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Quais vozes estão falando na sua cabeça?
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Eu já estava atrasada, um uber à minha espera e não encontrava a chave para sair de casa. Diante da minha agitação, aquele menino de cinco anos que saiu da minha barriga me diz: “Mãe, respira fundo. Você consegue. Com calma, tudo dá certo”.

Não sei se respirei fundo, mas não pude deixar de me surpreender com a sabedoria que aquela pouca idade carregava nas suas palavras. “É verdade, filho, você tem razão, meu amor.”, respondi, talvez um pouco mais calma diante do chacoalhão amoroso que ele me deu naquele dia.

E foi essa frase que me acompanhou no dia de hoje, depois de algumas coisas saírem completamente fora do previsto. “Respira fundo. Com calma, tudo dá certo”, nem sei quantas vezes repeti.

É óbvio que, quando estamos no olho do furacão de uma situação, nada do que a gente quer é calma. A gente quer é solução.

O curioso é que, quanto mais nos agitamos, nos estressamos e relutamos em aceitar que aquilo está acontecendo, mais turvas ficam as águas e menos o problema se resolve.

A duras penas a gente aprende que é aceitando, soltando e parando de se debater, que dá para boiar, nadar e voltar para a superfície.

Reconheça as próprias vozes

Diante de acontecimentos difíceis, comecei a reparar quais as frases que ecoavam na minha cabeça. Faça esse exercício também.

Será que elas são impetuosas, grosseiras, catastróficas (“Como você é burra”, “Que incompetente”, “Isso vai dar muito errado”)….

Ou são gentis, apaziguadoras e compassivas (“Você está dando o seu melhor”, “Seja gentil com você”, “Imprevistos acontecem, não há porque se culpar”) ?

O curioso é que não falaríamos assim com um filho, um pai ou amigo querido se ele estivesse em uma mesma situação. Então por que falamos assim com a gente?

Mudar a nossa “rádio interna” e sintonizar em uma estação mais gentil e compassiva pode dar um trabalhão, honestamente. Mas é algo que vale tentar.

Em dias como hoje, em que tudo parecia dar errado e eu me achava uma grande incompetente, parei de me debater. Comecei a lembrar da voz amorosa do meu garotinho me dizendo pra respirar. Lembrei de como minha melhor amiga me acolheria neste momento. E o mar ficou menos revolto. Estou em terra firme agora.

Nesta semana, observe as vozes que falam na sua cabeça. Se precisar de ajuda para substituí-las, lembra daquela que disse meu pequeno Ben. “Você consegue. Com calma, tudo dá certo”.

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Conteúdo publicado originalmente na newsletter da Vida Simples. Cadastre-se para receber semanalmente em seu email a newsletter Simplesmente Vida, com cartas exclusivas de Débora Zanelato, Diretora de Conteúdo da Vida Simples.

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