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A maior crise de todas é a crise da direção
FOTO: Ethan Sykes
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Mês de aniversário é sempre um período especial. Curto a data, mas também sinto que acabo ficando mais reflexivo, pensando mais sobre a vida. Se bem que refletir sobre a vida, para um geminiano com ascendente em libra, é praticamente redundante.

Embalado por algumas conversas mais profundas e filosóficas no meu podcast e também por uma atenção maior a um campo mais sutil que me habita, tenho deixado minha mente mais solta. Principalmente agora que passei dos cinco séculos de vida. Estar mais perto do poente do que da nascente tem alimentado em mim uma necessidade maior de não perder tempo com coisas que só nos fragmentam.

Crise de direção

Venho intuindo que a grande crise que enfrentamos hoje não é a crise política, não é a econômica. Não é nem mesmo a crise climática, que vem ganhando novos contornos apocalípticos nessas últimas semanas após a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.

A grande crise não vem também das epidemias, das doenças infecciosas, das doenças emocionais ou das crônicas. Poderia citar várias que a imprensa costuma manchetar a cada meia hora em seus portais.

Penso que a grande crise que enfrentamos hoje é a crise de direção. Não sabemos onde queremos chegar, não sabemos quem somos, não sabemos nem o porquê estamos aqui.

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Uma cultura cada vez mais homogênea

No papo que tive com a professora de Nova Acrópole, Lúcia Helena Galvão, ela trouxe um conceito filosófico que exemplifica bem o que quero trazer como reflexão nesta coluna de hoje em Vida Simples:

“Quando não sabemos para onde ir, qualquer caminho serve”.

Como não sabemos onde chegar, optamos por seguir aqueles que apontam o caminho e, sem nos darmos conta, delegamos tudo, transformando muitos em ídolos, em sábios e gurus. Personalizamos tudo, ou melhor, terceirizamos tudo.

Vocês já repararam como cada vez mais estamos elegendo nossos “salvadores” na política, na economia, no autoconhecimento, na espiritualidade, na religião?

E, assim, olhamos apenas para o dedo que aponta a estrela e não à estrela que o dedo aponta, como já nos alertava, há 2.500 anos, Sidarta Gautama, o Buda.

Não nos damos conta que lá no nosso íntimo, no nosso coração, sempre temos as melhores respostas. O problema é que a nossa cultura, via de regra, sempre nos coloca mais fora do que para dentro.

Aprendendo com as aves migratórias

Esses dias assisti um vídeo sobre aves migratórias. Incrível como que, por trás daquela disposição aparentemente aleatória no céu, estão lições profundas sobre direção e espírito de grupo. As aves “sabem” aonde querem chegar.

É interessante que nem sempre o líder da revoada é aquele que está a frente do bando. Quando está fatigado, ele reveza a dianteira com a ave que está imediatamente atrás e ao lado.

Uma das vantagens de estar em grupo é permitir que o bando tenha mais resistência para viagens longas e difíceis, e ainda aproveite o impulso gerado pelo deslocamento de ar do pássaro que voa à frente.

A formação em “V” também melhora a comunicação e a coordenação do bando. E é exatamente aqui que está o ponto final da minha reflexão.

As aves voam em “V” para que todos do bando possam ter uma visão do destino. Elas conseguem enxergar o que está no horizonte – sabem para onde estão indo – e não a nuca de quem está à frente. As aves migratórias não voam em fila indiana. Elas simplesmente “sabem” o caminho.

Temos muito que aprender com a natureza.

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