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Seis documentários sobre esporte para você seguir no clima olímpico
Em 2018, Simone Biles tornou-se tetracampeã na categoria individual geral do Mundial de ginástica artística em Doha, Qatar (Foto: divulgação/Agência Pública)
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Da Grécia antiga, como uma celebração para os deuses, até a atualidade, os jogos ocorrem de quatro em quatros anos e expõem não só o esporte no seu mais alto nível, mas a capacidade que ele tem para inspirar e emocionar.

Nas derrotas e nas vitórias o esporte ensina sobre a vida e sobre a resiliência para vivê-la. Em 2004, na edição que ocorreu em Atenas, por exemplo, o brasileiro Vanderlei Cordeiro liderava a maratona até que um padre o empurrou e o derrubou. Perder a chance de um ouro não o impediu de concluir sua prova, nem de chegar com os braços abertos para uma conquista que ficou ainda mais emocionante com a postura que ele assumiu de não desistir.

Em outras situações, o evento é capaz de colocar pessoas excluídas em posições de destaque. É o caso da boxeadora Cindy Ngamba, ganhadora do bronze na categoria de 75kg na edição de Paris 2024. A jovem é a primeira atleta pertencente à equipe de refugiados a subir em um pódio.

A atleta de 25 anos mudou-se para a Inglaterra ainda criança, entretanto nunca conseguiu a cidadania do país europeu, mesmo com repetidas tentativas. Além disso, a jovem também não pode voltar a sua terra natal, Camarões, ou competir por ela. Isso porque Cindy é homossexual e isso é considerado crime no país. Esses dois fatores a levaram a competir pela Equipe Olímpica de Refugiados.

O time foi criado pelo Comitê Olímpico Internacional e teve sua primeira aparição na edição do Rio 2016. Os atletas que compõem estão dentro das definições do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), sendo pessoas “forçadas a fugir de seu país por causa de perseguição, guerra ou violência.” Nesse sentido, a equipe tem como objetivo possibilitar que atletas de alto nível que foram afetados pela crise dos refugiados possam ter a chance de se qualificar para os jogos.

Produções sobre esportes

Os jogos de 2024 em Paris chegaram ao fim e vão deixar saudades, mas você não precisa esperar até o início das Paraolímpiadas, que iniciam no dia 28 de agosto, ou mais quatro anos, para a edição de Los Angeles, para sentir de novo todas as emoções que o evento proporciona.

Portanto, a Vida Simples separou uma lista de documentários sobre esportes para que você continue se emocionando e se encantando com as histórias que envolvem dedicação, força de vontade, superação, trabalho em equipe e fairplay (a competitividade saudável).

Pódio para Todos

O documentário aborda os Jogos Paraolímpicos e a relação dos atletas com o esporte. A produção passa também pelas origens das Paraolimpíadas. A competição foi criada pelo médico Ludwig Guttmann, um pioneiro no uso do esporte como prática terapêutica e de socialização para pessoas com deficiência.

Nove atletas, de diferentes países e modalidades, trazem suas experiências e histórias com o esporte paraolímpico. A australiana Ellie Cole, por exemplo, teve um câncer na infância, sem regressão do tumor, uma de suas pernas teve que ser amputada. Como conta na produção, a natação é uma prática muito comum em seu país. Além disso, era o esporte que ela conseguia praticar quando criança. Ela evoluiu seu desempenho, e com o treino ao longo dos anos, tornou-se um dos principais nomes da natação na Austrália.

Jean-Baptiste Alaize também é um dos que conta sua história com o esporte. Quando ainda era criança, ele foi vítima da violência da guerra civil de Burundi, e teve sua perna amputada. Em sua participação no documentário, conta que escolheu a modalidade do salto à distância como uma forma de superar o seu passado.

Além dos atletas, ativistas, apreciadores e pessoas envolvidas com a origem dos jogos depõem sobre suas relações com o esporte paraolímpico.

