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Pense como um monge ou as 5 dicas para viver em paz
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É possível treinar a mente para encarar as situações adversas do dia a dia com mais leveza. O primeiro passo é aceitar que não existe perfeição, como ensina Jay Shetty, no livro Pense Como um Monge.

Em 2010, aos 22 anos de idade, o londrino Jay Shetty deixou uma carreira no mercado financeiro para buscar seu propósito. Foi, então, se tornar monge na Índia. Durante anos se dedicou às escrituras sagradas da cultura védica, meditou e buscou servir ao outro. Mas percebeu que seu conhecimento poderia ser melhor aplicado de outra maneira. Deixou o mosteiro e resolveu traduzir o que aprendeu para o maior número de pessoas possível.

De lá para cá, criou conteúdo para múltiplas plataformas e coleciona números impressionantes: mais de 38 milhões de seguidores em seus perfis oficiais nas redes sociais e mais de 8 bilhões de visualizações em seus vídeos. No podcast On Purpose, conversou com diferentes personalidades — em comum, todas expoentes em sua área de atuação — como a cantora Alicia Keys e a co-fundadora do The Huffington Post, Arianna Huffington, entre tantos outros. Em 2017, figurou na lista da Forbes como uma das pessoas mais influentes do mundo com menos de 30 anos.

viver em paz

No livro Pense como um monge (Editora Sextante), que ficou entre os mais vendidos do New York Times e acaba de ser lançado no Brasil, apresenta exercícios e dicas para uma vida com mais calma, generosidade e foco. De antemão, adianta que o objetivo não é a perfeição. Os fatores externos jamais serão perfeitos e a vida não vai correr como você quer. Compreender isso ajuda a estar preparado para o que der e vier. “Não existe um plano universal para paz e propósito. Para chegar lá, é preciso treinar a mente para focar na maneira de reagir, responder e nos comprometer com o que queremos da vida”, conta.

Veja cinco lições contidas na obra de Shetty que possibilitarão que você tenha uma rotina mais equilibrada e tranquila.

1 – Perdoe-se. O perdão é uma via de mão dupla — assim como você consegue desculpar o outro, é preciso se desculpar também. Não é raro nos sentirmos culpados pelas atitudes que tivemos no passado — esse sentimento incômodo, reflete que nossos valores mudaram. E isso é uma boa notícia, já que demonstra a evolução pela qual você passou e está passando. Contudo, o você do passado fez o melhor que podia naquele momento, com as ferramentas que tinha acesso. E não dá para mudar o que já foi. Perdoar-se pelo que você considera um erro, para seguir em frente com consciência, é a maior vitória que se pode conseguir.

2 – Não seja um salvador. “Se você for um nadador apenas mediano e tentar salvar alguém que está se afogando, é provável que a pessoa o leve a afundar com ela”, cita um trecho da obra. Para Jay, devemos ajudar com aquilo que dispomos de conhecimento e energia. Quando tentamos ser solucionadores dos problemas alheios, sem ter estrutura para tal, somos movidos pelo ego. São suas necessidades tentando moldar sua reação. Quando alguém precisa de um ouvido, escute sem despender muita energia. Salve quando estiver dentro de suas possibilidades, senão, deixe que outro seja o salvador.

viver em paz3 – Aceite seu medo e sua dor. Assim como um bebê que quando chora quer ser pego no colo para se acalmar, a dor e o medo precisam ser reconhecidos e acarinhados. Quando sentí-los, diga inspirando: “Eu vejo você, medo. Eu vejo você, minha dor”. Ao expirar, fale: “Vejo você e estou aqui do seu lado. Vejo você e estou aqui para você”. São caminhos para validar o que se sente, acalmando as reações físicas e mentais, que tendem a ficar alteradas em situações de estresse. É tirar os “e se” da mente e se concentrar no que é possível controlar, desarmando o sentimento.

4 – Esteja presente. Apesar de muitas vezes exigirem que sejamos multitarefas, executar uma atividade por vez é estar no momento presente. Principalmente quando o que estamos desempenhando, exige foco. A atenção fragmentada de realizar muitas coisas simultaneamente prejudica a capacidade de concentração e dificulta fazer uma coisa por vez. “Não precisamos ter o foco de um raio laser em todas as tarefas, o tempo inteiro. Tudo bem ouvir música enquanto você limpa o banheiro ou conversar com seu companheiro enquanto jantam. Da mesma forma que alguns instrumentos soam bem juntos, determinados hábitos se complementam. Mas fazer uma tarefa de cada vez sempre que possível, mantém o cérebro habituado a se concentrar numa coisa só. E, para fortalecer essa habilidade, você pode escolher algumas atividades rotineiras para realizar com concentração total, como passear com o cachorro, usar o celular (um aplicativo por vez!), tomar banho ou dobrar a roupa lavada”, sugere Shetty.

5 – Mente consciente. Todos nós temos um passado com dores, decepções e desafios de naturezas diversas. E por mais que algo que tenha machucado esteja no passado, não é garantia de que tenha, de fato, acabado. Muitos padrões estão gravados no inconsciente e enquanto não tivermos consciência deles, continuaremos a repeti-los. E a melhor maneira de dominar as vozes da mente, que por vezes levam a pensamentos depreciativos, é, literalmente, conversando com elas. Em outras palavras: fale com você mesmo, chamando pelo seu nome, em voz alta. O som é algo poderoso. Talvez não seja fácil de início, mas continue tentando. Falar sozinho ajuda a clarear os pensamentos e a por em relevo o que é importante. É habitual que digamos a nós frases negativas e enxerguemos claramente o que consideramos falhas, sem dar crédito aos acertos quando ocorrem. E eles acontecem o tempo todo. Por isso, quando pensar algo ruim sobre você, proponha um diálogo , revertendo a situação com um olhar generoso. Por exemplo: “não consigo fazer isso” pode ser repreendido com um “estou me esforçando para melhorar”. É utilizar sua voz adulta para dominar a voz infantil que cisma em se autocriticar.

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