Por que você precisa desacelerar?

O trabalho, a educação, o desenvolvimento, o progresso, a economia, dentre outros fatores, todos eles são grandes motores de aceleração hoje em dia. E o que dizer ainda do mundo das multitelas e da tecnologia com seus smartphones, tablets, computadores, celulares, TVs… 

Vivemos em meio a uma verdadeira engrenagem de aceleração. Eu mesmo sou muito acelerado, estou sempre em movimento, fazendo atividades, viajando, dando cursos, palestras, administrando o Vida Veda… é exatamente por isso que eu acho muito importante falar sobre porque e como desacelerar.

No artigo de hoje gostaria de compartilhar algumas ideias e reflexões que tive com Michele Prazeres. Jornalista e pesquisadora, ela é uma das pessoas responsáveis pelo fortalecimento do movimento slow em São Paulo, que envolve iniciativas como a Escola do Tempo, o Dia Sem Pressa e o Desacelera São Paulo. 

Desacelerar não é preguiça

Para começar, vamos entender o que é o movimento slow. O movimento slow não tem a ver com ser devagar, tem a ver com recobrar os sentidos e a presença. Se você vive muito acelerada, a primeira pergunta que deveria se fazer é: nesse momento que estou vivendo, ter pressa faz sentido? 

Algumas vezes a pressa e o corre-corre podem ser necessários de algum jeito, eles podem salvar vidas. Mas muitas vezes a urgência é posta como algo natural quando na verdade não é. É aí que entra a presença, isto é, a capacidade de se perceber e sair do automático.

Você não precisa esperar acontecer um problema de saúde para só aí buscar desacelerar. Se sente que precisa ir mais devagar, respeite isso. Sei que pode ser difícil num primeiro momento, até porque as cobranças existem e muitas vezes ir devagar é confundido com ser preguiçoso. 

Aliás, parece mesmo que o mundo de hoje é feito pra gente correr. Desde a escolha da escola da criança, que é feita pensando em aumentar as chances dela entrar numa boa universidade daí a 15 anos, até o mundo do consumo, pensado pra termos sempre o melhor, mais eficiente e mais atual produto, tudo é permeado pela velocidade.

Mais bens ou mais saúde?

O estado acelerado é muito sedutor porque normalmente ele entrega muita coisa, gera consumo, status, importância, relevância, reputação, etc. Por isso, às vezes há muita resistência em desacelerar.

Isso é muito nítido, por exemplo, no mundo do trabalho, que aliás é responsável pela apropriação da maior parte do nosso tempo e é um dos principais motores de aceleração das pessoas.

Se o ritmo acelerado te trás paz, então ok. Mas o que vemos hoje em dia é que a maioria das pessoas reclama que está cansada, doente, estressada, ansiosa… E pra quê? Muitas vezes para manter um alto padrão de consumo.

Mas será que você realmente precisa de tudo que o trabalho frenético te proporciona? Será que trabalhar menos, pra ganhar o suficiente para ter uma vida mais simples não seria mais interessante? 

Pausar, refletir, pensar, contemplar, trabalhar sua relação com a natureza e entender-se como parte dessa natureza. Perceba se você faz e vive as coisas com presença ao invés de fazer tudo no automático. Isso é essencial para uma vida saudável. 

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Como desacelerar

O processo de desacelerar não pode ser mais uma atividade na agenda já corrida do dia-dia, como meditar, ou fazer aula de Pilates, Yoga, etc., porque senão esse processo perde o sentido. 

O desacelerar não pode ser mais uma pressão, tem que ser uma escolha, tem que vir de dentro. Uma boa dica pra desacelerar de maneira mais natural é o que a Michele Prazeres chama de monotarefa, ou seja, fazer uma coisa de cada vez, de maneira plena, presente. E ao sair de uma atividade pause um pouco, dê uma respirada, antes de começar outra. 

Por fim, procure passar mais tempo off-line, observe a natureza e o seu ritmo, aprenda com ele. Tudo isso ajuda muito a ficarmos menos acelerados e mais presentes.

Espero que essas dicas tenham ajudado você. 

Um grande abraço e lembre-se sempre: SAÚDE É LIBERDADE!

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