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Em vez de certeza, que tal clareza na carreira?
Desola Lanre-Ologun
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Certeza ou clareza na carreira? Para desembatucar em sua vida profissional, você precisa de reflexão seguida de ação, mesmo que não saiba o que exatamente vai acontecer


Se você lembrasse que a forma como pensa que as situações vão desenrolar muitas vezes não é, de fato, como elas realmente irão acontecer, como poderia abordar a sua embatucação*? O que mudaria para a sua carreira? E para a sua vida?

Eu sei que você gostaria de ter certeza antes de dar qualquer novo passo profissional, mas o que pode acontecer se você aceitar o que não pode controlar para buscar significado e sentido se aproximando daquilo que já está à sua disposição?

Gosto muito da definição de significado e sentido que está no livro “Propósito de Vida”, da Ana Carolina Shinoda. A autora, professora de MBA e minha amiga querida, explica que enquanto o primeiro é interno e está ligado aos nossos valores, ao que é importante para cada um, o segundo tem a ver com algo que orienta a nossa caminhada, dá uma ideia de direção e também tem um componente externo (o ímpeto de fazer algo para o mundo).

O que pode acontecer?

Muitas vezes a gente fica mais tempo pensando na embatucação do que deveria porque coloca um monte de pré-requisitos para fazer isso ou aquilo e espera condições ideias para se movimentar. E não existem condições ideais: existe o momento em que você decide fazer alguma coisa. Afinal, como diz o neuropsiquiatra Victor Frankl, “a última das liberdades humanas é escolher sua atitude em qualquer conjunto de circunstâncias”.

Quem sabe você pode procurar alguém a quem admire, com quem sempre quis conversar ou pedir um conselho, mas nunca teve coragem porque fica presa ao pensamento “e se essa pessoa não me responder?”. Sendo que a única coisa que você pode ter certeza nessa situação é que não tem ideia do que a pessoa vai fazer quando receber a sua solicitação. E ela pode gostar muito de ser reconhecida como um exemplo pra você, já pensou nessa possibilidade?

Ou talvez você possa negociar com seu chefe um horário de trabalho diferente quando estiver em modo remoto, em vez de se render à certeza de que ele não vai achar uma boa ideia antes de revelar suas necessidades e expor seus argumentos para justificar esse ajuste de agenda?

Ou quem sabe você possa fazer uma apresentação para as amigas sobre aquele tema que tanto gosta e estuda, embora não seja seu trabalho e você não tenha qualificações “oficiais”? Talvez você descubra que já sabe mais do que está valorizando, que não precisa ter formação especial para fazer as pessoas se emocionarem e que algo que parece apenas um interesse tem potencial para virar atividade profissional.

A única coisa que a gente pode ter certeza é que, o que quer que vá acontecer, não há como saber antes de experimentar, antes de se expor, antes de se envolver com o que a gente gostaria que acontecesse. Ou seja, se você quer ter alguma influência no modo como as coisas vão acontecer, precisa agir de acordo com a sua intenção!

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Construa seu futuro

Você não tem como criar uma nova possibilidade se não se der permissão para experimentar uma e outra versões de si mesma. Quem você acha que é, na maioria das vezes, é simplesmente a versão que aparece com mais frequência no seu dia a dia. Mas não é tudo o que você pode vir a se tornar.

Quando o que você faz muda, a sua percepção a respeito de quem você é normalmente também se altera. Por isso, qualquer mudança na carreira também é, necessariamente, uma mudança de identidade.

Isso pode ser meio assustador. Mas também é libertador, porque, diante do que não conhece sobre o mundo e sobre si mesma, você pode escolher se comportar de forma exploratória, para ganhar clareza por meio de informações no contato com a realidade, não das histórias catastróficas que fica alimentando dentro da sua cabeça.

Quando olhar para trás e lembrar desse período embatucado da sua vida, quem você quer ter orgulho de ver? Que comportamentos vai admirar em si mesma nesse passado? O que você vai ter feito de decisivo para o seu futuro?

Aceite o convite: pense em algo que você poderia fazer essa semana e que já aparece na sua cabeça acompanhado de um pensamento negativo do tipo “mas pode ser que…”, “não sei se…” ou “mas e se…”. Arrume um jeito e faça! Mande aquela mensagem. Proponha uma negociação com o chefe. Ofereça aquela aula. Só para ver o que vai (mesmo) acontecer.

*Uso a palavra embatucar para explicar aquele momento na carreira e/ou na vida em que a gente paralisa, emperra, se sente incomodada, mas não sabe como agir e muitas vezes nem tem palavras para descrever o que está sentindo/querendo.


JU DE MARI (@prosa_coaching) é uma jornalista que virou coach para mulheres na PROSA Coaching. Pratica singelezas como forma de se relacionar com a vida de maneira mais criativa. Adora flores e fotografia, tem dois filhos e raízes no frevo pernambucano. Nesta coluna mensal, compartilha reflexões sobre transição de carreira e de estilo de vida para inspirar pequenas revoluções possíveis e práticas.

Leia todos os textos de Ju De Mari na Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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