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O poder dos pequenos rituais: mais conexão e bem-estar no dia a dia
Brooke Lark
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Os pequenos rituais são muito poderosos. Eu acredito que uma vida ritualizada é uma vida revolucionária. E isso tem menos relação com um interesse supersticioso (na verdade, nenhuma) e mais com um estilo de vida sustentável e regenerativo.

Pois é, apesar da temática, a qual venho pesquisando nos últimos anos, estar muito associada pelo imaginário coletivo a práticas espirituais, é bem mais ampla. Mas não menos holística, eu diria.

O que é um ritual?

De maneira geral, entende-se por ritual “um conjunto de práticas consagradas por tradições e costumes, imbuídos de um valor simbólico”.

Na minha compreensão, são práticas sustentadas por referências culturais múltiplas, mas sobretudo onde colocamos nosso intento mais genuíno e geramos confiança, esperança e entusiasmo em algo. É quando fechamos os olhos e acreditamos.

Ou seja, não adianta acender incenso, dançar para a lua, pular sete ondas ou escrever desejos em um planner bonito se não há intenção – uma prática intuitiva, mas que de forma mais racional por ser aquele desejo mentalizado e imaginado com propósito genuíno.

O poder dos pequenos rituais

O que eu quero dizer é que embora rituais tradicionais sejam ferramentas de conexão individual ou coletiva, ritualizar eleva a potência das ações mais triviais do dia a dia.

Desta forma, um banho de ervas é um ritual, assim como uma dança em dia de lua cheia ou mantras entoados para uma deidade indiana. Mas uma oração também é, bem como uma meditação.

E a caminhada pelo parque, o almoço (seja o feitio, seja a degustação). Até o banho simple no chuveiro no fim de um dia cansativo, a colheita de frutas no quintal de casa e uma pausa no meio do dia.

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Benefícios e potenciais dos pequenos rituais

  • Ritualizar é uma ferramenta de conexão entre nosso mundo interno e externo, entre o visível e o invisível;
  • É prática de atenção plena, de presença e esperança ativa.
  • É ferramenta para criatividade e sensibilidade.

Apesar de os rituais estarem relacionados a intentos pessoais, tem uma reverberação muito potente no coletivo.

“Em todos os tempos e culturas, os seres humanos têm usado rituais para nos ajudar a lembrar quem somos. Através do ritual, reencenamos nosso lugar no mundo. Eles são um veículo humano para encontramos o sagrado”.

Gosto muito desta frase atribuída ao pensador Alex Wildwood. Entendo que ritualizar, dentre tantos poderes, nos sensibiliza e, assim, nos leva a um olhar mais sagrado para o cotidiano, para nós mesmos, para as nossas relações (com a natureza humana ou não-humana…).

Agora imagine uma reunião sendo ritualizada. Ou uma dinâmica de trabalho para tomadas de decisões. Ou ainda um momento em família? Não seria uma revolução nas relações? No autodesenvolvimento?

Rituais nos ajudam a ser mais sustentáveis

Foi no auge dos meus estudos em sustentabilidade que também comecei a estudar rituais, até então praticados intuitivamente na minha rotina pessoal. Quando comecei a conectar os dois universos, tudo fez sentido. Inclusive lacunas de movimentos importantes, como o consumo consciente e a beleza natural, duas vertentes com as quais tenho intimidade.

Na observação do outro, eu via as pessoas fazendo transições de skincare, consumindo produtos naturais, limpos. Mas ainda consumistas, em modo automático e desconectadas: de si mesma e na natureza. Na minha vida pessoal, minhas recordações de maior conexão com a natureza, eram em vivencias holísticas, como as da ecologia profunda, do sagrado feminino. Os rituais me moviam, sem eu saber nomeá-los.

E entre um ritual e outro, entendi: onde havia pausa, intenção e imaginação, havia conexão. Onde faltava, desconexão e superficialidade.

Entendi que resgatar rituais no cotidiano transformam ações triviais do dia a dia – como um banho ou a caminhada – em ações revolucionárias de autoconhecimento. E, ao mesmo tempo, um cultivo enorme de conexão com a ancestralidade e apropriação do presente de forma consciente, sem excluir uma esperança ativa para o futuro.

Manifesto “Mais Rituais, Menos Coisas”

Eu criei o manifesto “mais rituais menos coisas” em 2019 para inspirar um viés pratico: que ritualizando, colocamos mais atenção e intenção no que importa: no momento presente e nas sensações a partir dos nossos sentidos. E, assim, passamos a depender menos de coisas materiais para nos sentirmos bem e confiantes.

No oráculo Baralho de Rituais, lançado em 2021, reuni vinte e oito mensagens intuitivas, cada uma com a sugestão de um ritual com o propósito de lembrar e rituais (alguns vieram do coração, logo são autorais, outros de tradições diversas) que podem ser inseridos no dia a dia.

Em comum, todos tem a intenção como alicerce. Portanto, não basta acender incenso, dançar em volta da fogueira, tocar tambor ou acender velas no banho se você não estiver intenção. Como eu sempre digo: a magia mora na intenção.

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