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    Como ser minimalista em cinco passos
    Uma pessoa minimalista costuma ter um guarda-roupa básico e funcional (Foto: Lucas Sankey/Unsplash)
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    O minimalismo surgiu no meio artístico nas décadas de 1960 e 1970 e seus conceitos foram conquistando espaço no design e na arquitetura. A novidade, frente ao boom do consumo dos anos 1980, fez do minimalismo um modo de vida, e hoje há pessoas que se definem como “minimalistas”.

    Inspirado pela cultura xintoísta e zen budista do Japão, que valoriza o cuidado com objetos do cotidiano, o minimalismo apropriou-se dessa estética wabi-sabi e hoje tem adeptos no mundo todo, que buscam levar a vida com menos acúmulo de roupas e outras coisas materiais.

    De início, pode parecer até estranho. Por que alguém escolheria viver com pouco, por livre e espontânea vontade?

    Mas vale ressaltar que o estilo de vida minimalista não é sobre ter menos qualidade de vida ou sobreviver apenas com o básico.

    Trata-se de um estilo de vida anticonsumista, que prioriza qualidade e utilidade dos materiais. Pessoas minimalistas consomem de forma consciente, o que resulta em mais sustentabilidade, tanto na vida pessoal, quanto para o coletivo.

    A seguir, a Vida Simples traz cinco dicas fáceis e práticas para começar agora mesmo a aplicar o desapego no seu cotidiano e ter um estilo de vida mais minimalista.

    Diferencie o que você quer do que você usa

    Sabe aquele sentimento que vem quando finalmente está chegando o dia daquela viagem dos sonhos, e você precisa fazer as malas?

    Olhando para o guarda-roupa, tudo parece importante. Mas é claro que não dá para caber todas as peças dentro da mochila. Então você separa o que quer levar do que realmente precisa. E, ao chegar no tão esperado destino, aquele vestido que não coube na mala nem fez falta, por fim.

    Esse é o principal pensamento que vai te ajudar na hora de se adaptar a uma vida minimalista: saber diferenciar os objetos que você quer dos objetos que você precisa.

    “Uma das primeiras coisas que entendi é que o cerne da questão não está na posse das coisas que eu preciso, e sim na sua usabilidade”, relatou a minimalista Diana Boccara, colunista da dupla Couple of Things, na Vida Simples.

    Em sua jornada com destino a uma vida de menos consumo, essa foi a sua primeira realização: nem sempre realmente precisamos de tudo o que queremos.

    E aplicar no dia a dia é fácil. Antes de ir ao shopping, ao mercado ou alguma loja, você pode planejar suas compras. É normal que quando vamos em algum lugar para consumir, tudo nos chame atenção e pareça muito necessário. Afinal, as vitrines e exposições de produtos são feitas, justamente, para conquistar pessoas.

    Mas, uma vez que você consiga determinar previamente as suas necessidades, poderá centralizar suas compras nessa lista, e não se perder no caminho.

    Pratique a doação no dia a dia

    Vale ressaltar que nem tudo que não tem utilidade para você, não vai ter utilidade para outras pessoas. É normal não ter coragem de jogar no lixo aquela bolsa que comprou em uma promoção, ou aquele livro que já leu. Mas a boa notícia é que: não precisa jogar fora, é só repassar adiante.

    Doações podem – e devem – ser feitas a qualquer momento. Não as deixar para momentos de crise é essencial, inclusive para a saúde mental, e uma forma eficiente de praticar o desapego.

    Para que os seus bens sem uso continuem sendo valorizados, vale entrar em contato com Organizações Não-Governamentais (ONGs) locais, que trabalham realizando bazares beneficentes, por exemplo, e agendar a sua doação.

    “Essas entidades beneficen­tes, coletivos, fundações, associações, enfim, são resultados de pessoas que se unem para sanar ou reduzir problemas sociais ou socio­ambientais que estão ao nosso redor e que o poder público não dá conta de resolver, por inúmeros motivos”, pontua a jornalista Giuliana Capello, em uma matéria para a edição 265 da Vida Simples.

    Ao doar pertencentes que não fazem mais tanto sentido em sua vida, você não apenas se aproxima de um estilo de vida mais minimalista e saudável, como ajuda aqueles que vivem com pouco, não por opção, e sim por conta do sistema socioeconômico em que vivemos.

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    Saiba pedir emprestado

    Quem nunca começou a fazer uma receita e, quando estava prestes a finalizar, percebeu que faltava um ingrediente essencial, como sal ou fermento? Nesses momentos, a gente corre para a vizinhança e pede emprestado só o suficiente para o momento, criando uma troca repleta de benefícios no dia a dia.

    Além de aprender a repassar seus pertences, outra dica valiosa para o minimalismo é saber contar com a ajuda de amigos e familiares. Pedir um sapato ou bolsa emprestado para uma ocasião específica, como um casamento ou uma festa especial, pode ser uma forma de economizar dinheiro, sem a necessidade de comprar uma roupa ou um objeto que acabaria por usar apenas uma vez.

    Além disso, nas cidades há empresas especializadas em empréstimos de roupas e acessórios de festa, que podem ser perfeitas para resolver o look necessário para aquela ocasião especial, sem precisar encher seu guarda-roupa de objetos que raramente serão reutilizados.

    Todos temos peças guardadas no armário que podem servir para ajudar alguém, em momentos eventuais.

    Então, da próxima vez que quiser comprar algo bem específico para uma situação ou compromisso, lembre-se de antes mandar uma mensagem para aquela amiga que com certeza não teria problema em dividir o guarda-roupa, ou emprestar algo pontual para você.

    Dessa forma, além de economizar, os objetos ganham ainda mais utilidade ao serem partilhados.

    Invista em qualidade, não quantidade

    Quando uma loja entra em promoção, ou semanas como a da Black Friday se aproximam, a vontade é de gastar com o máximo de coisas possíveis.

    Mas, antes de escolher as suas aquisições pela quantidade, faça a si mesmo a pergunta: quanto tempo de uso essa compra realmente vai durar?

    Quando investimos nosso dinheiro em abundância de compras, acabamos optando por roupas, objetos, ferramentas, móveis e outras coisas de menos qualidade, e que, consequentemente, durarão menos tempo.

    Uma compra mais cara, porém, pode ter maior qualidade e o dobro da durabilidade. Apesar de parecer uma escolha que não compensa na hora, a longo prazo a compra vai sair mais barata para o bolso, e para a sustentabilidade.

    Ao escolher uma vestimenta de qualidade, que dure muitos anos, fica mais fácil não precisar comprar roupas novas a cada troca de estação, por exemplo. E essa é uma das peças-chave do minimalismo.

    Reflita se sente saudade de algo que já desapegou

    Tente se lembrar, neste momento, de 10 coisas que jogou fora ou resolveu doar ano passado. E, desses desapegos – que podem ser roupas, objetos ou acessórios – quantos realmente fazem falta em sua vida? Quantos atrapalham o seu dia a dia?

    Não é possível sentir a ausência de um objeto que não teve uso. E por mais que seja difícil escolher desapegar de algo que não tem usado ultimamente, é importante frisar que a utilidade de nenhuma ferramenta, roupa ou acessório mudaria da noite para o dia, se continuar guardado no fundo do seu armário.

    Assim como as flores caem no outono, para que a natureza possa voltar a florescer na primavera, tudo que nos cerca pode, em determinado momento, ir embora, dando espaço para uma vida nova, mais minimalista, e rica do que objeto nenhum pode suprir: um verdadeiro propósito.

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