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Gustavo Arns: “Estamos na fase de desmistificar a felicidade”
Melito/Congresso Internacional de Felicidade
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Hoje eu trago para vocês esse bate-papo que tive com Gustavo Arns que é o idealizador do Congresso Internacional de Felicidade e presidente da Escola Brasileira de Ciências Holísticas. O evento, que vai acontecer nos dias 18 e 19 de novembro em Curitiba, chega à sua sexta edição cada vez maior e com mais novidades, conforme você vai poder conferir abaixo.

Além de apaixonado e um estudioso do tema, como eu, Gustavo é também meu conterrâneo. O curitibano vem estudando e trabalhando arduamente para que a felicidade possa ser cada vez melhor compreendida e compartilhada entre todos os entes da sociedade.

Aproveite a nossa conversa e logo abaixo ainda garanta um cupom de desconto para participar do evento nesse ano.

Me conte um pouco mais sobre a sua historia e como hoje você definiria o Gustavo Arns.

Responder essa pergunta é um desafio. Estou sempre em busca de conseguir me definir e muitas vezes parece que estou cada vez mais longe.

Pelo lado materno, venho de uma família profundamente católica. Estudei em uma escola católica e estive constantemente imerso nesse ambiente. De fato, eu era uma criança que apreciava frequentar a missa. Comento isso porque o catolicismo moldou as bases da minha espiritualidade.

Por outro lado, meu pai, mesmo sendo católico, possuía uma inquietação e uma busca por diversas religiões. Após uma experiência de cura com a homeopatia, ele também começou a explorar medicinas alternativas.

Este contexto me instigou a desenvolver uma crescente curiosidade sobre quem eu realmente sou, levando-me a explorar diferentes métodos alternativos de crenças e conhecimentos. Busquei respostas na filosofia, na física quântica e na tradição zen-budista.

Hoje, continuo sendo um ávido buscador, com uma intensa sede de autoconhecimento e autodesenvolvimento. Esforço-me para ser um marido, pai e filho melhor. Além disso, procuro auxiliar outras pessoas em sua jornada de desenvolvimento pessoal e espiritual.

Gustavo Arns

Foto: Divulgação

Como surgiu a ideia do Congresso de Felicidade?

Em 2013, tive a oportunidade de assistir a uma palestra de Tal Ben Shahar, onde fui introduzido à ciência da felicidade sob a perspectiva da Psicologia Positiva. Esta experiência me fez reconhecer como a ciência pode validar ou lançar luz sobre os ensinamentos da filosofia e dos pensadores antigos.

Em 2016, enquanto participava de um evento em Brasília, notei a presença de muitos curitibanos. Naquele momento, questionei-me: “Por que não temos um evento semelhante em nossa capital?”. Foi assim que, com a colaboração de diversas pessoas, demos início à organização do evento.

Desde o começo, nosso objetivo primordial era criar um evento acessível, bem organizado e com conteúdo de qualidade. E graças ao feedback positivo dos participantes, o que inicialmente estava planejado para ser um único evento, continuou a se desdobrar. Assim, realizamos a segunda, terceira edição e continuamos a jornada até hoje.

Nossa missão é impactar o coração das pessoas de alguma maneira, proporcionando uma experiência genuína de felicidade em um ambiente onde todos possam crescer e evoluir junto a outros com objetivos similares.

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Quais a diferenças mais perceptíveis sobre o entendimento da felicidade pela sociedade desde o primeiro evento?

A diferença na percepção da felicidade pela sociedade desde o primeiro congresso em 2016 é notável. Naquela época, quando eu tentava buscar apoio e patrocínio, muitos não compreendiam a ideia de um Congresso de Felicidade. Confesso que até eu mesmo tinha dificuldades em explicar com clareza.

Costumo dizer que estamos na fase de desmistificar a felicidade. Muitos de nós carregam conceitos ilusórios, infantis e impossíveis sobre o que é ser feliz. Se nos apegamos a esses conceitos, é natural nos sentirmos infelizes.

Embora a busca pelo entendimento da felicidade não seja recente, remontando aos antigos filósofos, a ciência da felicidade atual nos aproxima mais das respostas. As preocupações com temas como depressão, crises de pânico e burnout também elevaram a importância de compreender a felicidade. O burnout, por exemplo, é uma consequência direta do nosso estilo de vida e das escolhas que fazemos.

Essas questões emocionais continuarão a nos afetar até que decidamos refletir sobre nossas relações, sobre nós mesmos, e sobre o significado da vida. Felizmente, a ciência atual nos proporciona uma base sólida para essas reflexões, permitindo-nos repensar quem somos e o que realmente valorizamos.

