Autoamor é o ingrediente da revolução do viver
Praticando o autoamor, podemos impor limites para fazer o sentimento fluir melhor e, enfim, desaguar e promover a revolução em todas as suas camadas
Eu era uma garota insatisfeita com o próprio corpo. Detestava as minhas pernas finas, o meu cabelo armado e aquele aparelho nos dentes.
Por isso, mal sorria nas fotos, alisava os fios e fazia dietas de engorda, sonhando com o dia em que eu não fosse tão magra – e feia.
Acho que passei a adolescência inteira odiando quem eu era. Foi só no começo da vida adulta que pude ficar feliz com o que o espelho refletia, apreciando o meu biotipo magricelo, o sorriso imperfeito e os cabelos ondulados.
Estar finalmente satisfeita com a minha imagem, para mim, significou um grande gesto de amor-próprio. Mas depois, ao longo dos anos – e de muitas sessões de terapia –, percebi o quanto eu ainda era cruel comigo mesma.
O quanto ainda detestava partes do meu jeito de ser e o quanto eu não conseguia valorizar minhas qualidades. Exigia de mim sempre mais, mas nunca me parabenizava de verdade.
Nem de longe eu me tratava com amor, acolhendo as minhas imperfeições e quem eu era capaz de ser. Nos últimos tempos, a vida me presenteou com mais um aprendizado sobre amor-próprio, que venho tentando incorporar aos poucos.
Dar limites para o autoamor surgir
Reconhecer as minhas necessidades inegociáveis e aprender a dar limites – para a minha relação com o outro, com o trabalho e até comigo mesma.
E como posso me amar se não sou capaz de cuidar do meu corpo em suas necessidades básicas de descanso, alimentação e hidratação, pausa e movimento?
Hoje, desacelerar, criar espaços para o que nutre a minha alma e me sentir merecedora de tempo para desfrutar a vida tem sido uma prática valiosa de autoamor.
No começo soa estranho, porque não somos naturalmente instruídos a nos amar, a nos preservar e a cultivar o que nos faz bem. Mas a gente avança a cada dia.
Afinal, são nas pequenas ações diárias que as grandes transformações podem acontecer. Que o autoamor seja, em nós, uma verdadeira revolução do viver.
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Conteúdo publicado originalmente na Edição 265 da Vida Simples
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