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Essa ideia simples vai ajudar você a viver sem arrependimentos
Bambi Corro
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Dia desses, assisti novamente ao filme Cidade dos Anjos (1998). Quando o anjo, interpretado por Nicolas Cage, se torna humano, ele começa a viver as sensações muito intensamente. Ele dá um mergulho no mar, come uma pera sentindo todo seu sabor e textura como se estivesse em êxtase, curte a água do chuveiro quentinha em seu corpo. Isso me fez pensar quais as sensações que eu mais gosto enquanto humana com o privilégio de estar encarnada nesse planeta espetacular e em como aproveitá-las ao máximo para viver sem arrependimentos.

A morte nos faz sentir a vida mais perto de nós

Desde sensações físicas a emoções conflitantes ou prazerosas. E, por falar em emoções, este último mês foi cheio delas com pessoas queridas. Minha madrinha, um ser humano excepcional, uma referência de mulher para mim desde criança, faleceu. Fiquei imaginando-a chegando no mundo espiritual sendo aplaudida e ovacionada pelos de lá. Ela cumpriu muito bem sua missão por aqui.

Uma grande amiga teve um AVC numa sexta-feira, descobriu dois tumores no cérebro e foi para a cirurgia. Correu um grande risco. Com certeza ela vai valorizar ainda mais a partir de agora cada respiração, cada pedaço de pera.

Meu pai, que tem 82 anos, andava angustiado pois todos seus amigos e conhecidos têm desencarnado. Em nossa cultura ocidental materialista, temos muito medo da morte. É algo obscuro, incerto. Apesar de no ciclo da natureza tudo ser impermanente, temos muito apego ao nosso corpo, ao nosso ser.

Uma historinha para refletir: existe vida “pós-parto”?

Isso me fez lembrar daquele diálogo fictício de fetos gêmeos conversando no útero da mãe:

“Você acredita em vida pós-parto?”

“É claro, talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde”.

“Bobagem”, disse o primeiro. “Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria essa?

O segundo disse: “Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora.”

O primeiro retrucou: “Isso é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca!? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação.”

O segundo insistiu: “Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico.”

O primeiro contestou: ” Mas se há, realmente, vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida e no pós-parto não há nada além de escuridão, silêncio e esquecimento. Ele não nos levará a lugar nenhum.”

“Bem, eu não sei”, disse o segundo, ” mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós.”

O primeiro respondeu: ” Mamãe, você realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?”

O segundo disse: “Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela, este mundo não seria e não poderia existir.”

Disse o primeiro:” Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe.”

Ao que o segundo respondeu: “Às vezes, quando você está em silêncio, se você se concentrar e realmente ouvir, você poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa lá de cima.”

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Como viver uma vida sem arrependimentos

A enfermeira Bronnie Ware que lidava com doentes terminais escreveu um livro sobre os arrependimentos mais comuns de quem não tinha mais tempo para voltar atrás. Ela conta que teve sua própria vida transformada pela sabedoria de seus pacientes.

Os principais arrependimentos listados são:

  • Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo e não à vida que esperavam de mim.
  • Eu gostaria de ter expressado meus sentimentos.
  • Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.

Fiquei me visualizando nessa situação e pensando quais seriam os meus arrependimentos, e o que eu faria diferente. Eu já sou uma pessoa que vivo meu propósito, que sempre falei o que senti e fiz o que quis sem pensar no que pensariam de mim: fui atrás dos meus sonhos sempre.

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Uma lista para me ajudar a viver sem arrependimentos

Sou sol e lua em escorpião, intensa até o último fio de cabelo. Não economizo sentimentos, amo com todo meu coração, tento perceber tudo e viver com presença. Mas, comecei a fazer uma lista antes de dormir. No celular mesmo.

Nessa lista, escrevo todas as noites o que eu sentirei falta quando eu me for, ou falando de outra forma: o que serei grata por ter vivenciado.

Isso me faz prestar atenção durante o dia às coisas mais sutis como o ar entrando em meus pulmões ainda saudáveis ou a sensação de meus pés pisando na grama.

Não me imagino sentindo falta de novelas que assisti, dos jogos de Playstation que joguei ou das roupas que comprei no shopping.

Pode parecer piegas, eu sei, mas vai te fazer ficar atento a tudo e viver com mais presença do momento. E essa lista só vai confirmar aquele clichê maravilhoso de que as melhores coisas da vida realmente não são coisas.

Na minha lista já tem muita coisa, mas começou com coisas do tipo:

  • O cheiro do café
  • A textura do gomo do caqui na boca
  • O abraço do meu amor
  • O cheiro de grama depois da chuva
  • O som da chuva
  • O calor do sol na pele quando está frio
  • A sensação da água quente do banho no corpo
  • Beber água quando estou com muita sede
  • Passar o pé no lençol geladinho quando me deito
  • As geleias da minha mãe
  • O cheiro de bolo no forno
  • Abraçar meu cachorro
  • Nascer do sol, pôr do sol
  • Banho de mar, de cachoeira
  • Batata-frita (meu pecadinho hehe)

E então percebi as coisas que quero investir mais tempo:

  • Quero conviver e abraçar mais animais
  • Quero passar menos tempo no celular e ler todos os livros que eu puder
  • Quero viver mais no verde, no mato.
  • Quero estar mais perto da minha família
  • Quero conhecer mais lugares novos
  • Quero escrever mais um livro
  • Quero tomar mais banho de cachoeira e não de chuveiro
  • Quero comer com mais calma curtindo os sabores e texturas

E assim vai…

Mais presença no dia a dia para fazer a lista crescer

Fazer isso te faz ter mais presença no dia a dia e a ter metas reais da sua essência e espírito, não do que os outros esperam de você. Quando você se for, a vida vai continuar, todos continuarão indo ao mercado, cinema, trabalho e seguirão com suas vidas.

Então, lembre-se: a experiência nesse corpo, nesse planeta, é uma passagem só de vinda com tempo de hospedagem determinado.

Percebi que quanto mais eu quero viver, menos coisas eu quero ter. Quero minha mochila cada vez mais leve.

Aproveite a viagem! E faça também uma lista das lembranças de “viagem” que você vai querer levar na sua “mochila” na volta para “casa”.

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