disponível na página Tecendo Laços, no Facebook. Lá você verá como a criação de um espaço divertido, de verdade, divergente e profundo – compartilha, escuta e respeito – fortalece os vínculos familiares.

Sugestões para mais conexão entre pais e filhos

Tudo isso me inspirou a partilhar algumas ideias de atividades simples, que podem ser feitas em casa, para fortalecer os laços entre pais e filhos.

  1. Compartilhar a pior e a melhor coisa do dia. Antes de dormir, reserve um tempo para que cada um possa contar qual foi a pior e a melhor coisa do seu dia. Isso gera oportunidade para agradecermos a alguém que fez algo bom para nós naquele dia ou para pedirmos desculpas e nos reconciliarmos, quando somos nós os responsáveis por algo que acabou sendo a coisa mais “chata” (como costuma dizer Eva) do dia de alguém.
  2. Leitura coletiva com tempo para reflexão e trocas. Vocês podem escolher, juntos, um livro que seja apropriado para a idade das crianças e que tenha um tema que seja interessante para os adultos também. Façam a leitura em família e abram espaço para cada um poder dizer o que entendeu do livro e como isso lhe tocou. Façam conexões das ideias do livro com situações da vida cotidiana. Os exemplos reais ajudam as crianças a compreenderem melhor alguns conceitos.
  3. Escrever bilhetes de gratidão. Reserve um momento do dia para que todos os membros da família possam escrever, em um papel, algo pelo qual se sintam gratos naquele dia. Depois, leiam os bilhetes juntos. Ao final da atividade, coloquem os papéis em um lugar onde possam ver as coisas boas se acumulando, através dos bilhetes de gratidão.

Se você também pratica algo na sua casa que gera conexão em sua família, mande um e-mail para [email protected] ou entre no meu Instagram @almapelomundo e me conta. Eu vou adorar saber! E depois vou juntar todas as ideias e compartilhar nas próximas colunas.

O mundo que quero para minha família

Para finalizar, havia uma frase no livro que dizia assim: “lembre-se de quando você sonhava estar onde está agora”. E isso seguiu ressoando dentro de mim. Eu estava em minha casa, com minha família, construindo um espaço de conversa, com presença, escuta e respeito. Aumentando nossa intimidade e conexão. Consegui, afinal, manifestar uma prática familiar que faz total sentido com o mundo em que desejo viver. O mundo que quero para mim, para minha família e para todas as famílias do mundo.

Ah! E não esqueça: Você merece o mundo inteiro!

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