Desde 2016, houve um aumento no entendimento sobre a felicidade, com empresas valorizando mais o bem-estar de seus funcionários e governos implementando políticas públicas focadas no tema. Já progredimos bastante, mas ainda há muito a ser feito, e é esse contínuo aprendizado que pode nos ajudar a superar problemas emocionais.

Qual o momento mais marcante para você nas edições anteriores do Congresso?

Existem inúmeros momentos! Cada edição nos traz memórias marcantes. Acredito que isso acontece porque buscamos um mix de palestrantes que abordam o tema sob a ótica da filosofia, da ciência, da arte e da espiritualidade. Tudo é pensado para que o público vivencie diversas experiências, proporcionando uma autêntica sensação de felicidade.

Não é raro ouvir participantes afirmarem: “Me transformei depois deste evento”. Em muitas ocasiões, observamos transformações evidentes. Em outras, as pessoas talvez continuem com suas rotinas, mas as mudanças internas são profundas.

A cerimônia de abertura é sempre inesquecível. O ambiente repleto de indivíduos unidos pelo desejo comum de encontrar a felicidade cria uma atmosfera única em torno do tema. Muitos se emocionam com essa energia. Gosto de pensar que o evento é uma excelente oportunidade para todos nós nos reencontrarmos.

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Se tivesse que destacar momentos específicos, a participação do Prem Baba no primeiro ano foi, sem dúvidas, impactante. Ele iniciou a abertura em completo silêncio, apenas observando o público, gerando um ambiente repleto de emoção. Acredite ou não, todos estavam em lágrimas – de seguranças a técnicos de som.

No ano passado, ao retomarmos o formato presencial do evento após dois anos de pausa devido à pandemia, o reencontro também foi extremamente emocionante e significativo para mim.

Existem novidades para o Congresso desse ano, e se sim, quais são elas?

Todo ano, nós nos esforçamos para trazer diversas novidades ao Congresso.

Para este ano em particular, estamos animados em anunciar algumas inovações e presenças marcantes. A abertura do evento contará com a ilustre participação do Prem Baba. Além dele, teremos palestras com a Monja Coen, o Jorge Trevisol e o renomado filósofo Cortella.

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Uma das principais novidades é um bloco dedicado exclusivamente à discussão sobre a felicidade no ambiente de trabalho. Estevan Sartoreli, CEO da Dengo, conduzirá essa discussão ao lado de Ariane Santos da Badu Design e do Sérgio, VP de Operações do Boticário.

Também abordaremos tópicos intrigantes como Física Quântica e a perspectiva da felicidade sob o viés de políticas públicas e grandes transformações.

E, como sempre valorizamos a diversidade e as múltiplas vozes, é com grande honra que receberemos o Mapu, que recentemente se apresentou com o Alok e representou a causa indígena na ONU. Ele tem se dedicado intensamente à defesa dos povos originários e trará essa perspectiva essencial ao nosso evento.

Estamos ansiosos por este ano, pois promete ser repleto de surpresas e aprendizados inovadores.

Qual a sua visão sobre o futuro do assunto “felicidade” em nossa sociedade?

Acredito fervorosamente que a temática da “felicidade” ganhará ainda mais destaque em nossa sociedade. Estamos no limiar de um período onde a felicidade se torna um tópico central, com um crescente número de pessoas se envolvendo profundamente na discussão, refletindo sobre ela em suas vidas e promovendo transformações significativas.

O objetivo, como sociedade, é curar-nos e restabelecer essa conexão intrínseca que deve existir entre nós. No entanto, é crucial estarmos alertas quanto à “positividade tóxica” e à imposição da “ditadura da felicidade”.

A ciência da felicidade e a Psicologia Positiva não têm o propósito de forçar um estado de felicidade constante, mas sim de reconhecer que todas as emoções, sejam elas positivas ou negativas, são partes integrantes da experiência humana.

Antevendo o futuro, é provável que este tema se infiltre cada vez mais em setores diversos, como empresas e até mesmo nas políticas públicas. Esta é uma jornada para colher benefícios duradouros e, mais importante, para deixar um legado significativo para as gerações futuras.

Como participar do Congresso da Felicidade?

Para participar do Congresso da Felicidade, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro no Centro de Eventos Positivo, Parque Barigui, Curitiba, acesse o site www.congressodefelicidade.com.br para se inscrever.

Os valores de inscrição variam entre R$ 1.008 e R$ 1.701, dependendo dos benefícios desejados no evento. E tenho uma oferta especial para os leitores da Vida Simples: um desconto de 5% ao inserir o cupom ‘VIDA SIMPLES’.”


*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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