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Jovens cientistas estão transformando vidas por meio da inclusão
Foto: Divulgação
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Os dados mais recentes do IBGE mostram que, no Brasil, pelo menos 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência. O número representa cerca de 24% da população do país, embora ainda existam problemas quando o assunto é acessibilidade. O capacitismo, por exemplo, é uma das principais barreiras para que as PCDs encontrem espaço no mercado de trabalho e tenham suas necessidades atendidas. Ainda assim, há inúmeras iniciativas que buscam promover maior diversidade e inclusão no Brasil, projetos inovadores que se debruçam a construir serviços, ambientes e cidades acolhedoras.

A Vida Simples reuniu uma lista de quatro iniciativas no Brasil que estimulam a acessibilidade para pessoas PCDs. Não só isso, busca sensibilizar pessoas típicas e sem deficiência a defenderem uma pauta que beneficia, no fim, toda uma sociedade. Afinal, quando todos convivem em harmonia e com igualdade de direitos, novas portas se abrem para um mundo melhor.

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Estudante cria impressora em braille

A estudante de engenharia Bruna da Silva Cruz desenvolveu um impressora inovadora que permite reproduzir textos em braille. O produto desenvolvido pela jovem, que na época tinha 19 anos, permite que o usuário escreva um texto pelo computador e celular – podendo também ditar por voz – para que o material seja impresso em papel relevo.

A máquina, batizada de Fast Braille, custou na época cerca de R$ 1 mil e a promessa era de tornar acessível a pessoas com menos recursos financeiros, já que o valor representa um terço das impressas convencionais disponíveis no mercado. A invenção rendeu à estudante a premiação como o segundo lugar no Prêmio Jovem Cientista 2019.

Estudante com camisa amarela do Brasil usa crachá, tem cabelo longo e está sorrindo. Ao lado, sua invenção que possibilita a inclusão a pessoas com deficiência visual. A impressora é pequena e semelhante a uma comum. Foto: Reprodução

Estudantes criam uma rampa móvel no Rio Grande do Sul

Estudantes do Ensino Fundamental em uma escola municipal localizada em Sapiranga (RS), desenvolveram uma rampa móvel para pessoas com deficiência. A iniciativa surgiu durante uma feira de ciências, mas rapidamente se expandiu para além dos limites da escola. Os alunos decidiram vivenciar as dificuldades enfrentadas por cadeirantes ao percorrer a cidade, deparando-se com a falta de rampas de acesso em diversos lugares.

Essa experiência os inspirou a criar uma rampa portátil e móvel, que pudesse ser facilmente transportada por cadeirantes para acessar locais não adaptados. Diferentemente de outros modelos disponíveis no mercado, o projeto dos estudantes tinha como objetivo proporcionar uma solução acessível, uma vez que muitas opções disponíveis eram de alto custo. A iniciativa recebeu o apoio de uma empresa sediada em São Paulo, que se tornou parceira na produção e comercialização das rampas.

Além do desenvolvimento da rampa, os estudantes também produziram cartilhas informativas para aumentar a conscientização sobre a importância da acessibilidade em estabelecimentos locais. Essas cartilhas foram destinadas a orientar os comerciantes sobre a legislação relacionada ao tema. O projeto também participou do evento Desafio Criativos da Escola 2017.

Estudantes usam camisas amarelas e mostram uma rampa feira com o intuito de auxiliar pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Foto: Reprodução

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Aluna cria manual em Libras para o atendimento em Fisioterapia

O projeto surgiu como resultado de uma inquietação da estudante Allana Graim após concluir a disciplina optativa de Libras oferecida pela universidade onde estuda. Mesmo sem conhecer ninguém surdo, preocupava-se com a comunicação em caso de um paciente ou familiar chegar até à clínica. No entanto, a disciplina focava principalmente em diálogos do cotidiano e não nas conversas específicas da área da saúde. Diante dessa lacuna, Allana percebeu a necessidade de fazer perguntas mais específicas relacionadas à Fisioterapia.

Para solucionar esse problema, ela analisou todas as fichas de atendimento da clínica e identificou perguntas semelhantes, independentemente da área de atendimento. Com base nessa pesquisa, decidiu criar uma anamnese fisioterapêutica em Libras, um livro acompanhado de vídeos em Libras. A produção do material teve início em dezembro de 2022, com o apoio do professor responsável pela disciplina de Libras, e conclusão em maio de 2023.

Os vídeos ocorreram na Clínica de Fisioterapia, com a ajuda de um amigo de curso responsável pelas filmagens, e do professor responsável, que corrigiu a linguagem de sinais junto à aluna. “Na área da fisioterapia, a avaliação é considerada o momento mais importante do atendimento, pois é nele que se estabelece uma conexão com o paciente”, explica a estudante.

Além disso, as perguntas no material podem ser utilizadas em outras áreas da saúde e estendidas a outros ambientes. O objetivo é disseminar esse recurso para que profissionais possam oferecer um atendimento humanizado e comprometido.

Aluna com pele branca, ela usa jaleco branco e sorri para a câmera. Foto: Divulgação

Residências adaptadas para pessoas com Tetraplegia

Alunos dos cursos técnicos de eletromecânica, eletroeletrônica e eletrotécnica do SENAI Sul, localizado em Ilhéus (BA), desenvolveram um sistema de automação residencial controlado por comando de voz, trazendo melhorias significativas para o dia a dia de pessoas tetraplégicas.

Graças a essa tecnologia, é possível acender e apagar as luzes, controlar o volume da TV e operar o ar-condicionado em um dos quartos, tudo isso utilizando apenas a voz. O sistema inovador, criado em 2017, emprega microcontroladores e opera por meio de um software de assistência virtual com comando de voz, e há planos para expandir sua aplicação para outras áreas da residência.

Uma pessoa tetra´légica usa um computador a partir de comandos de voz sentada em uma cadeira. A iniciativa busca trazer inclusão e autonomia Foto: Unsplash

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