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Inteligência Artificial (IA) traz riscos para a diversidade
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Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), principalmente no mercado de trabalho, é natural que surjam dúvidas e questionamentos sobre como essa tecnologia vai influenciar a área profissional.

Algumas plataformas de recrutamento, por exemplo, já fazem o uso da IA para a seleção dos candidatos, apontando aqueles que são mais adequados para as vagas.

Mas será que a utilização dessa ferramenta não traz riscos para a diversidade e a inclusão? Afinal, a IA pode ser preconceituosa? Descubra a seguir!

A influência da IA no mercado de trabalho

A Inteligência Artificial nada mais é do que programas e dispositivos que utilizam algoritmos para simular o raciocínio humano. E ela vem sendo utilizada em grande escala no mercado de trabalho, principalmente no Brasil.

De acordo com o relatório A IA já chegou ao trabalho. Agora vem a parte difícil, elaborado pela Microsoft, em parceria com o LinkedIn, 75% das pessoas que fazem trabalho intelectual no mundo usam IA e, no Brasil, essa porcentagem é ainda maior: 83%.

De fato, os sistemas que utilizam essa tecnologia podem ser bem eficazes na rotina profissional. Através deles, é possível impulsionar tomadas de decisões mais assertivas, criar novas oportunidades e aumentar a eficiência e produtividade, uma vez que ela possibilita automatização de tarefas rotineiras e repetitivas.

“A IA torna o trabalho mais eficiente, pois reproduz rapidamente e em grande escala aquilo que um ser humano ensinou a máquina a fazer”, explica Eduardo Endo, coordenador de pós-graduação da Faculdade Impacta.

A análise de currículo é um exemplo de tarefa repetitiva, que demanda bastante tempo dos profissionais que trabalham na área de recursos humanos. Por isso, algumas plataformas fazem uso da Inteligência Artificial para selecionar – e até entrevistar – pessoas candidatas.

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Como a IA é utilizada na triagem de currículos?

As plataformas de recrutamento e seleção que utilizam IA têm ganhado um espaço significativo nas grandes empresas.

Esses programas possuem um programa de seleção automática de currículos. Sendo assim, os profissionais de recursos humanos (RH), que antes ficavam dias analisando currículos, não precisam mais gastar esse tempo.

Os algoritmos são capazes de fazer uma filtragem no banco de dados e avaliar os perfis dos candidatos com base em critérios e objetivos relacionados à cultura das empresas. Para isso, basta que o recrutador insira os critérios da vaga na base de dados para a tecnologia trabalhar por ele, utilizando palavras-chave.

Ou seja, o papel da IA nesse processo é exibir para os recrutadores os profissionais que mais se encaixam na vaga. Mas não é só na triagem de currículos que a IA vem sendo utilizada.

Robôs realizam entrevistas de emprego

Embora ainda seja muito restrita, a utilização da Inteligência Artificial para entrevistas envolvidas em processos seletivos já é utilizada por empresas de grande porte do ramo de tecnologia.

Isso quer dizer que daqui a alguns anos você pode ser entrevistado por chatbot de Inteligência Artificial.

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As virtudes e os riscos do uso da inteligência artificial

Riscos que a IA traz para a diversidade

De acordo com a Gupy, uma plataforma que utiliza IA para oferecer intermediação de candidatos e empresas, uma das maiores vantagens de utilizar essa tecnologia no recrutamento e seleção, é eliminar os vieses inconscientes.

Ou seja, com a Inteligência Artificial no comando, a “opinião pessoal do recrutador” é eliminada. Dessa forma, possíveis preconceitos, estereótipos ou pensamentos tendenciosos, não influenciam na decisão da escolha de um candidato.

E Endo concorda: “Acredito que a grande facilidade de análise de dados dessas máquinas pode trazer insights importantes para criar um ambiente ainda mais igual dentro das empresas.”

Além disso, o uso de IA em iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) já é uma realidade. Mas isso não quer dizer que a tecnologia seja capaz de mitigar a discriminação.

Afinal, é preciso lembrar que seres humanos criaram os algoritmos. Sendo assim, eles podem incluir vieses inconscientes, fazendo com que a Inteligência Artificial perpetue o preconceito.

“São seres humanos que treinam a IA, e infelizmente temos muitos vieses. Esse fator torna extremamente arriscado deixar qualquer decisão ser tomada pela tecnologia sem supervisão”, alerta Eduardo. Por isso é que existem cada vez mais pessoas defendendo e exigindo a supervisão das Inteligências Artificiais.

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