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Uma pergunta para movimentar a sua transição de carreira
Helena Lopes
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Eu sei que quando a gente embatuca* na carreira e começa a considerar uma mudança, seja ela de emprego, de atividade, de área de atuação ou de modelo de trabalho, são muitas as questões que invadem a nossa cabeça. Dúvidas relacionadas aos nossos talentos e à aplicação prática daquele nosso interesse, por exemplo, assim como ao timing da mudança, ao esforço necessário para realizá-la, à nossa condição financeira e por aí vai.

Quando eu embatuquei, sete anos atrás, depois de mais de 20 atuando como jornalista, em uma trajetória executiva e bem-sucedida, o pensamento recorrente (e que me trazia uma pergunta para a qual eu não tinha a menor ideia de como responder) era: “se não for isso que eu faço agora, o que pode ser?”. 

Dar um nome para a minha possibilidade de mudança me angustiava profundamente e eu fiquei muito tempo embatucada nessa questão, tentando achar resposta apenas pensando sobre o assunto.

Ouça o que vem de dentro, mas olhe para fora

Em vez de gastar tanto tempo e energia só pensando, considerando infinitos “e se”, acreditando que a resposta vai sair pronta e redonda se a gente pensar direitinho, talvez seja mais interessante botar um pé pra fora da embatucação em vez de se enredar nela.

A pergunta que realmente importa para desembatucar é: “qual é a menor coisa que posso fazer agora e que terá o maior impacto na minha situação, do jeito como ela está agora?”. Em outras palavras: “qual é o passo mais simples que eu posso dar agora?”. Ou ainda “o que eu preciso fazer para começar a lidar com isso?”. 

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É preciso tomar cuidado com o que você está achando que pode fazer para desembatucar em “segurança”, pois é justamente o ato de ficar especulando e catastrofizando a respeito da sua possibilidade de mudar que impede o seu verdadeiro engajamento no processo de mudança. 

Refletir a respeito da sua embatucação é necessário, claro. Assim como planejar é importante. Mas fazer planos só serve se você estiver disponível para testá-los em relação a sua realidade. E a sua realidade é o aqui, agora, não é o que pode acontecer lá na frente, concorda? 

Quanto mais você faz planos e se preocupa em ter resposta prévia para todas as suas dúvidas, menos você se movimenta na direção do que poderia, de fato, clarear a sua situação e indicar um caminho. E por que você gastaria tanto tempo se preocupando com problemas que ainda não tem condições de resolver, afinal? 

Eu só fui achar uma resposta possível para aquela pergunta que me angustiava quando embatuquei ao decidir fazer alguma coisa na prática (no caso, a formação em coaching no Integrated Coaching Institute – ICI). Primeiro, a minha mudança de carreira veio com o nome de coaching. Depois, percebi que o que eu estava fazendo podia ser chamado de mentoria de carreira. E agora vou expandir essa nomenclatura para incluir também a denominação de psicoterapia (de abordagem junguiana). 

Amplie sua visão ao fazer uma transição de carreira

No fundo, de uma forma e de outra, eu sempre realizei conversas terapêuticas ligadas ao autoconhecimento. Mas, para chegar nesse entendimento, eu precisei fazer algo além do que só pensar no nome certo para a minha atividade e contribuição: eu precisei dar um jeito de contribuir com apoio gentil a outras mulheres embatucadas! 

O recado para você é: esteja onde você está e, a partir desse ponto, procure possibilidades olhando para o que existe à sua disposição. Isso inclui a sua curiosidade, os seus recursos, os seus interesses e os seus contatos atuais. Além disso, você vai ver que é o seu movimento que vai trazendo clareza, confiança e respostas que fazem sentido para desembatucar, e não o contrário. 

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*Uso a palavra “embatucar” para explicar aquele momento na carreira e/ou na vida em que a gente paralisa, emperra, se sente incomodada, perde o passo e o rumo, não sabe como agir e muitas vezes nem tem palavras para descrever o que está sentindo/querendo.


**Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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