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Quer começar a correr? Veja 5 passos para tirar o sonho da gaveta
(Foto: Chander R/Unsplash)
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Dos 46 anos de vida, o consultor tributário Hugo Amano corre a pelo menos 23 deles. A prática, que ganhou força no início da vida adulta, é hoje um dos principais momentos de lazer, relaxamento e meditação do corredor. Há um crescimento na prática do esporte no Brasil, mas é preciso seguir cuidados e orientações específicas antes de correr para não queimar a largada.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24,6% dos brasileiros praticam corrida ou caminhada em alguma frequência. Já de acordo com a plataforma TicketSports, que atua na venda de ingressos para eventos esportivos, o Brasil tem 13 milhões de corredores.

Para quem deseja incluir a corrida na rotina, uma das orientações é buscar um lugar adequado à prática. “Um espaço mais tranquilo, uma rua mais arborizada, parque, praça ou algo que você não vá com tanta frequência”, diz o corredor. Se não houver ambientes próximos, o ideal é encontrar uma companhia agradável e praticar com constância.

“Não é para ficar pensando demais. O ideal é deixar tudo preparado, seja para a manhã ou para a noite. Chegou em casa, se troque e vá logo correr. Se ficar refletindo muito, você acaba não fazendo as coisas”, brinca o corredor.

Correr exige acompanhamento profissional

Foto de uma pessoa correndo na areia de uma praia durante o dia. A pessoa veste uma camiseta verde neon com o número 218 preso na frente, shorts preto e tênis de corrida escuros. Ao fundo, há um mar azul com algumas pedras cobertas de musgo e vários barcos ancorados. O céu está limpo e azul, com montanhas ao longe, sugerindo um clima agradável e ensolarado. A pessoa tem Hugo Amano é corredor há 23 anos e já realizou diferentes provas ao redor do mundo (Foto: divulgação)

Hugo explica que iniciou a prática em um período onde não havia tantas informações seguras sobre a corrida. Hoje, há uma quantidade muito maior, embora nem todas sejam confiáveis.

“Para quem está começando, eu acho que o segredo é constância. Se você se propôs a treinar três vezes por semana, por exemplo, você tem que seguir esse ritmo”, diz o corredor.

Antes de colocar o pé na rua, é aconselhável procurar uma assessoria técnica que possa auxiliar nos treinos e avaliações. “A primeira coisa que deve ser feita é buscar um profissional de educação física, porque é ele que vai orientar em vários aspectos”, explica Anito Pinheiro Alves, treinador de corrida.

Anito diz que, na assessoria que conduz, orienta que os corredores busquem também uma avaliação com ortopedista e cardiologista. “Por outro lado, o profissional de educação física também realizará uma avaliação de aptidão física, com o objetivo de identificar o nível atual de condicionamento, para então prescrever adequadamente a carga e o treinamento”, diz.

Existe um equipamento correto para começar a correr?

Apesar de haver inúmeras avaliações e sugestões sobre modelos de equipamentos, especialmente tênis de corrida, não há um modelo específico ideal. É preciso avaliar caso a caso, e por isso a importância de uma assessoria técnica.

“O profissional de educação física, junto com o aluno, avalia os equipamentos disponíveis e orienta sobre o tipo de tênis mais adequado, levando em consideração a atividade a ser realizada”, diz Anito.

Caso o aluno pratique atividades de longa duração ou seja um corredor com sobrepeso, a escolha recai sobre um modelo com mais amortecimento e conforto. Já para um atleta mais leve e rápido, a recomendação seria por um tênis que ofereça maior resposta para melhorar o desempenho.

“O equipamento necessário inclui principalmente tênis adequados e relógios GPS. Mas o profissional de educação física está capacitado para orientar o aluno iniciante sobre a escolha e uso desses recursos”, comenta.

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O que aprendi ao correr

Estabelecer uma rotina é fundamental

Para o corredor Hugo Farias, comemorar as pequenas conquistas e iniciar pequenos hábitos durante a semana, como caminhadas e corridas de curta distância, são importantes. “O que recomendo para quem está começando e precisa desenvolver a autodisciplina, manter-se motivado e estabelecer novos hábitos, é focar em começar e não se preocupar tanto com a distância ou o ritmo, mas sim em ser constante”, sugere.

