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Um dente só não faz um sorriso: reflexões sobre autoaceitação
Dentes imperfeitos contam histórias. Arquivo Pessoal de Estéfi Machado
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Um adulto tem 32 dentes na boca. Guarda essa informação, tá?

Agora pula para cá: outro dia fui à minha rotineira consulta ao dentista. Aquela coisa de sempre: limpeza, uma olhada cuidadosa para ver se tá tudo em ordem. Diria que passei com louvor não fosse uma última observação, já na hora de ir embora, quando o dentista me pergunta:

– Estéfi, você não quer tentar clarear esse dente aqui?

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A história de um dente e de um sorriso

Aí eu, muito intrigada, fui rever o tal dente. É um dentinho daqui da frente, na arcada de baixo que carrega uma memória muito particular. O ano era 2008, quando meu filho Teo tinha cerca de 1 ano e pouco. Estávamos lá eu e ele dando um daqueles ataques de beijo quando o pequeno, muito desavisado e saltitante, me deu uma cabeçada!

Mas foi uma cabeçada daquelas, acertando em cheio minha boca e sim, esse dentinho. Com a batida, o dente fica mais escuro porque rola uma hemorragia por dentro, e diferente de dentes amarelados e manchados, esse tipo de escuro não dá para clarear.

Toda essa memória passou pela minha cabeça em não mais que 3 segundos, quando eu pedi o espelhinho para ver melhor do que ele estava falando.

E lá estava eu, 15 anos depois, portando um filho hoje já adolescente e, não mais que de repente, me vi botando todo reparo no danado do dente. Depois da fala do dentista, eu não conseguia mais tirar os olhos daquele “defeito” enquanto empunhava o espelho mirando na boca. Passei imediatamente a PRECISAR clarear aquele que insistia em destoar do grupo todo…

Saí do consultório amuada de saber que pouco havia para ser feito – afinal, como eu já disse, é improvável que ele clareie. Poxa, eu tenho 32 dentes, gente, TRINTA E DOIS! Por que cargas d’água UM deles passou a me incomodar tanto quando me foi apontado? E me peguei matutando como essa agonia me permeia  em outras tantas situações na vida.

Quando uma crítica pesa mais que elogios

Você já reparou que, na nossa carreira como serumaninho, a gente pode receber um caminhão de elogios, afagos, rasgação de seda, mas quando aparece UM comentário maldoso, um único apontar de dedos, a gente logo perde o sono?

Como pode 1 mísero dentinho me perturbar no meio de tantos outros, só porque alguém disse?

Sinto decepcionar vocês, mas esse enigma não vai ter solução. Da minha parte, não vou clarear o bichinho. Mas combinei o seguinte comigo mesma: que em vez de focar nesse único dente, vou é mirar no conjunto da obra… Afinal de contas, um dente só não faz um sorriso. E eu é que não vou parar de gargalhar.

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