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Como negociar e definir limites nas relações?
Sigmund | Unsplash
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Lidia Muniz é negra. Negra e loira, aliás, como a cantora norte-americana Beyoncé. Ao viajar no começo do ano para um congresso de terapeutas na Califórnia, o estado mais politicamente correto dos Estados Unidos, ela notou que muitas sorriam ao passar por ela, como querendo dizer: “Eu a aceito do jeito que você é. Por mais diferente que você possa parecer do que eu sou, ou do que eu gosto, está tudo certo”.

Depois de 15 dias, esse comportamento supostamente gentil começou a lhe dar nos nervos. “Sei que sou diferente, fora do padrão, e que seria normal uma pessoa olhar para mim surpresa, até com certa hostilidade. Aceito esse risco. Mas era terrível suportar essa tolerância infinitamente condescendente que, no fundo, parecia sussurrar ‘olha, minha filha, tudo bem, você é maluca, mas eu, que sou bem legal e tolerante, vou aceitar sua excentricidade, desde que ela não invada os meus limites e você fique na sua, ok?’” Enfim, provavelmente um conveniente verniz social, tão raso que daria para raspar com a unha.

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