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    Como persistir após ouvir vários “nãos” na vida?
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    Persistir não é fácil. De acordo com doutora em psicologia Juliana Brandão, autora da tese Resiliência e trajetórias de vida diante de adversidades”, para alcançar um grande resultado, as pessoas passam por frustrações, decepções e precisam persistir, aprendendo a lidar com a perda antes do sucesso. Mas, como fazer para seguir em frente após ouvir vários nãos na vida?

    Exemplos de persistência

    A atriz Maria Padilha sempre quis ser mãe, mas quase não realizou seu maior sonho. Quando decidiu que iria engravidar, aos 44 anos, seu casamento chegou ao fim e ela desistiu da gestação. Aos 48 anos, ela entrou na fila de adoção. Mas, teve que esperar cinco anos até encontrar Manoel e quase dois anos para assumir a maternidade e apresentar o filho ao mundo, já que a documentação da adoção demorou para sair. 

    Quem também encontrou muitos obstáculos na vida foi o pianista e maestro João Carlos Martins. Ele já era um pianista renomado e reconhecido quando, aos 18 anos, sofreu um acidente jogando futebol, que perfurou seu cotovelo e afetou o movimento da mão direita. Foram várias cirurgias e muita fisioterapia até recuperar a mobilidade. 

    Aos 30 anos, ele desenvolveu uma doença rara, que deixa os músculos sem controle e afeta os movimentos das mãos, mas se adaptou às próprias limitações, e continuou tocando. Quando completou 55 anos, João Carlos Martins foi assaltado e levou um golpe na cabeça com uma barra de ferro. O pianista sofreu uma lesão cerebral e acabou perdendo todos os movimentos da mão direita. 

    Ele, então, passou a tocar o piano usando apenas a mão esquerda, mas em 2019, ele teve um tumor nessa mesma mão e teve que se despedir dos teclados. Porém, no ano seguinte, o pianista descobriu uma luva robótica, que trouxe os movimentos das mãos de volta e, desde então, voltou a tocar seu tão amado piano.  

    Ou seja, mesmo recebendo várias negativas da vida, eles persistiram e conseguiram realizar seus sonhos.

    Leia mais: Sonhos: quando persistir, quando desistir

    Por que ouvir um não mexe tanto com a gente?

    A palavra “não” no dicionário é definida como negação, recusa, oposição, contestação ou o contrário do que se afirma. Por isso, ao ouvir um “não” ou encontrar um obstáculo – que também é um tipo de negativa -, o cérebro entra no “modo de sabotagem”. 

    De acordo com Gabriela Borba, psicóloga clínica especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), geralmente, ouvir um não, desencadeia sentimentos de rejeição, afetando a autoestima e a sensação de pouco valor pessoal. 

    O mesmo diz a psicanalista, treinadora mental, cientista e pesquisadora Elainne Ourives. “Quando internalizamos negativas como uma validação, prejudicamos os nossos sonhos, pois não nos sentimos capazes de realizá-los e eles se tornam em nossa mente inatingíveis ou impossíveis, já que começamos a duvidar de nossa própria capacidade. Essa dúvida e falta de confiança podem criar barreiras mentais e emocionais que dificultam a visualização positiva”, complementa Elainne.

    Como lidar com um “não” de forma inteligente

    Seja um sonho pessoal ou profissional, o caminho para realizá-lo será cheio de adversidades, que se não forem encaradas da maneira correta, fará com que a persistência “vá por água abaixo”. 

    Portanto, é importante lidar com o “não” de maneira inteligente, construtiva, reconhecendo-o como uma parte natural do processo de criação.

    Além disso, é possível usá-lo como uma oportunidade para aprender e crescer, em vez de permitir que ele nos impeça de persistir em nossos objetivos.