E de constância ele entende bem. Aos 43 anos, o executivo de uma empresa de tecnologia no interior de São Paulo deu uma pausa na carreira e partiu para um desafio complexo. Hugo tinha o objetivo de correr 365 maratonas em 365 dias. Batizado de Projeto Propósito, o corredor correu 42 quilômetros cotidianamente.

O paulista defende que aumentar a motivação é uma questão chave para quem está nos passos iniciais.

“É o fato de você assumir o compromisso consigo mesmo, com a pessoa que deseja se tornar, com o treinador e com as outras pessoas.”

Para Anito, é importante que o profissional de educação física tenha ciência dos objetivos e da rotina do praticante. “O treino deve ser personalizado, considerando tanto a disponibilidade quanto o nível de condicionamento físico inicial. A partir dessa análise, será possível estabelecer uma rotina progressiva”, diz.

Respiração equilibrada melhora a performance

Na imagem, há um homem a correr em uma rua asfaltada durante o dia. Ele está vestindo uma camiseta azul com a frase "Projeto Propósito" estampada no peito, além de um boné branco com detalhes azuis e óculos escuros espelhados. Ele também usa um colete com suporte de hidratação e uma pochete na cintura. Atrás dele, algumas pessoas estão pedalando bicicletas, vestidas em roupas esportivas. A cena ocorre em um ambiente urbano com árvores, calçadas e uma van estacionada ao fundo. Hugo Farias iniciou o “Projeto Propósito”, correu 365 maratonas em 365 dias, o que rendeu um recorde no Guinness Book (Foto: divulgação)

Hugo Farias trilhou uma trajetória no esporte desde a infância, indo da natação, passando pelo basquete e o tênis. “A partir de 2019, entrei no mundo da corrida, quando procurei uma assessoria técnica com o objetivo de completar minha primeira maratona”, explica.

Foram nove meses de treinamento com uma equipe multiprofissional para correr a maratona de Buenos Aires. “Fui entendendo e respeitando isso, seguindo as orientações dos profissionais, e, aos poucos, fui melhorando até conseguir completar minha primeira maratona.”

Apesar de ter uma vida agitada, com trabalho, viagens e compromissos familiares, foi preciso aprender a adotar novos hábitos, mudar a rotina e se adaptar.

“Tive que começar a acordar mais cedo para não comprometer o tempo com a família nem com o trabalho. Essas escolhas foram fundamentais para que eu conseguisse atingir meus objetivos no mundo da corrida.”

Para ele, a respiração é fundamental para manter a constância durante a prática da corrida.

“Se perceber que está correndo em um ritmo muito forte e ofegante, é importante diminuir para um ritmo mais confortável, que permita ir mais longe”.

A não ser que seja uma prova de performance, em que o objetivo seja outro, respirar de forma calma e com controle pode potencializar melhores resultados.

A opção de correr descalço

Para iniciantes na corrida, correr descalço é uma alternativa acessível e que introduz o corredor à prática. Essa modalidade oferece diversos benefícios, como a melhoria da técnica de corrida, pois favorece o pouso com a parte da frente do pé, reduzindo o impacto nas articulações.

Além disso, fortalece os músculos dos pés, tornozelos e panturrilhas, e melhora a propriocepção, ajudando o corpo a se adaptar melhor a diferentes superfícies. Essa conexão direta com o solo, conhecida como “grounding”, está associada a uma sensação de bem-estar.

“É uma forma muito recreativa de corrida, em que você corre de maneira bem lenta, em terrenos como terra ou areia, ou até mesmo em uma caminhada ou trote muito leve, para evitar um impacto excessivo”, explica Anito Pinheiro.

O treinador explica que o objetivo de usar tênis, principalmente em pisos de asfalto, é minimizar o impacto nas articulações, músculos e tendões de forma geral.

Sendo assim, “se você correr descalço, irá absorver esse impacto diretamente, o que pode resultar em lesões. A única vantagem que eu poderia citar seria que esse é um treino muito leve na terra, realmente para ajudar no relaxamento”, orienta.

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