Um papo sério com o meu corpo
Disposta a ter uma conversa séria com seu próprio corpo, Estéfi Machado compartilha a necessidade de estabelecermos uma rotina de autocuidado e respeito ao tempo que nossos processos internos exigem.
É fato, é provado, tá escrito, todo mundo sabe: o corpo fala.
Mas você escuta?
Fiquei com vontade de escrever sobre isso porque há quase 3 meses venho tentando “decifrar” o que esse danado tá me dizendo e o resultado é que a gente parece falar duas línguas bem distintas.
Comecei há meses ignorando suas súplicas, achei que fosse manha.
Sabe aquela de sempre?
“Ih, lá vem ele dizer que tá com vontade de ficar deitado…”
Mas eu já conheço esse jeitinho, faço que não vejo e vida que segue.
Aí ele fica mais dengoso ainda, e começa a fazer tudo pra chamar minha atenção:
Esconde minhas coisas pela casa, apaga meus compromissos do meu caderninho, faz eu ter preguiça de me arrumar pra ir jantar com as amigas.
Eu de novo dou bem pouca trela pra ele e sigo no meu pique.
Só que aí ele fica FURIOSO!
Embaça a minha visão, bagunça todo meu ciclo e do nada aumenta meu peso consideravelmente sem nem ter a gentileza de me consultar antes!
Ok, corpo, você tem minha atenção, pode falar.
E aí ele desaba, pede colo e me diz em prantos:
“Eu preciso de uma pausa. Tem alguma coisa aqui que tá muito fora de lugar. E só você pode me ajudar a descobrir”
E foi aí, senhoras e senhores, que finalmente eu pratiquei a tal da escuta ativa e fui genuinamente procurar saber o que meu corpo estava tentando me dizer esse tempo todo.
E em muitas D.R.s, idas e vindas, descobri que estava com a minha tireoide completamente desgovernada.
Falta de foco, esquecimento, menstruação irregular, visão embaçada, ganho de peso sem motivo, confusão mental, AAAAHG!
Uma lista imensa de grandes desconfortos que eu não conseguia nomear.
Porque não ouvi meu corpo. Porque eu achei que fosse manha.
Exagero, dengo, ou o que você quiser chamar pra não dar nome ao que nós mulheres fazemos de melhor:
Negligenciar nossas próprias necessidades.
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Então além de escutar esse danadinho que me leva pra passear pela minha jornada chamada vida, resolvi fazer (pelo menos um pouco) do que ele pede:
Dei mais tempo pro tempo das coisas.
Não tiquei todos itens da lista de afazeres.
Fiz pausas mais longas.
Me dei o luxo de ficar deitada em plena terça-feira sim.
Não respondi todas mensagens na hora.
Tomei muita água.
Cortei excessos.
E principalmente… Olhei mais pra mim.
E a lição que fica é uma só:
Não adianta o corpo falar se a gente não sabe escutar.
Esteja atenta aos sinais.
Valide seus pedidos, atenda seus desejos.
Só eles podem te mostrar o caminho pra não se perder de si.
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