18 livros devocionais para você meditar e refletir diariamente

A prática dos devocionais consiste em tirar um momento do dia para se dedicar à leitura e reflexão de um texto. É muito comum que associemos aos textos cristãos, mas a prática diária é comum em diversas religiões e correntes filosóficas. Pode ser feita por qualquer pessoa, desde que ela tenha a disciplina de, em algum momento do dia, ler e refletir sobre uma mensagem.

Para todos os públicos

Com a popularização da prática, as opções são incontáveis. Já existindo até devocionais para crianças, casais ou famílias. Aliás, com ou sem a ajuda do mercado editorial e as publicações novas, é fato que o ser humano precisa em algum momento desligar o piloto automático e se conectar com algo. Seja em forma de oração, meditação, exercício físico ou qualquer outra prática, é preciso uma pausa para ouvir os próprios pensamentos.

O devocional em forma de mensagem diária nada mais é do que o facilitador dessa pausa, que já vem com algumas instruções para reflexão que ajudam a manter a constância, com aquele compromisso de acompanhar a mudança de páginas com o passar dos dias.

Por que começar a praticar o devocional?

Sendo janeiro o mês mundial dos começos, promessas de mudança e tentativas empolgadas de transformar – desde o peso até o corte dos cabelos ou qualquer hábito que pareça inadequado -, por que não começar com dicas de uma prática que vem acumulando seguidores dentro e fora das redes sociais?

A colunista que vos fala, por exemplo, tem uma longa e sólida histórica com a prática. E, talvez por isso, este tenha sido o texto mais difícil de escrever ao longo de todos esses anos de coluna. Quando eu digo que os devocionais são um fenômeno, basta observar a lista dos aplicativos com mensagens diárias figurando entre os mais baixados e alguns devocionais no topo dos livros mais vendidos nas livrarias, incluindo a Amazon.

Um grande desafio

A seleção de devocionais foi uma provação imensa para mim. Com uma oferta incrível, me deparei com a sensação de ser injusta ao incluir apenas alguns títulos, ao mesmo tempo que senti um incômodo crescente por não conseguir encontrar opções que fugissem da tradição cristã. A ideia inicial era contemplar todo tipo de leitor, inclusive quem não quisesse uma mensagem diária que falasse de religião (o livro que trata de plantas e o estoico foram o mais próximo que encontrei).

Ao mesmo tempo, queria também contemplar quem é das religiões de matriz africana (e aí talvez as mensagens da Casa do Consolador seja uma opção), os budistas (e o tímido 365 frases budistas, com uma diagramação contestável, foi o que consegui, em português, para esse público). E na esteira da angústia veio também um bloqueio criativo agravado pela passagem inexorável dos dias – e com ela o questionamento: se 2024 já avançou em quase 20 dias, qual o propósito de falar sobre leituras que começam junto com o mês?

Um encontro que mudou tudo

A resposta veio durante uma conversa com uma estranha num café. Estava eu admirando uma pilha de devocionais. Dez, para ser precisa. E procurando inspiração para explicar por qual razão a prática me faz bem e, principalmente, vem crescendo no país de forma impactante.

Eu estava também me preparando para conversar com a Débora Sousa Flores Costa, a CEO do Glorify, um aplicativo cristão criado em Londres há 4 anos, que mescla devocionais em diferentes formatos e soma mais de 8 milhões de usuários só no Brasil.

Quando vi que a “estranha” da mesa ao lado estava lendo um dos devocionais que recebi de uma editora (Café com Deus). Achei uma coincidência quase celestial, então me armei de coragem e fui até lá puxar um papo e fazer o que a repórter que habita em mim nunca conseguiu deixar de fazer: investigar. Eu perguntei três coisas bem simples: se estava gostando da leitura, se tinha o hábito de fazer devocionais e caso, sim, por qual motivo.

E a resposta, para meu espanto, foi completamente alinhada com a da CEO do Glorify, que eu entrevistei minutos depois de tornar a estranha uma semi conhecida. Aliás, antes da entrevista eu dividi minhas inquietações sobre o texto com a leitora do devocional. Além de ter dito que todos os anos, há pelo menos seis anos, ela fazia uma leitura diária com toda a ritualística, o que incluía acender velas, levar o livro para onde fosse e ter um encontro semanal só com ela e Deus, em um lugar diferente da casa, a minha nova amiga também me incentivou a prosseguir com este texto.

A melhor data para começar é agora

Ela alugou um triplex na minha cabeça com a seguinte indagação: a passagem do tempo quem determina somos nós. Qual o problema de começar um devocional em abril de 2024 e terminar no ano seguinte?

Por falta de resposta e pelo tom simpático com que ela me respondeu, entendi que o tempo de começar, seja um devocional ou uma mudança profunda na vida, pouco tem a ver com o tempo.

A leitora terminou o café, encerramos o papo de bons minutos e eu enfim me senti pronta para conversar com a Débora sobre o Glorify. Fiquei sabendo que o sucesso da prática tem sido um propulsor de novidades, e o aplicativo/site estava sendo bem-sucedido. Então ela se viu compelida a fazer uma movimentação contrária ao mundo digital, lançando uma versão de devocional com livro físico. Dispondo de espaço para anotações, capa dura e cores atrativas, para visar os leitores que buscam mais do que uma mensagem diária, mas um carinho em forma de livro.

A entrevista

“Percebemos ao longo desses 3 anos que as pessoas começaram a se identificar muito com a prática de leitura diária. É a consolidação de um hábito, um momento de meditação, de crescimento espiritual, aquela pausa para começar bem o dia ou para encerrar a jornada com gratidão. Nós somos um grupo cristão, então a nossa base é a Bíblia, os ensinamentos de Jesus. Todo o nosso conteúdo é voltado para isso. O que fazemos é trazer o cotidiano, as emoções e o dia a dia com base na palavra de Deus”, contou a CEO.

Ela aproveitou para dizer que, embora londrino, o Glorify tem em sua equipe teólogos brasileiros de diferentes denominações cristãs. Dessa forma, fazer com que a mensagem de Deus seja direcionada aos brasileiros e crie uma conexão ainda maior. Segundo ela, ao longo do ano outras novidades devem surgir para aumentar a interação entre os usuários, para que a prática do devocional seja ainda mais difundida e consolidada.

Eu comecei o texto dizendo que tinha uma vasta experiência com a prática. Pois bem, são 15 anos desde que li, pela primeira vez, um pequeno livro com capa florida chamado Pão Diário. Ganhei de uma senhora da igreja que eu frequentava. Ela sempre muito simpática, mesmo me encontrando poucas vezes sempre fazia questão de dar um abraço, trocar palavras afetuosas e me abençoar. Desde então ela nunca deixou de me enviar, onde quer que eu estivesse, um exemplar do Pão Diário. E eu nunca deixei de separar uns minutos do dia para refletir, agradecer e aprender um pouco mais. Espero que o meu texto desperte a sua curiosidade. E espero que algum devocional toque o seu coração, e o mais importante: que em 2024 não falte reflexão, aprendizado e gratidão.

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