Use a ansiedade a seu favor: 3 passos para criar uma rotina mais leve

Você começa seu dia e imediatamente te vem à mente tudo o que você precisa fazer. Antes que a ansiedade consuma suas preocupações e que sua mente te diga que é impossível dar conta de tudo, você começa a colocar a mão na massa e segue sua rotina e seus hábitos. Imprevistos sempre surgem e seu planejamento vai ladeira abaixo.

A ansiedade é uma velha (e chata!) conhecida sua. Só que tem algo que talvez você não tenha se dado conta e nunca ninguém tenha te contado: a ansiedade pode estar escondida nos seus hábitos, contribuindo com a autossabotagem. Porém, a boa notícia é que existe um jeito de usá-la até a seu favor!

Não é raro eu começar a semana sentindo ansiedade e querendo dar conta de tudo que planejei. Mas, para essa afobação diminuir, não adianta eu mentalizar: “senta, respira, medita e foca”. E talvez você também não queira mais saber sobre técnicas de respiração para acalmar sua ansiedade – embora respirar tenha mesmo um efeito calmante a curto prazo.

A ansiedade pode ser uma aliada na criação de hábitos mais saudáveis

Uma estratégia mais funcional envolve usar a energia da ansiedade para se planejar, definindo prioridades, urgências e tarefas necessárias para alcançar os objetivos semanais e, consequentemente, mensais. Para mim, o alívio é imediato: ao ver minhas tarefas escritas no meu plano, a minha mente consegue se acalmar e eu concentro a energia na próxima tarefa que programei. Certamente o planejamento tem um poder ansiolítico!

Funciona tanto, que tenho adquirido o hábito de definir minhas atividades semanais já na sexta-feira, para começar a semana mais tranquila. Caso pensamentos preocupados surjam, eu repito para mim mesma: “calma, segue o plano”.

O problema é quando a ansiedade se esconde justamente nos seus hábitos e você não percebe que sua rotina está te boicotando, ao invés de impulsionar sua evolução.

Para você descobrir isso, vou passar uma estratégia de 3 passos que vai te ajudar a definir uma rotina mais equilibrada, usando a ansiedade a seu favor.

1º passo: mapeie seus hábitos e ache o gatilho para começar

Antes de te explicar este passo, preciso que você entenda o ciclo do hábito, conceito que aprendi anos atrás ao ler o brilhante livro do Charles Duhigg, chamado “O Poder do Hábito”. De forma simples, um hábito acontece quando um gatilho desperta uma rotina, em busca de uma recompensa.

O ciclo do hábito é composto por três elementos: um gatilho, uma rotina e uma recompensa. (Imagem: Paula Roosch)

Preste atenção nisso: se você sente ansiedade com muita constância, há grandes chances de que ela já tenha virado um gatilho para desencadear hábitos escondidos na sua rotina. Isso porque, um gatilho só desperta uma rotina quando nossa mente sente que será recompensada.

No caso da ansiedade, buscamos um alívio rápido para a preocupação… e, dependendo da escolha, podemos buscar uma recompensa ilusória, piorando um ciclo. Nesses casos, a ansiedade se retro-alimenta, aumentando o sentimento e reduzindo seu poder de controle. Alguns exemplos para você entender são:

Exemplo 1: hábito ansioso do café (Imagem: Paula Roosch)

Exemplo 2: hábito ansioso das redes sociais. (Imagem: Paula Roosch)

Percebeu que, ao buscar uma falsa recompensa, você pode escolher hábitos que te prejudicam? Tomar café, procrastinar nas redes sociais ou na televisão, fofocar, recorrer a comidas fast food… todos estes são exemplos de hábitos ansiosos. Reconhecer é o primeiro passo.

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2º passo: reveja as recompensas que você acessa durante o processo

Uma vez que você tenha identificado seus ciclos da ansiedade, fique ciente dos sistemas de recompensa que sua mente criou. Como eu mostrei nos ciclos acima, existe o sistema de recompensa ilusório e a recompensa real da rotina.

Tudo começa com a coragem de sentir a ansiedade no seu corpo. Pergunte-se como ela te faz sentir, o que ela indica que você precisa, qual seria a melhor forma de lidar com ela, quais julgamentos e mentiras que sua mente está contando. Bata um papo com ela. Só assim, você pode reavaliar seu sistema de recompensas e se perguntar algo como: “será que comer um pote de sorvete seria a melhor alternativa para lidar com a ansiedade da rejeição?”

Com honestidade, responda: qual a recompensa que você quer sentir? E qual você tem sentido realmente?

3º passo: crie novos hábitos para diminuir a ansiedade

Eu ouço muito a frase: “Paula, não tenho tempo para fazer exercícios, estudar ou ficar com meus amigos”. Adivinha só? A gente tem o poder de criar tempo. Mas, precisa ter coragem.

Uma vez que você tenha identificado os hábitos que fazem seu tempo ir ladeira abaixo e sua ansiedade ladeira acima, você consegue planejar tempo para hábitos melhores e mais produtivos.

Usando os exemplos dos ciclos acima no passo 1, algumas opções são:

Ressignificando exemplo 1: hábito calmante da música
(Imagem: Paula Roosch)

Ressignificando exemplo 2: hábito calmante do Midiamor (Imagem: Paula Roosch)

O grande segredo está em pensar em recompensas saudáveis e como você realmente quer se sentir depois. Isso é ser ESTRATEGISTA EMOCIONAL!

Se quiser aprender a usar as emoções a seu favor em meu curso de inteligência emocional prático, te convido a conhecer o SOS DAS EMOÇÕES. Você também pode acompanhar meus conteúdos no Instagram (@paularoosch) e no LinkedIn (Paula Roosch).

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