    Você também pode gostar: Persista, mas com equilíbrio: veja quando é a hora de continuar o desistir 

    Estratégias para persistir

    • Se você tem um sonho ou um objetivo a ser concluído, o primeiro passo é criar metas realistas, alcançáveis e com prazos definidos
    • O próximo passo é identificar e desafiar os pensamentos irracionais diante das adversidades. Por exemplo, quando ouvimos um “não”, é normal que algumas crenças, como “eu nunca vou conseguir” ou “eu sabia que não era capaz”, tomem conta da nossa mente. 
    • Desse modo, é importante cultivar um diálogo interno positivo e encorajador, reforçando a autoconfiança e a determinação para contrariar essas crenças. “Praticar a gratidão, visualizar o sucesso e substituir pensamentos negativos por pensamentos construtivos nos ajuda a superar desafios e a continuar avançando”, recomenda Elainne.
    • As especialistas dizem que, para persistir, é preciso ressignificar o “não”, encarando os “fracassos” como oportunidade de aprendizado e crescimento. 
    • “Pode-se refletir para ajustar o plano de ação. Nesse sentido, reorganize as suas metas para que elas sejam mais específicas, dividindo o objetivo maior em etapas menores e melhor gerenciáveis. Isso reduz a probabilidade de desistência diante de um obstáculo ou rejeição”, aconselha Gabriela. 
    • Criar uma rede de apoio também é essencial. Ela pode ser formada por amigos, familiares, mentores ou pessoas que compartilhem dos mesmos objetivos – elas podem ser uma fonte valiosa de motivação e encorajamento. 
    • Segundo Elainne, compartilhar nossos desafios e sucessos com outras pessoas, nos ajuda a manter o compromisso e a responsabilidade com nossos propósitos. 
    • Por último, mas não menos importante, celebrar as pequenas vitórias durante o processo, por menor que elas sejam, é uma ótima estratégia para persistir no objetivo. 
    • Todas as vezes que você ouvir um “não” e pensar em desistir, pare e relembre tudo o que conquistou ao longo do caminho, isso renova a energia e motiva o avanço.

    Como não desanimar diante das dificuldades

    É natural se fixar na rejeição ou em fatores externos e até fazer comparações diante das dificuldades durante o processo ou caminho para chegar até o objetivo desejado. 

    Por isso, nem todas as emoções ruins precisam ser substituídas ou afastadas, elas também precisam ser acolhidas e analisadas. 

    Mas o ideal é que você se concentre naquilo que está sob seu domínio, já que não podemos controlar tudo, para permanecer no caminho que você acredita, sem desanimar. “Isso ajuda a fortalecer a sensação de autonomia e autoconfiança”, afirma Gabriela. 

    Além disso, aproveite as adversidades para descobrir algumas capacidades emocionais, como a resiliência e técnicas de enfrentamento. A psicóloga sugere a busca de apoio social, prática mindfulness e uma perspectiva realista sobre as próprias habilidades.

    Outra forma de não desanimar e continuar persistindo é visualizar os objetivos com clareza. “Imagine seus sonhos como se já fossem realidade. Sinta as emoções positivas associadas e visualize cada detalhe como deseja”. 

    Como saber quando é a hora de parar?

    Segundo Gabriela, reconhecer quando é a hora de parar e desistir de um objetivo é uma habilidade importante para promover o bem-estar emocional e evitar frustrações desnecessárias. 

    Todo mundo tem um sonho, mas é preciso colocar na balança os prós e contras para saber se chegou a hora de “largar o osso”. 

    De acordo com a psicóloga, para saber se você já esgotou todas as possibilidades é preciso ponderar algumas coisas, como, por exemplo: 

    • Considere os benefícios potenciais de persistir em relação aos custos emocionais, físicos e temporais associados à busca do objetivo;
    • Esteja aberto à adaptação e à mudança de planos quando necessário;
    • Reconheça os sinais de estagnação ou dano à saúde física, mental, emocional ou aos relacionamentos decorrentes da persistência em um objetivo;
    • Admita que algumas situações estão além do nosso controle e que nem sempre podemos alcançar todos os nossos objetivos.

    Desistir não é um sinal de fracasso

    Segundo Gabriela, aceitar que todas as possibilidades foram esgotadas e que aquele percurso chegou ao fim, é positivo. “Pode ser libertador e permitir que nossos esforços sejam direcionados para áreas mais promissoras e gratificantes”. 

    Muitas vezes, persistir em algo a todo e qualquer custo pode afetar relações e pessoas que estão ao seu redor. Além disso, permanecer exposto aos sintomas de estresse excessivo, esgotamento, baixa autoestima ou ansiedade pode trazer graves prejuízos emocionais.

    “É essencial lembrar que desistir de um objetivo não significa fracasso, mas sim um ato de autocompaixão e sabedoria”, finaliza a psicóloga.

    Veja mais: Quando largar o osso: desistir pode abrir novas possibilidades

     

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