Ressignificar para se reinventar
No seu texto de despedida da Vida Simples, Luciana Pianaro fala sobre a necessidade de ressignificar para seguir vivendo a vida com coragem, lucidez, consciência e propósito
Há seis anos, escrevi minhas primeiras palavras por aqui, e agora chega a hora de me despedir deste espaço tão acolhedor. Foram exatos 74 meses à frente desta revista tão querida, que toca corações e inspira pessoas a viver com mais leveza e significado.
Não poderia ser mais grata. Escrever esta coluna foi um grande exercício de autoconhecimento. Aqui aprendi a reconhecer a importância das pequenas pausas, a escutar meu corpo com atenção, a equilibrar a esfera pessoal e o trabalho e a valorizar a busca pelo essencial.
Compreendi que não há problema nenhum em querer trocar de direção, recomeçar e buscar novos propósitos para a vida. Colocar meus pensamentos em palavras ajudou-me a entender que a existência definitivamente não é uma linha reta.
Pelo contrário, ela nos convida, de tempos em tempos, a mudar a rota, a abrir novas trilhas e a nos reinventar quando a alma, curiosa e inquieta, clamar por expansão e contentamento.
Entendo que se reinventar não significa descartar o passado, mas ressignificar o que vivemos ao longo do caminho. Cada experiência, aprendizado e dor nos traz um valor único, mesmo que nem sempre o reconheçamos de imediato. Ao reelaborar o vivido, permitimos que a nossa compreensão se renove e, com ela, a própria vida.
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Não há idade limite para ressignificar a vida
Às vésperas de completar 50 anos, sinto que é hora de ressignificar minha trajetória mais uma vez. Agora, vou me dedicar a levar mais conscientização sobre a importância de equilibrar todas as partes da vida – mente, corpo, emoções, trabalho e relações, por meio de meus escritos e de minhas palestras. Erguerei pontes entre mim e o mundo; o meu e o seu coração.
A decisão de me reinventar é um passo consciente em direção ao novo. Mesmo a tomando com firmeza, não sei exatamente como será o caminho daqui para frente, mas carrego comigo todas as ferramentas e aprendizados que adquiri nessa jornada.
Ressignificar é honrar o que passou, com gratidão e sem apego. Conservar o que importa e deixar ir o que já cumpriu seu papel. Essa filtragem me traz lucidez.
Levo comigo as histórias que escrevi, as trocas que vivi e as experiências que construí nesta empresa que tive a alegria (e desafio!) de criar do zero e liderar por seis anos. Sigo em frente com a certeza de que o fim de um ciclo é apenas o começo de outro, depois outro e mais outro.
A reinvenção não surge de rupturas bruscas, mas de um fluxo orgânico de reflexão, transformação e renovação. Estou em movimento, assim como os planetas, as células e os átomos. Sinto-me viva, e isso é sublime!
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Conteúdo publicado originalmente na edição 274 da Vida Simples.
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