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Que possamos viver mais dias ordinários, no agora
Cena do filme "Dias Perfeitos", que conta a história do cotidiano de uma pessoa que vive intensamente a presença dos dias ordinários (Foto: divulgação)
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Todos os dias durante a semana, ele acorda, veste o uniforme separado na noite anterior e segue com seus ri­tuais de higiene.

Rega suas plantas, pega um café. Depois, sai para o trabalho, que exerce com esmero e uma refina­da atenção. Hirayama é um senhor que trabalha limpan­do banheiros públicos na cidade de Tóquio, e o persona­gem central do filme Dias Perfeitos.

Na rotina cadenciada e repetida aos olhos do espectador, Hirayama até parece estar deslocado do ano de 2023, enquanto escuta hits dos anos oitenta em suas fitas cassete.

Ou quando, na hora do almoço, registra árvores de uma praça com sua câmera analógica – e depois leva os filmes para revelar.

Mas é o olhar atento e contemplativo desse senhor em sua rotina ordinária e satisfatória que nos mostra que ele está perfeitamente encaixado no tempo: agora é agora, como diz, em uma de suas raras falas.

Hirayama é a lembrança de que o dia a dia pode ser cheio de entu­siasmo e significado, desde que se esteja presente. Mas nem sempre é fácil não se sentir engolido pelos relógios atuais, que nos cobram tanta produtividade e um ritmo descolado da natureza – quando é que viramos máqui­nas sem botão de desligar?

Um convite para a pausa

Neste mês de maio de 2024, nosso convite é que você possa parar. Escutar a si. E, aos poucos e com delicadeza, retomar o seu próprio ritmo interno, pois é assim que se vive com liberdade.

Como o homem do li­vro A Alma Perdida, que trabalhava com muita pressa e sem descanso. Até que, um dia, se viu descolado de sua alma, perdida no caminho por não acompanhar o passo acelerado de seu dono.

E o que ele fez? Sentou e esperou que ela chegasse. Por isso, encontrar um novo passo, que inclua e priorize quem somos, e lançar um olhar mais re­alista para o que damos conta no cotidiano.

Esse pode ser um bom jeito de viver dias ordinários. E sem deixar para trás o que há de mais precioso em nós.

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 267 da Vida Simples

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