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    Quando a nostalgia passa do ponto e vira melancolia é preciso agir
    (Foto: Unslash) É possível seguir alguns caminhos para nutrir a saúde mental quando a nostalgia deixa de ser saudável
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    Aquele sentimento de saudade misturado com satisfação ao lembrar de um momento ou época marcante da vida. Um cheiro, uma música, um lugar. Algo te desperta um sentimento gostoso e difícil de descrever. Sem perceber, deixamos escapar um sorrisinho no rosto enquanto imagens de um tempo distante passeiam pela memória. No entanto, é uma sensação agridoce: no mesmo instante também sentimos falta de um passado inalcançável. Ah! Quem nunca foi pego desprevenido pela nostalgia?

    De fato, outros momentos da nossa própria vida foram mais importantes, memoráveis e inesquecíveis. No entanto, há uma linha tênue entre lembrar de forma saudável e fazer da nostalgia uma fuga para um passado que, querendo ou não, já passou.

    Psicólogo e CEO do Instituto Suassuna, Danilo Suassuna afirma que a nostalgia ativa regiões cerebrais associadas à memória autobiográfica, à regulação emocional e ao sistema de recompensa, como o córtex pré-frontal. “Isso significa que ao lembrar de momentos importantes da vida, nosso cérebro libera substâncias como a dopamina, que traz sensação de prazer, pertencimento e conforto”, diz.

    Para o psicólogo, a nostalgia surge como um ponto de contato entre o que fomos e o que somos. “Ela pode emergir em momentos de mudança, solidão ou crise, como um recurso emocional de proteção e reafirmação do eu”, explica.

    “A nostalgia pode aumentar sentimentos de autoestima, sentido de vida, otimismo e até reduzir a percepção de dor física. Isso porque ela não nos leva apenas a lembrar, mas a reviver emocionalmente momentos em que nos sentimos completos. Relembrar, nesse sentido, pode ser um remédio.”

    Há, no entanto, um porém: desde que estejamos presentes no ato de lembrar. “É aí que entra o conceito de aqui e agora: a capacidade de estar inteiro na experiência atual, inclusive quando essa experiência é recordar.”

    Psicoterapeuta e psicanalista, Elainne Ourives também ressalta que a nostalgia pode fazer bem, desde que “usada com consciência”, como um “GPS da alma”. Para ela, é importante lembrar de quem fomos, mas, principalmente, de quem ainda podemos ser. “É um refúgio emocional do ego ferido. Quando acessamos memórias do passado com amor e gratidão, ativamos neurotransmissores como a serotonina e a oxitocina. Um verdadeiro elixir quântico de bem-estar.”

    A linha tênue entre nostalgia e melancolia

    Agora vem aquela famosa frase: “Até aí, tudo bem!”. A nostalgia é um sentimento saudável e que nos ajuda em momentos delicados da vida: transições, dores e crises existenciais. O problema surge quando ela perde a leveza, atravessa uma linha e se transforma em melancolia. Quando não conseguimos mais viver o presente, ou planejar o futuro, porque a cabeça está presa no passado.

    Suassuna afirma que a nostalgia deixa de ser um afeto reconfortante e passa a ser uma nuvem constante de tristeza. “Enquanto o sentimento saudável nos reconecta ao passado com carinho e saudade, a melancolia pode nos prender ao que já foi. Se toda lembrança traz dor e o passado se torna mais real que o presente, isso pode indicar quadros como depressão ou ansiedade. Nesses casos, o acompanhamento psicológico é fundamental.”

    Elainne Ourives acrescenta que a “nostalgia em desequilíbrio” é uma forma de fuga do agora. “Ela nos impede de acessar a fonte da criação, que é sempre o presente. Ficar preso ao passado é como tentar dirigir um carro olhando só pelo retrovisor. Você vai bater.”

    Dicas para lidar com esse sentimento

    Ao identificar os sinais de que a nostalgia se transformou em melancolia, é possível seguir alguns caminhos para nutrir a saúde mental e o bem-estar emocional. Danilo Suassuna elenca algumas dicas para este processo:

    • Pratique a atenção plena (mindfulness): concentre-se no momento presente. Se for recordar, esteja presente no ato de lembrar;
    • Não idealize excessivamente o passado: toda memória tem um filtro. Lembre-se de que o passado foi real, com alegrias e dores;
    • Compartilhe memórias: contar histórias a outras pessoas ajuda a integrar experiências e evitar o isolamento;
    • Crie novos momentos importantes: viver novas experiências faz com que o presente se torne um futuro do qual também sentiremos saudade;
    • Busque ajuda profissional se necessário: se a nostalgia vier sempre acompanhada de tristeza, apatia ou desesperança, é hora de conversar com um psicólogo.

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