Diga sim para a vida
Para quebrar o marasmo e sair da rotina, é preciso fazer as pazes com nossos parafusos soltos e entender que a realidade não precisa ser tão dura assim.
Quando eu era criança, desconfiava bastante das batatas. Era magro de contar as costelas porque jurava que eram elas as responsáveis por fazer a gente crescer e deixar de ser mágico. Sim, pois na infância eu era bastante dedicado aos truques de fazer desaparecer aquele amontoado de amido que brotava no meu prato: basta um estalar de dedos e todas sumiam. Reapareciam, é verdade, aos pés do meu cachorro.
Acontece que não são as batatas que dão barba na gente. É o tempo. E com ele fui ficando mais próximo delas, afastando-me das beterrabas – com as quais ainda não me dou bem – e, assim, crescendo. Meu maior pânico, hoje, é deixar para trás o meu legado de magia. Tornar-me o ex-mago da Taberna Minhota, personagem do conto homônimo do escritor mineiro Murilo Rubião, cujo maior arrependimento era o “de não ter criado todo um mundo mágico”.
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