Kombucha: o aliado da boa saúde
Imagina uma bebida que fortalece o sistema imunológico, faz um detox no organismo, reduz o estresse, combate a insônia e ainda ajuda emagrecer? Ela existe e se chama kombucha.
Imagina uma bebida que fortalece o sistema imunológico, faz um detox no organismo, reduz o estresse, combate a insônia e ainda ajuda emagrecer? Ela existe e se chama kombucha.
Graças às suas inúmeras propriedades benéficas à saúde, a kombucha tem conquistado cada vez mais adeptos. Além do aumento das opções industrializadas disponíveis no mercado, muita gente tem optado por fabricar sua própria bebida em casa. O kombucha é um alimento probiótico e microbiológico e na receita leva chá preto ou verde, açúcar e o scoby — pequeno disco gelatinoso de bactérias e leveduras O scoby é a sigla em inglês para “simbiotic culture of bacteries and yeast”. Após a fermentação concluída, pode-se ainda acrescentar frutas e até especiarias, como a canela.
A bebida virou a sensação do momento – até o cantor Caetano Veloso se rendeu à bebida– mas, apesar disso, ela não é uma novidade. Originária da China ou Japão (não se sabe ao certo), com mais de 2 mil anos, o kombucha é, basicamente, um chá fermentado, rico em probióticos, levemente gaseificado e com um sabor semelhante ao da cidra de maçã.
Segundo o médico Durval Ribas, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, a bebida é repleta de enzimas, probióticos, ácidos, aminoácidos, lipídios, proteínas, minerais e vitaminas — entre elas a B1, B2, B6, B12 e C. Há vários estudos em andamento sobre os seus benefícios, mas para já, sabe-se que o kombucha auxilia na saúde do intestino — regula a flora, fortalece da imunidade, previne gastrites — e combate dos radicais livres à insônia. Reduz o estresse, tem efeito detox… A lista é extensa.
Bom demais para ser verdade?
Então, a kombucha só tem benefícios? O Dr. Durval Ribas alerta apenas para os cuidados na hora de consumir a bebida. “Como pode ser preparado em casa — a partir de uma colônia de bactérias e leveduras — se manipulado de forma errada, a bebida pode ser contaminada por outras bactérias que podem causar prejuízos à saúde”, explica. “Além disso, por conta do açúcar presente no kombucha, os diabéticos devem evitar”, finaliza o médico que diz que a indicação é de até 150 ml da bebida por dia.
Para a sommelier de chás e produtora de kombucha, Carolina Castilholi, de Vitória, no Espírito Santo, o principal erro de quem quer começar a produzir a bebida é em relação às boas práticas de fabricação. “A kombucha é feita a partir do scoby e existem microorganismos indesejáveis que podem encontrar nele um ambiente propício à proliferação. Por isso é muito importante higienizar muito bem a bancada, utensílios e lavar bem as mãos quando for preparar a bebida” explica Carolina.
Fácil preparo
Carolina aconselha ainda a prender o cabelo e evitar falar muito durante o preparo (ou usar máscara) para evitar contaminações. Além de cobrir bem o recipiente com um tecido ou papel para evitar que insetos sejam atraídos pelo cheiro. “E se perceber sinais de mofo no scoby, por exemplo, tem que descartar tudo e começar de novo”, diz.
A sommelier diz que a primeira dica que dá para quem está começando é ter um padrinho ou mentor. “O kombucha é fácil de preparar, mas surgem muitas dúvidas durante o processo. Por exemplo, a primeira vez que tentei fazer, vi algumas manchas no meu scoby, achei que era uma contaminação e joguei tudo fora. Pouco tempo depois, descobri que aquelas manchas que eu observei eram apenas resquícios do chá que se depositaram ali. Joguei fora uma kombucha perfeitamente saudável”, finaliza Carollina.
O português Toni Gaspar — sediado na cidade de Leiria, Portugal — que produz e também ensina como fazer o kombucha, afirma que a cada nova fermentação, o scoby cresce e se reproduz, e os novos discos podem ser doados ou armazenados para novas produções da bebida. De acordo com ele, o kombucha não tem apenas os micro-organismos que fortalecem o sistema imunológico e ajudar na regulação do funcionamento intestinal. “Também contém vários ácidos na sua composição muito benéficos para o nosso corpo, sendo o ácido hialurônico o mais importante, por ajudar na produção de colágeno”, conta o português, que tem uma comunidade no Facebook com mais de 13 mil membros.
E, afinal, emagrece mesmo?
Dr. Durval Ribas explica que os probióticos presentes no kombucha atuam na produção dos hormônios leptina e insulina, que estão diretamente ligados à saciedade, agindo na diminuição da fome e controlando a taxa de açúcar no sangue. Mas ele lembra que não vale só tomar o kombucha e achar que vai emagrecer. “É importante ter uma alimentação saudável e praticar atividade física”, completa. Toni Gaspar também relaciona a bebida ao emagrecimento. “Como equilibra a flora intestinal, melhora o funcionamento do intestino e, como consequência, regula o apetite”, diz.
Faça o seu kombucha
Quer aprender a fazer o seu próprio kombucha? Toni Gaspar ensina um passo a passo, mas existem muitos tutoriais no YouTube e grupos no Facebook. Vale ressaltar que o scoby, ingrediente principal da bebida, geralmente pode ser adquirido gratuitamente em grupos do Facebook.
Ingredientes: 3 litros de água mineral, 200g de açúcar (branco ou demerara), 5 sachês de chá preto ou verde (ou 20g de folhas de chá), 1 scoby (junto com 300 ml de kombucha pronto) e um recipiente de três litros (em vidro)
Modo de preparo: Lavar bem as mãos e os utensílios com água quente e vinagre. Coloque 750 ml de água no fogo. Quando a água ferver, adicione o açúcar e misturar bem. Em seguida, desligue o fogo, adicione o chá e deixe repousar por 10 a 15 minutos. Despeje esse conteúdo no recipiente de vidro e acrescente dois litros de água e mexa bem. Em seguida, adicione o scoby e os 300 ml de kombucha. Tape o frasco de vidro com um pano de algodão e um elástico. Guarde o frasco em um local arejado e escuro por cerca de 10 dias. Depois desse período, a bebida estará pronta. Pode ser consumida assim in natura ou pode-se acrescentar frutas (200 ml por litro). Convém armazenar a bebida pronta para consumo em recipientes de um litro. Há quem prefira deixar mais tempo. Sabe-se que quanto mais fermentação, menos açúcar. Uma boa dica para quem limita o consumo do açúcar.
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