Quem nunca se arrependeu por ter falado algo que não deveria? Ou comprou aquela blusinha, que nunca usou, apenas porque se empolgou com a palavra liquidação? A impulsividade é o ato de agir sem pensar, sem avaliar alternativas e, principalmente, as consequências. Todos agimos de maneira precipitada na vida, principalmente em momentos de maior ansiedade, e tudo bem, o problema está na frequência.
“Pessoas impulsivas tendem a tomar decisões precipitadas sem considerar todas as opções disponíveis, o que pode levar a escolhas inadequadas e consequências negativas”, explica a psicóloga clínica e do Esporte, mestre pela Medicina Preventiva pela USP (Universidade de São Paulo), Mariah Theodoro. “Esse comportamento pode acarretar o sentimento de culpa em alguém que se comporta desta maneira, porque ela não deseja aquelas consequências nem para ela, nem para o outro”, completa a psicóloga clínica, professora e mestre em Psicologia, Andreína Moura.
Quando a impulsividade é um problema:
Como observa Mariah, agir de maneira impulsiva pode impactar negativamente a vida em diferentes áreas e gerar problemas:
Financeiros: A impulsividade pode levar a gastos excessivos e impensados, resultando em dívidas;
Relacionamentos: Comportamentos impulsivos podem causar conflitos, principalmente ao falar ou agir sem pensar no outro e comprometendo a responsabilidade emocional que qualquer relação exige;
Dificuldades acadêmicas ou profissionais: ao não conseguir se concentrar em uma tarefa ou não concluir projetos por não se sentir reforçado e sim atraído por outras contingências;
Inibição de atenção plena nas experiências: impulsividade impede que o indivíduo possa sentir prazer nas coisas e nos momentos que necessitam de vivências de entrega, de comunicação, como estar pleno num grupo de amigos reunidos, apreciar um jantar gostoso. “Não conseguir perceber as experiências como um processo, não estar consciente ao ambiente, não refletir a existência de muitos fatores positivos que não só o emergente. Isso pode gerar um desamparo e invalidação de todo sentido da vida que o cerca, aumentando as chances de deprimir e se sentir ansioso”, avalia Mariah.
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Como ter autocontrole?
Que é necessário parar, respirar fundo e pensar antes de decidir sobre algo não é novidade, mas esse processo nem sempre é fácil. Andreína sugere que a pessoa deve “tomar consciência de que está agindo de maneira impulsiva e deve observar em quais momentos isso ocorre com mais frequência, por exemplo, se em discussões acaloradas ou em momentos de estresse.” Ao entender os gatilhos, é possível lidar melhor com o comportamento impulsivo.
Para isso, o Autoconhecimento é fundamental. Aprender a reconhecer quando está prestes a agir impulsivamente é o primeiro passo para controlar a impulsividade.
É preciso fazer uma pausa para reflexão. Ao se sentir tentado a agir impulsivamente, pare e reflita sobre as consequências potenciais de suas ações. Pare para pensar nas alternativas disponíveis e escolha a melhor opção. Outro ponto é desenvolver habilidades de autorregulação. Tentar controlar as emoções e comportamentos pode ajudar a reduzir a impulsividade, nesse processo, vale recorrer a técnicas de meditação, mindfulness e ioga.
Estabelecer metas e prioridades, definir metas claras pode ajudar a se concentrar no que é importante e a evitar distrações e comportamentos impulsivos.
Por fim, e não menos importante, buscar ajuda profissional. “Se a pessoa estiver com dificuldade em controlar a impulsividade e isso estiver afetando negativamente a vida, pode ser útil buscar ajuda profissional. Um psicólogo ou psiquiatra ajudar a desenvolver estratégias específicas de controle para controlar e lidar com o problema”, observa Mariah.
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