Brilhante: Documentário da Campeã Olímpica Fofão

Quando se fala da história do vôlei no Brasil, não se pode esquecer o nome de Hélia Rogério de Souza, mais conhecida como Fofão. Um destaque de sua carreira foi nas Olimpíadas de 2008, quando Fofão, que jogava na posição levantadora, foi medalha de ouro. Foi a primeira vez que o vôlei de quadra feminino brasileiro alcançou o topo do pódio olímpico.

Brilhante: Documentário da Campeã Olímpica Fofão disponível no Youtube, conta a trajetória da jogadora, desde seu início no esporte até a liderança da seleção brasileira.

O longa também apresenta familiares, amigos e pessoas que trabalharam e jogaram com ela, como o atual técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, e a ex-jogadora Ana Moser.

O Retorno de Simone Biles

Em 2021, plena pandemia de covid-19, a ginasta Simone Biles, um dos maiores nomes do esporte, retirou-se das Olimpíadas de Tóquio por questões de saúde mental. O documentário acompanha, então, a jornada da atleta para se recuperar e estabelecer uma relação mais saudável com o esporte e a vida pessoal.

Além desse momento na carreira de Biles, a produção também traz um pouco das suas origens, sua infância e seus relacionamentos. Também resgata a história de momentos dramáticos da sua carreira, como os casos de abuso praticados pelo médico da equipe de ginástica.

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Losers

Perder faz parte do jogo, tanto quanto a vitória. Embora ninguém queira experimentar a derrota, esses momentos podem ser de profunda reflexão, ajuste e inspiração.

Nesta série documental, cada um dos oito episódios traz a história de como a derrota mudou a vida dos atletas. As histórias são diversas e inspiradoras: alguns, depois de perder, acabaram encontrando sua verdadeira vocação em outras profissões, como Michael Bentt, que se tornou ator.

Por outro lado, há aqueles que aperfeiçoaram suas estratégias e treinamentos e conseguiram até mais sucesso no esporte. Como foi o caso do atleta de curling, Pat Ryan. O esporte consiste em lançar uma pedra o mais próximo possível do alvo, para isso o resto da equipe varre a pista de gelo para controlar o atrito, dessa forma a pedra segue a trajetória desejada.

No caso de Pat Ryan, depois de uma dolorosa derrota, ele desenvolveu um método para jogar que consistia em fortalecer na defesa, ou seja, eliminar as pedras que o adversário colocava no alvo. Além disso, ele estabeleceu uma série de comportamentos para o seu time na hora de jogar, como não falar coisas negativas, não beber e não ficar sentado entre uma jogada e outra. Essas novas práticas transformaram a modalidade.

The Playbook

Nesta série com cinco episódios de 30 minutos, cada, cinco treinadores mostram suas regras, filosofias e histórias que levaram seus atletas e times à vitória em seus esportes.

Em cada perfil, é possível conhecer melhor o modo de pensar de cada técnico, portanto é possível extrair bons insights sobre motivação e propósito. Afinal, o que faz um atleta ser uma pessoa vitoriosa? Chegar ao topo do pódio é muito mais que apenas bons resultados. A vitória está em como ela é conquistada e vivida.

Respeita as minas

O curta traz a realidade do futebol feminino no Brasil a partir da rotina das jogadoras do Corinthians. Dessa forma, a produção acompanha a rotina de atletas como Victoria Alburqueque, Giovanna Campiolo e Cacau, além de contar com entrevistas exclusivas e relatos impactantes sobre a condição da modalidade no país.

Além disso, o documentário relata a disparidade entre o futebol feminino e masculino, além de mostrar a concentração do esporte na região Sudeste. Em contrapartida, não é possível deixar de notar a força, tanto das atletas profissionais quanto das categorias de base, em enfrentar as dificuldades impostas a mulheres que desejam trilhar o caminho do futebol.

A produção do The Players’ Tribune está disponível no Youtube.

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