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Jordan Ladikos
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Neste artigo:

Aconteceu quando eu tinha 13 anos. Era a primeira vez que pisava em Nova York (EUA) e estava doida para conhecer a cidade. Após o café da manhã no hotel, meu pai, um experiente viajante, me deu um mapa de lá, explicou como eu poderia me achar nas ruas identificadas por números, assinalou os pontos turísticos que poderiam interessar uma menina ajuizada como eu (a Biblioteca Pública, o Museu de Arte Moderna, o Central Park) e combinou de nos encontrarmos ali mesmo no saguão de entrada quatro horas mais tarde. Olhou bem dentro dos meus olhos e pediu que eu não me esquecesse dos seus dois mantras preferidos: “O mundo é meu quintal” e “Sempre há uma solução para tudo, menos para a morte”. Dessa maneira, assim como nas iniciações indígenas, meu pai me colocou pela primeira vez sozinha diante da multiplicidade de escolhas da vida adulta.

Gelei. Não imaginava ter de circular sozinha por aquela metrópole desconhecida que me oferecia tantas alternativas e riscos. Sem me dar tempo para reagir, ele se despediu. Ainda trêmula e hesitante, procurei a atração mais próxima e entrei no moma, o Museu de Arte Moderna de Nova York. Parei estatelada diante da força e beleza de Guernica, a tela de (Pablo)Picasso em tons de cinza, preto e branco que imortalizou os horrores de um ataque aéreo durante a guerra civil espanhola.

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