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Atender o chamado do coração é dar ouvidos à voz interior
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Existe um movimento novo nascendo, mas que somente os nossos corações sabem ser possível alcançar. Ele nasce da liberdade. É um movimento silencioso.

Muitas vezes, não conseguimos percebê-lo facilmente, afinal, estamos tão imersos numa narrativa de escassez, que quase sempre interpretamos as coisas a partir do que nos fizeram acreditar como única verdade. No entanto, há estradas novas sendo construídas, janelas sendo abertas, olhares além dos antolhos.

Eu diria até que existe um mundo além da pandemia e da dor, diria que há um novo mundo florescendo e que tem muita gente seguindo para lá. São os que resolveram ouvir o coração.

Ter coragem para pausar

Fiz uma introdução um pouco longa para dizer que tem me chamado a atenção a quantidade de pessoas, muitas inclusive famosas, que estão deixando cargos e status para “cair” no mundo, fazer uma pausa, se permitir viver outras experiências, ver o que a vida pode ofertar além daquilo que conhecemos como modelo ideal.

Não quero dizer com isso que não existem outras tantas pessoas que estão sendo forçadas pela crise a buscar novos caminhos. Mas, até mesmo nessas situações, percebo um chamado forte se amalgamando nesses tempos pandêmicos.

O mundo é muito maior do que aquilo que vemos nas “telinhas”, principalmente em nossa tela mental.

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Não existe chegada

Está ficando para trás aquele famoso sonho de se chegar a uma superempresa, atingir o topo da hierarquia numa área de atuação.

Estamos sendo convidados a perceber que não existe chegada, existe apenas o caminho.

Para citar um exemplo: quando imaginaríamos que alguém deixaria a TV Globo por conta própria? Recentemente, vimos o caso do apresentador Tiago Leifert, que depois de 16 anos comunicou aos seus seguidores: “Vou fazer uma pausa e ver o que o mundo tem a me oferecer”.

As pessoas que ainda não conseguem enxergar as coisas além da escassez podem interpretar o movimento do ex-global como “ah, ele deve ter proposta pra ganhar mais em outro lugar” ou “tem dinheiro na parada” ou ainda “esse cara pirou de vez”. A lista é longa. Somos experts em criar narrativas a partir de um cenário fechado em nossos pequenos mundos.

Acontece que temos muita dificuldade em aceitar quando alguém “larga” algo que pensamos ser o ideal de uma vida, aquilo que “buscamos” inconscientemente sem saber, de fato, onde habita a real felicidade. A covid-19 embaralhou o modelo de sucesso. Esta é a verdade.

Chamado interno

O movimento de Leifert diz muito sobre escolhas, sobre seguir os chamados internos. Sei bem o que é isso. Em 2018, deixei para trás uma carreira de 24 anos numa mesma empresa, dos quais os últimos cinco foram como executivo de comunicação, para viver um sabático, abrir espaço para algo novo nascer.

Claro que tudo tem um preço. Até hoje enfrento alguns desafios impostos pela minha escolha, como por exemplo viver com menos, ter que estar sempre empreendendo… Apesar dessas diferenças, não me arrependo de nada.

Não sou daqueles que saem vendendo fórmulas mágicas e estradas para o sucesso, mas encontrei algo nessa minha jornada – nos últimos três anos – que gosto de compartilhar em todo conteúdo que produzo: a liberdade. Ela é o nosso bem mais precioso.

A pandemia jogou luz sobre como estamos utilizando nosso tempo.

Novas possibilidades

Semana passada, em uma conversa para o meu podcast, o 45 Do primeiro tempo, onde falo sobre propósito de vida e mudança de carreira, recebi um convidado que deixou uma casa de 400 metros quadrados para morar num pequeno veleiro no litoral paulista. Hoje, ele produz e apresenta o canal do YouTube “HashtagSal”, atualmente o maior canal sobre náutica do Brasil, aliás, segundo ele, não por acaso, a procura por veleiros e barcos quase dobrou depois da pandemia.

A possibilidade de trabalhar remotamente tem levado muita gente a buscar outras formas de viver e de morar.

Antes que alguém comente aqui que veleiro é coisa para milionário (o meu entrevistado desmistifica com dados essa questão), tomei o cuidado de consultar uma outra maneira nômade de se viver para saber se o fenômeno também se repetia. Falei com um amigo que trabalha no mercado de motorhome e ele me garantiu que o setor está aquecidíssimo, a ponto de não estar dando conta da demanda.

Morar numa casa sobre rodas ou viver no mar tendo sob o casco do barco botos e peixes dos mais variados tipos e cores, pode não ser o ideal de vida para muita gente. Eu mesmo não levo o menor jeito para uma vida sem CEP. Mas isso reforça um movimento que vem ganhando cada vez mais adeptos. As pessoas estão buscando outras formas de se encontrar no mundo.

Claro que nem todos conseguem trabalhar remotamente. Tenho consciência também do país em que vivo e das condições econômicas de grande parte da população. Mesmo assim quem se vê diante da possibilidade de buscar outros caminhos tem se permitido arriscar, afinal, existe um mundo novo nascendo, mas que somente os nossos corações sabem ser possível alcançar.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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