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O que os animais têm a nos ensinar
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O amor de um cachorro é incondicional. O tempo que ele esteve conosco foi o necessário para aprendermos a sermos menos egoístas

 

“Tudo que move é sagrado” diz a música Amor de Índio, de Beto Guedes. Eu concordo e para mim faz todo sentido em tudo no universo, todo ser vivo se expressa e nos mostra algo.

Falo especificamente sobre os cães. Esta quarentena não tem sido fácil, mas me marcou muito mais pela perda do meu adorável cachorro. Tenho 36 anos e ao longo de minha vida sempre cuidamos de animais domésticos em casa. Os cães partiram por velhice e, apesar de sentir a perda deles, nenhum se compara ao que sinto neste momento.

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Sou casada há 11 anos, meu marido sempre quis ter um cachorro, porque ao contrário dos meus pais, o dele não permitia que tivessem animais em casa.

Pois bem, em 2012, decidimos adotar um. Num sábado de sol fomos a uma feira que, para nossa surpresa, não fora realizada naquele dia. Mas não desistimos e resolvemos passar em uma clínica veterinária para ver se havia algum bicho para adoção.

Caminhos que se cruzam

Para nossa alegria havia um cão da raça boxer, de aproximadamente 1 ano e meio para adoção. Tamanho o porte, tive receio de levá-lo para casa, até porque moramos no mesmo quintal que minha mãe. Conversei com ela, que aceitou fazer um teste. Ao chegar em casa, o cachorro surpreendentemente foi até minha mãe e deitou em seu colo. Ali conquistou a todos.

Demos a ele o nome de Duke. Era marrom e tinha o peito na cor branca, também era amável, brincalhão e carinhoso. O tempo foi passando e, como resultado, o sentíamos como membro da família.

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Duke chegou até a clínica perdido, ninguém nunca o procurou. Durante um tempo conosco, tentou escapar três vezes – não podia ver uma fresta no portão que aproveitava.

Duke foi um cachorro grande fisicamente, mas de essência de filhote, tinha pavor de barulho – fogos, estalinhos e até gritos de crianças brincando. Nunca o deixávamos sozinho, principalmente em festas de fim de ano, pois ele sentia muito medo – o coração acelerava, mas, ao nosso lado, descansava tranquilo e seguro.

Deixar ir

O tempo foi passando e, em junho deste ano, ele começou a apresentar sintomas estranhos. Era uma fraqueza nas patas traseiras acompanhada de um tremor, que melhorava logo após ele se alimentar.

O veterinário constatou problemas de saúde decorrentes da idade (quase dez anos). Para a raça dele, já significa que está se aproximando do fim da vida. Fomos orientados sobre os cuidados, mas no decorrer dos dias ele começou a piorar.

Mais exames, consultas e identificação de problemas de saúde. No início de julho, acordamos com ele convulsionando. Levamos para o hospital, mas não havia muito a ser feito. A decisão sobre mantê-lo vivo, mas sofrendo, e a eutanásia foi a mais difícil que já tomamos.

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Optamos pela segunda alternativa. Nos despedimos dele, agradecemos por todo amor que nos ofereceu e nos ensinou. Decidi ficar ali ao lado de Duke até a partida. Ele foi de maneira tranquila para não mais sofrer.

Meu coração ainda está dilacerado. Sentimos a falta dele por toda a casa, mas aprendemos muito com ele. Principalmente que o amor de um cachorro ė incondicional, que o tempo que esteve conosco foi o necessário para aprendermos a sermos menos egoístas. Juntos, chegamos, por fim, a conclusão que vale a pena viver o tempo que tivemos de muito amor e felicidade.

Agradecimento

Alguns colegas, ao nos consolar, disseram não ter um bicho em casa principalmente para não sofrer. Mas por que temos tanto medo de sofrer? Esse medo nos priva de sentir o amor, a alegria e a felicidade que está na entrega e na permissão de que algo ou alguém pode causar em nossas vidas.

O animal não fala como nós, mas ele sempre nos mostra o que sente ou o que quer de alguma forma. Apenas é preciso que estejamos atentos a ele, dispostos a entender.

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Agradeço ao Duke e desejo que sigamos com muita alegria, a mesma que ele tinha ao sair correndo pela fresta do portão.

A vida pode ser simples, comece hoje mesmo a viver a sua.

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