É hora de seguir em frente
O passado é importante e faz parte de quem somos, mas muitas vezes a vida pede que a gente deixe algum apego de lado, como velhos comportamentos, lembranças, jeitos de tocar a rotina. De vez em quando é preciso abrir mão para, assim, renascer e continuar um novo ciclo.
Há muitos anos, os dias de Rob são iguais. Acorda, toma café e vai para sua loja de discos. Lá estão seus fiéis escudeiros e empregados, que também já completam alguns anos na mesma rotina. Apaixonado por música, ele coleciona discos, a ponto de não ter mais espaço em casa para guardar as relíquias. Mas o que Rob mais gosta de fazer é de pensar nas ex-namoradas e remoer o passado, lembrando detalhes dolorosos – por exemplo, quais foram os términos de relacionamento mais sofridos e humilhantes. Ainda que tenha uma namorada, ele insiste em abrir as portas do empoeirado armário de seu passado.
Com Ryan, as coisas são diferentes. Ele não olha para trás. Vive viajando devido ao trabalho e é assim que gosta de levar os dias. Sem rotina, sem uma cama, sem namorada ou laços de qualquer tipo. Sua metáfora preferida consiste em dizer que a vida é uma mochila. Se a enchemos de coisas, ela se torna pesada demais para ser carregada nas costas e nos deixa lentos. O ideal, diz Ryan, confiando nas próprias palavras, porque sabe do que está falando, é que tenhamos a mochila vazia, para uma viagem sem sobressaltos, rápida. Fica completa a ironia quando descobrimos que o trabalho de Ryan é, em resumo, demitir pessoas.
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