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Esperançar, um verbo
(Foto: Jasper Boer/Unsplash)
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Neste artigo:

Gosto de colecionar palavras. Ainda na adolescência, comecei a registrar, em um caderninho de capa vermelha, aquelas que mais me atraíam. Depois, aos poucos, passei a categorizá-las em listas.

Tinha aquelas que soavam como um abraço, como dengo, cafuné, inefável; aquelas que já não se ouvia mais falar por aí, como ósculo, botica, obséquio. E até as que me faziam (e hoje fazem meu filho) dar risada, como busanfa, requenguela e tribufu.

E havia também as palavras que pareciam incorporar uma forma humana… como a esperança. Uma mulher de olhar sereno que conquistou, com o tempo, paciência, coragem e sabedoria.

Mas tem gente que não vai muito com a cara dela. Acha que é coisa de quem aguarda, sentado, algo que nunca vai chegar.

Por outro lado, há quem entenda que a esperança é, na verdade, um impulso para confiar nos próprios passos e também na vida, sabendo que nem tudo está sob o nosso controle – e não há nada de passivo nisso.

Eu já esperancei em muitas coisas que nunca aconteceram. Como lutar pela cura do meu pai, depois de um AVC. Ou achar o Bidu, meu cãozinho desaparecido.

O que é esperançar?

Em outros momentos, a esperança reacendeu meu entusiasmo pela vida, como quando me apaixonei novamente ou encontrei um trabalho que me trazia realização – e nele estou até hoje.

Ter esperança, enfim, é acreditar que amanhã algo bom pode acontecer – e, por isso, em nossos passos estão as ações do presente. A cada fim de ciclo, convém dar as mãos à esperança.

Ela renova o nosso caminhar e diz: “Confia. Segue seu objetivo, mesmo sem garantias. Algo bom está logo ali”.

O próximo ano logo desponta no horizonte. E, apesar das dificuldades – as que vieram e as que virão –, que seu coração permaneça forte e sereno. E pronto para nutrir os sonhos que valem a pena esperançar.

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Conteúdo publicado originalmente na edição 274 da Vida Simples.

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