Burnout não é doença, mas causa transtornos”. Com essa frase um tanto polêmica, o psiquiatra Daniel Barros abriu uma conversa sobre “Neurociências do Cotidiano: ferramentas para evitar o burnout”, durante o Congress on Brain, Behavior and Emotions 2023, realizado em Florianópolis.
O primeiro ponto a se esclarecer é significado de burnout, “o conceito mais mal divulgado de todos os tempos,” segundo Barros.
“O burnout não é uma doença, mas uma condição clínica que evidencia que uma pessoa atingiu o esgotamento por conta do inadequado gerenciamento do estresse no ambiente de trabalho”, explica.
Pela definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), o burnout é um transtorno e gera sofrimento, mas não é considerado uma doença.
Doença ou não, ninguém quer chegar a um nível de esgotamento mental. Mas, como evitar?
“É preciso entender que nós não vamos acabar com o estresse, mas podemos administrar situações estressantes”, defende Daniel.
“Roubamos o conceito de resiliência da física e usamos da maneira errada. Ser resiliente não é aguentar a todos os tipos de pressão, ser resiliente é passar por uma situação de estresse e conseguir voltar ao normal depois. Para isso, precisamos de uma pausa na rotina para que o cérebro possa descansar”, completa o especialista.
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Soluções fundamentais para evitar o burnout
1. Autonomia no trabalho
O primeiro ponto é ter autonomia no trabalho. Situações de controle são agressivas ao ser humano. “Ter flexibilidade reduz as consequências negativas do estresse, pequenas mudanças podem fazer a diferença, como alterar o horário de entrada e saída do trabalho, por exemplo.”
2. Pausas para descanso
Todo ser humano precisa descansar. Parece óbvio, mas as pausas, mesmo que de cinco minutos durante o dia, ajudam nesse processo de reduzir a pressão. Pausar, segundo o psiquiatra, não é ficar “zumbizando” nas redes sociais, mas estar presente assistindo a um vídeo de humor, fazendo uma caminhada ou mesmo observando a paisagem da janela.
3. Atividade física regular
Atividade física é um fator que auxilia nesse processo ao reduzir o nível de estresse. O sedentarismo contribui não apenas para o surgimento de problemas físicos, como também psicológicos. É preciso lembrar que corpo e mente estão intrinsecamente conectados.
4. Sono de qualidade
Ao se exercitar, além do relaxamento, há uma contribuição para o sono de qualidade. “Muitas pessoas não dormem o suficiente porque querem ver mais um episódio de uma série ou ficam nas redes sociais por horas. O sono de qualidade é um dos fatores mais importantes para o combate ao estresse”, justifica.
5. Meditação e atenção plena
Por fim, o psiquiatra sugere a meditação que, além de auxiliar a desenvolver técnicas para gerenciar o estresse, oferece mecanismos de autocontrole para situações do cotidiano como o trânsito.
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*A jornalista viajou a convite da organização do evento
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