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    Família se muda para veleiro em busca de conexão com natureza
    Arquivo pessoal
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    As conversas sobre simplicidade e a busca por uma vida mais simples são cada vez mais comuns e presentes nas rodas de encontro entre amigos. O desejo de largar a vida conturbada em grandes cidades e buscar mais tranquilidade nos interiores do país é algo que muitos alimentam. Para outros, é possível ter momentos de silêncio e conexão com a natureza mesmo nas metrópoles. Mas essa não foi a escolha de Juliana Zellauy, que decidiu sair de São Paulo para viver em um veleiro em Paraty (RJ).

    Ela, que é formada em Gestão Ambiental e atuou no mundo corporativo em busca de construir projetos de sustentabilidade, sempre alimentou o sonho de uma vida que possibilitasse maior conexão com o planeta. “Com o nascimento da minha filha, migrei de área para trabalhar com o desenvolvimento humano“, explica a palestrante. Por isso, Juliana é hoje especialista em Neurociências e Comportamento, além de ter formação em Programação Neurolinguística, Psicologia Positiva e Mindfulness.

    Com o objetivo de produzir um “impacto positivo no mundo“, ela, o marido e os dois filhos decidiram fazer a transição da capital paulista até o litoral carioca. O desejo, que já era forte no casal, cresceu após o companheiro de Juliana, Yuri Feres, receber o diagnóstico de câncer. “Decidimos, então, mudar de vida e fazer todo o esforço para buscar uma cidade que fosse próximo a São Paulo e tivesse a infraestrutura que a gente buscava”, conta a escritora. 

    Foto: Arquivo pessoal

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    Juntos, Juliana, Yuri, Lis – então com seis anos – e o filho mais novo do casal – Leo – , na época com 40 dias, passaram a habitar a nova casa em Paraty, um charmoso veleiro que proporciona momentos ímpares de conexão com o território. Além disso, Zellauy explica que não só a saúde mental da família melhorou, como também a saúde física. Sua visão, com maiores possibilidades de enxergar o horizonte, passou a uma regressão da miopia, segundo seu oftalmologista. Além disso, as crianças utilizam agora uma tecnologia antiga: convidar os amigos a novas brincadeiras pela janela do barco, usando a voz.

    Isso porque, além da família paulistana, há pessoas do Brasil e fora dele que vieram morar em veleiros em Paraty, uma cidade do litoral carioca com pouco mais de 40 mil habitantes. “A gente fica muito mais em sincronia com a natureza“, orgulha-se Juliana. Não é a toa que hoje a família acompanha fielmente o ciclo circadiano, isto é, costuma sempre acordar ao nascer do sol e dormir pouco depois do início da noite. 

    Hoje, Lis – com sete anos – estuda em uma escola comunitária com pessoas de diferentes etnias e extratos sociais. Como Juliana explica, há filhos de caiçaras, quilombolas, mas também de pessoas que moram na cidade e atuam como advogados e médicos. “Tem uma mistura muito boa e é justamente o que a gente buscava. Queríamos sair da bolha”, conta. 

    Yuri, Lis e Juliana no veleiro em Paraty. Foto: Reprodução/ Instagram

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    Autora do e-book Inteligência Emocional da teoria à prática: Um guia para uma vida bem-sucedida*, Juliana Zellauy explica que o equilíbrio emocional e a administração das emoções é fundamental para uma vida com propósito. “As emoções, ao mesmo tempo em que são uma resposta imediata necessária às situações do dia a dia, nos permitem definirmos nossos parceiros, nossa profissão, nossos sonhos e tantas escolhas importantes, cruciais para a nossa felicidade”, explica no livro. Para ela, o desequilíbrio emocional vivido nos grandes centros urbanos tem relação com um ritmo de vida que há muito se distanciou da natureza e da conexão com o planeta.

    “A forma como a gente está lidando com centros urbanos hoje é completamente insustentável”, explica. Hoje, em tempos de Inteligência Artificial (IA), a escritora explica que nosso maior ativo é fomentar as características que nos tornam humanos. “Esse é o nosso diferencial, são as emoções, a empatia, a conexão que você consegue estabelecer com outro ser humano”, defende. 

    E não são poucas as emoções presentes nos seres humanos. Zellauy, por exemplo, identificou e analisou trinta delas em seu livro. Para a autora, esse conjunto de sentimentos é fundamental para imaginar e construir novos mundos possíveis, especialmente em gerações hoje impactadas pela incerteza e avanço das mudanças climáticas. “Eu vejo isso [os medos e preocupações] como uma questão positiva, porque é justamente esse medo ou ansiedade que vai fazer com que as pessoas ajam”, defende. “A gente não quer o extremo dela, pelo contrário, mas esse olhar crítico faz com que a gente crie soluções”, finaliza.

    Yuri e Leo, filho mais novo do casal, no veleiro em Paraty. Foto: Reprodução/ Instagram


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