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Como abandonar o perfeccionismo e ter uma vida mais leve
Perfeccionismo pode levar à frustração e à não conclusão de tarefas. Iris Wang/ Unsplash
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Entregar uma demanda, agradecer por um elogio ou celebrar uma conquista são situações normais, mas não para os perfeccionistas. O perfeccionismo é um padrão de comportamento que preza por algo impossível de conseguir: a perfeição. E isso traz efeitos negativos para a vida dessas pessoas.

“O perfeccionista nunca está livre”, resume Heloísa Capelas, escritora e especialista em autoconhecimento e inteligência emocional. Isso porque pessoas com essa característica vão à exaustão, fazendo e refazendo suas atividades para alcançar a perfeição. Apesar de desgastante, o perfeccionista encara isso como seu dever. “Ser perfeccionista é muito cansativo, porque nada mais importa a não ser que você faça direito, a não ser que você faça perfeito.”

Além desse comportamento ser cansativo, tira possibilidades de aproveitar a vida. Heloísa explica que o perfeccionista fica preso em uma atividade, em vez de finalizá-la e seguir adiante. Isso se estende para aprender e tentar coisas novas, se ele não for bom em algo imediatamente, é possível que pare de praticar a atividade. “Ele tem a dificuldade de começar um dia de cada vez, fazendo cada dia melhor”, explica.

A alegria e o prazer da vida acabam sendo perdidos nessa dinâmica. “Ele está perdendo a [chance de viver a] vida, está perdendo a felicidade, está perdendo o prazer”, conclui Heloísa.

Por que algumas pessoas são mais perfeccionistas que outras?

Para a especialista, a preocupação com a opinião do outro é o centro desse comportamento, que pode ter origem nos modelos aprendidos na infância. “Pais que se cobram muito, que são muito exigentes com eles mesmos e com a criança” dão as condições para o desenvolvimento do perfeccionismo. “Ela [a criança] vai desenvolver essa preocupação com a opinião do outro”, conclui.

Heloísa explica que o comportamento de apresentar uma performance e atividades perfeitas mostra também uma necessidade de se diferenciar para conseguir validação e amor. “Nós somos todos muito parecidos e nós não queremos isso porque se a gente for parecido é como se a gente não tivesse valor. E se eu tenho um valor diferente, eu vou ser mais amável, vou ser o escolhido”, inicia. “ E todos nós estamos em busca do amor, de ser amado. É o nosso grande sonho, queremos pertencer.”

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A aceitação é a chave para uma jornada de vida mais leve 

Como viver uma vida com menos perfeccionismo?

Para lidar com o perfeccionismo e ter uma vida mais leve e prazerosa, Heloísa aponta o caminho da aceitação e do autoconhecimento.

“A aceitação é uma dos sentimentos e das expressões na vida mais importantes”, inicia a escritora. “Aceitar a vida como ela é, nos aceitar com todo o nosso bem e nosso mal. Aceitar que eu estou em processo de aprimoramento. Isso traz um nível de tranquilidade”, explica.

Para ela, a aceitação é o primeiro passo, seguido de reflexão sobre a situação e disposição para mudança. “Aceito que é isso que eu estou vivendo para daí me perguntar: o que eu faço com isso?”, exemplifica. “Esse é o caminho inteligente, da auto-observação sem julgamento.”

E não se julgar é primordial, uma vez que o julgamento atrapalha o reconhecimento dos sentimentos e comportamentos, segundo Heloísa.

O autoconhecimento entra como a forma que as pessoas podem identificar esse comportamento e suas origens para, assim, aceitá-los e iniciar mudanças, como foi recomendado por Heloísa. “É [saber] o que está acontecendo comigo, se perguntar, se auto-observar, se fazer perguntas. Ficar curioso ao seu respeito. Essa é a saída para qualquer mudança”, explica a especialista.

Livros que ajudam a lidar com o perfeccionismo

Além da ajuda com terapia especializada, junto a psicólogos, outras fontes de conhecimento podem trazer boas reflexões, como os livros a seguir:

A arte da imperfeição: Abandone a pessoa que você acha que deve ser e seja você mesmo

A autora Bené Brown leva o leitor a uma reflexão sobre essa necessidade de perfeição imposta pela sociedade e aponta a aceitação das vulnerabilidades como uma forma de ter uma vida mais autêntica.

Desse modo, para se libertar do perfeccionismo e de outros males que o acompanham, como o medo e a vergonha, Brown indica a coragem para ousar, compaixão para se perdoar e conexão com quem amamos.

Termine: a Alegria de Acabar o que Você Começa

Se você é o tipo de pessoa que não termina suas atividades por causa do perfeccionismo, esse livro pode te ajudar a descobrir que é “feito é melhor do que perfeito”.

O autor do livro, Jon Acuff, apresenta estratégias voltadas para aliviar a pressão e fazer as pessoas se divertirem para, assim, concluírem suas atividades. Pesquisas e estudos são base para a conclusão que mostra que eliminar regras secretas, escolher algo para falhar intencionalmente e se divertir são importantes para o sucesso.

A armadilha da perfeição: O poder de ser bom o suficiente em um mundo que sempre quer mais

Thomas Curran explora a questão da perfeição e da cobrança para superar expectativas dos outros e próprias. Ele mostra como essa busca pode ser perigosa para a saúde mental, podendo provocar depressão e burnout, que chegaram aos maiores níveis.

O escritor traz evidências e histórias reais, além de mostrar alternativas para criar uma cultura mais acolhedora para a imperfeição, algo natural e humano.

Vamos falar de perfeccionismo: 100 perguntas para lidar com a insatisfação e autoaceitação

Não é exatamente um livro, mas sim uma caixinha com cartas nas quais Jayana Ventura propõe a reflexão sobre pensamentos, comportamentos, emoções, relações e outros elementos para trabalhar a aceitação e reduzir o sofrimento e ansiedades causados pelo perfeccionismo.

O conteúdo é indicado para quem sofre com metas irreais, autocobrança excessiva e expectativas fora da realidade. Então, com as perguntas, a obra oferece caminhos para mais leveza e autocompaixão.

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