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Por que precisamos parar de rotular crianças
Eddie Kopp | Unsplash
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A sociedade tem expectativas bem exigentes sobre como as pessoas devem se portar, falar, agir e o que devem possuir, para que sejam consideradas pessoas boas, aceitáveis, “normais”.

Se já é difícil para nós, adultos, atender ou lidar com todas essas expectativas – que passam por tantas nuances e detalhes – e se a todo momento corremos o risco de não sermos considerados bons o suficiente, para um emprego, por um crush, por nossa própria família, imagine como é para as crianças.

Desde cedo aprendemos os binômios, bom e ruim. E, desde cedo, colocamos a criança nessas caixinhas, baseados principalmente no seu comportamento. O problema é que a expectativa que temos desses comportamentos é toda construída em cima de grandes mitos e não se baseia nas fases reais do desenvolvimento infantil.

Ou seja, muitas vezes rotula-se uma criança com base em nada além de expectativas construídas socialmente. Usa-se a exceção (crianças quietinhas, que não choram muito, que não fazem “birra”) como a régua para medir a regra.

As pessoas agem bem, agem mal, têm dias péssimos, têm momentos e atitudes dignas de canonização, sentem raiva e não sabem muito bem como lidar com ela, sentem alegria sem fim e sensações difíceis de explicar. Nada disso deveria tornar ninguém indigno de apreciação e fé. Ninguém é uma coisa só. Nem as crianças, que também passam pelo mesmo.

O desafio é criar filhos nessa sociedade que tanto exige perfeição, e ao mesmo tempo ensinar, através dos nossos exemplos e ideais, que o perfeito não existe. Que podemos ser quem somos, dentro do desenvolvimento que temos, e que o crescimento consciente é o caminho. As crianças nos mostram diariamente que temos muito ainda o que aprender, e que elas têm muito a nos ensinar.

Thais Basile é mãe da Lorena, palestrante e consultora em inteligência emocional e educação parental, eterna estudante. Apaixonada por relações humanas e por tudo que a infância tem a ensinar. Compartilha um saber para uma educação mais respeitosa no @educacaoparaapaz. Escreve nesta coluna às segundas-feiras.

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