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Cinco sensações do dia a dia que constroem nossa felicidade
(Foto: Freepik) Quem nunca sentiu o coração quentinho almoçando com quem ama?
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Há sentimentos que são difíceis de explicar. Identificamos de forma mais fácil quando estamos tristes, com raiva, com medo ou confiantes e empolgados. Mas e a felicidade? Esse sentimento tão abstrato e almejado. Independente de conseguirmos reconhecê-la e aproveitá-la, certas sensações no dia a dia ajudam a construí-la.

É nos pequenos detalhes da rotina que experiências nos alegram, motivam e ajudam no bem-estar. Aquele instante em que vemos a vida um pouco mais azul, por assim dizer. Que dá vontade de repetir as palavras da atriz Fernanda Torres: “A vida presta!”.

Especialista em desenvolvimento humano e bem-estar, Rodrigo de Aquino explica que a felicidade não tem uma definição única porque é “um conceito subjetivo que se constrói a partir de experiências individuais”. No entanto, há atalhos para entender como ela está presente no dia a dia e como podemos valorizar os pequenos prazeres que dão sentido à vida.

“Felicidade está nas emoções positivas que superam as negativas, nos relacionamentos saudáveis e no sentimento de realização. Ela pode ser despertada por práticas simples e acessíveis, mas que exigem consciência, senso de presença e intenção. No cotidiano corrido da vida moderna, essas atitudes quase invisíveis são fontes de bem-estar emocional”, diz.

Confira cinco sensações do dia a dia que constroem nossa felicidade:

Estar com quem amamos

Na correria da rotina, deixamos passar batido momentos valiosos ao lado de quem nos faz bem. Seja pelo cansaço, ansiedade ou distração. Levar a vida no piloto automático às vezes nos cega. No entanto, apenas a presença de quem nos faz bem já alimenta nosso bem-estar emocional. E não precisa ser algo grandioso. Pode ser em um simples jantar em uma terça-feira qualquer após o trabalho, ou somente sentar no sofá para descansar e colocar o papo em dia.

“O ser humano é social, e a ausência de tempo para essas conexões pode aprofundar sentimentos de solidão. Por isso, investir tempo e afeto nos vínculos interpessoais nutre a alma e fortalece a sensação de felicidade”, afirma Aquino.

Viver o tempo presente

É difícil parar para respirar e apenas viver o tempo presente. Os pensamentos insistem em fugir para o passado ou viajar em direção ao futuro, mas raramente ficam no agora. No entanto, sabe aquela sensação de leveza ao simplesmente se espreguiçar em uma fresta de sol de outono quando na sombra faz frio? Ou então parar para ver os movimentos das nuvens? São instantes que nos coloca no momento presente e nos relaxa.

“Observar uma paisagem, prestar atenção aos detalhes ao nosso redor e se conectar com o agora nos permite perceber que o tempo presente é o verdadeiro presente que temos. Isso nos dá senso de pertencimento e consciência de que é no aqui e agora que podemos nos transformar.”

Saborear o momento de cozinhar e se alimentar

Não é sempre que é possível tirar um tempinho para cozinhar com leveza. Na rotina, quantas vezes nos pegamos comendo apenas para se alimentar? Cozinhar com calma ou comer algo que alguém querido preparou com carinho deixa a vida com mais sabor. Um sabor que se torna inesquecível.

“Sentar-se à mesa com pessoas queridas para dividir sabores e histórias é um gesto ancestral. O ato de compartilhar uma refeição resgata memórias emocionais profundas: o tempero da avó, a receita da tia, o aroma da infância. Isso reforça nossos laços sociais, de acolhimento e o senso de pertencimento. Essa experiência desperta sentimentos positivos e cria memórias de bem-estar que permanecem conosco”, ressalta Aquino.

Gentilezas genuínas que mudam o dia

Quem nunca se surpreendeu com um bom dia de sorriso aberto na rua, no elevador ou no mercado? Principalmente nas grandes metrópoles, onde mal reparamos no que acontece ao nosso redor e vivemos com o olhar e atenção presos no celular, um simples cumprimento recebido de forma genuína muda nosso dia. Pode até parecer clichê, mas esse pequeno gesto afeta nosso bem-estar e ajuda a construir a sensação de felicidade.

“É verdade que, muitas vezes, nossa gentileza se restringe ao círculo íntimo. É essencial tratarmos a generosidade e a gentileza como habilidades que podem e devem ser cultivadas no dia a dia. Ao fazer isso, damos um passo consciente em direção a uma prática real de empatia, tolerância, alegria e espontaneidade”, afirma o especialista.

Conhecer algo novo

Assim como a gastronomia nos permite viajar por sabores, a arte nos conduz por culturas, idiomas, paisagens e pontos de vista diferentes. O contato com as diversas formas de arte é fundamental para ampliar nossos horizontes. Vamos pegar como exemplo a música. Quantas vezes nos cansamos de escutar as mesmas playlists de sempre? Às vezes, uma música no modo aleatório surge no fone de ouvido e surpreende, desperta curiosidade e nos faz bem.

“Quando nos abrimos à poesia de um filme, à beleza de uma pintura ou à força simbólica de uma exposição, cultivamos a capacidade de compreender metáforas, subtextos e intenções, e isso nos torna mais afáveis, mais atentos ao outro, mais compassivos e mais humanos. A arte nos ensina a escutar, inclusive o que é diferente de nós. Ela lapida nosso olhar e amplia nossas formas de sentir”, explica o especialista.

A arte, aqui representada pela música, é só um exemplo. Isso pode acontecer ao conhecer pessoas novas de forma inesperada. Essas interações resgatam a sensação de estarmos vivos, e não apenas existindo.

Para finalizar, Rodrigo Aquino ressalta algo fundamental que passa por todos os itens acima: mesmo em momentos tristes, uma pessoa pode ser feliz. Assim como alguém alegre por fora pode estar infeliz por dentro. “A felicidade acontece quando nossos elementos internos se conectam com o mundo ao redor e, juntos, nos fazem florescer.”

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