Num mundo de tanto barulho, o caminho é achar a sua frequência
Buscar uma boa sintonia interna nunca se fez tão urgente, afinal, alegria e tristeza, paz e violência, amor e ódio estão por toda parte.
Se hoje tudo está acontecendo ao mesmo tempo, buscar uma boa sintonia interna nunca se fez tão urgente, afinal, alegria e tristeza, paz e violência, amor e ódio estão por toda parte. Nesses tempos pandêmicos, mais importante do que escolher para onde ir é escolher com quem ir.
Semana passada estive na Mongólia. Alguns minutos depois resolvi descer pela Ásia e desembarcar na Índia. Por lá fiquei por mais alguns giros do ponteiro do relógio, até cruzar a Europa passando pelo Atlântico Norte, alcançando assim as pequenas Ilhas Faroe, localizadas entre a Islândia e a Escócia. Mais alguns minutos ali e me deu vontade de atravessar o oceano e sentir o que estava acontecendo em Nova York, mas não sem antes dar um pulinho na pequena Barrow, a cidade mais setentrional do mundo, localizada no Alasca. Uau, que manhã incrível!
Bom, você deve estar pensando: “Que papo é esse Patrick de dar a volta ao mundo em alguns minutos?”. Tá achando que pode viajar na velocidade da luz?
Não, meus amigos, eu não viajei na velocidade da luz, eu viajei numa “frequência”, na frequência do rádio.
Sintonizando o dial interno
Na coluna de hoje em Vida Simples, vou recorrer ao rádio, esse veículo apaixonadamente e centenário e também a essa “viagem” por suas ondas que fiz na semana passada, para refletir com vocês sobre a importância de buscarmos uma boa “frequência” para nossas vidas.
Se hoje tudo está acontecendo ao mesmo tempo, buscar uma boa sintonia interna nunca se fez tão urgente, afinal, alegria e tristeza, paz e violência, amor e ódio estão por toda parte. Ainda bem que a escolha por qual caminho seguir, ou melhor, qual “frequência” sintonizar, ainda está em nossas mãos. Nesses tempos pandêmicos, penso que mais importante do que escolher para onde ir é escolher com quem ir.
Ah, mas antes de continuar nesta busca pela boa “frequência”, deixe-me lhe contar como foi esse meu giro pelo planeta nas ondas do rádio. Quem sabe você não se anima e perceba que, neste mundo, existem infinitas possibilidades. Tudo depende do que você sintoniza. Bora procurar uma boa “estação”?
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O mundo na ponta dos dedos
Descobri na semana passada o espetacular site Rádio Garden, desenvolvido há alguns anos por organizações alemãs e holandesas, que tem mais de 8 mil estações de rádios e viralizou.
Confesso a vocês que pirei. Com design inspirado no Google Earth, o site permite ao usuário navegar pelo globo terrestre, e cada pontinho azul piscando na tela é uma estação de rádio tocando em tempo real.
É deixando o mouse correr na tela que você percebe que não existem barreiras e nem fronteiras para a sua mente. O mundo está a um click de distância. O mundo é seu.
É fascinante ouvir alguém ao vivo lá na Mongólia lendo um noticiário qualquer, dali a pouco alguém rezando na Índia, descobrir uma balada em Nova York, um papo sobre pescaria nas Ilhas Faroe…
Esse mundo é grande demais, ao mesmo tempo pequeno demais. Esse mundo é rápido demais, mas pode também ser lento demais. Esse mundo é o melhor lugar para se viver, mas também pode ser o pior…
É hora de se apoderar do controle remoto.
Os dois lados
Você já se deu conta de que uma mesma rede que é capaz de mostrar tantas possibilidades e maneiras legais de se viver e aprender pelo mundo é também a mesma que diariamente destila pessimismo e ódio aos quatro cantos?
Eu me lembrei de uma fala da filósofa Lúcia Helena Galvão, professora de Nova Acrópole, quando questionada se as redes sociais não estariam fazendo muito mal à sociedade nos dias de hoje. Em sua resposta, ela não deixou dúvida de que, mais importante do que saber se é bom ou ruim, é a maneira como nos relacionamos com ela: “Adoraria ver Platão no Twitter: ‘Bom dia, você já saiu da caverna hoje'”, provocou.
Claro que não temos Platão e ninguém de sua rede de conexões dedilhando diariamente mensagens de sabedoria no Twitter, é verdade, mas tem, sim, muita gente produzindo conteúdos relevantes e ajudando no despertar de consciência. Por outro lado, também tem muita gente trabalhando pela involução do planeta, diria até que a maioria, mas, mesmo assim, tudo é uma questão de escolha.
Quando me deparo com o mesmo questionamento (se as redes sociais fazem mal), faço questão de abrir o meu Instagram ou o meu YouTube e mostrar quem eu sigo e assisto. Para mim, esses locais são uma fonte de aprendizado.
Muitas estações
Penso que a nossa vida é como a tela do site Rádio Garden. Não faltam pontinhos de luz piscando a todo momento e querendo nossa atenção. Tente escolher aquele que te leve por um caminho mais positivo e otimista e que deixe o seu dia mais harmônico.
Já faz um tempo que diminuí consideravelmente o consumo de notícias em minha vida. E olha que, como jornalista, trabalhei no hard news durante muitos anos. Hoje posso assegurar que é impossível sustentar um dia legal e ter pensamentos mais elevados se ficarmos conectados ao noticiário, porque nove em cada dez assuntos tratados pela mídia se referem a fatos negativos.
Estou errado?
Um convite à sutilização
No livro “Frequência Vibracional”, a americana Penney Peirce, uma das grandes estudiosas do poder da intuição, diz que o maior desafio dos próximos anos será trabalharmos com a nossa sensibilidade, manter uma “vibração pessoal” cristalina e aprender a usar os “princípios de frequência” para viver bem nos tempos que virão.
Como muita gente, talvez você esteja reagindo à frequência mais acelerada da vida, tentando ajustar o estado de sua própria energia de diversas formas – tanto saudáveis quanto prejudiciais -, na tentativa de encontrar equilíbrio, segurança e alívio do estresse. Ou então pode estar buscando avidamente pistas para prosperar neste mundo agitado de complexidade impenetrável.
As respostas, como a própria Penney Peirce diz no livro, não estão em truques ou engenhocas e nem em meios eletrônicos de processar dados. A verdade simples é que a passagem à “Era da Intuição” diz respeito ao que nós podemos saber e fazer com a energia, desenvolvendo assim uma sensibilidade mais expandida.
Quer saber qual o melhor caminho para encontrar essa “boa energia”? Sintonizar com uma boa frequência.
Que tal?
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PATRICK SANTOS (@patricksantos.oficial) é jornalista, escritor e apresentador do podcast 45 Do primeiro tempo que semanalmente traz histórias de pessoas que se reinventaram. É autor também do documentário “Pausa”. Depois do sabático em 2018, tem tentado encontrar boas frequências em sua vida.
*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.
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