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Observe as lições que podemos aprender nos encontros da vida
Diego PH/Unsplash
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Outro dia li uma frase que dizia: “Os en­contros são dádivas da vida”. Passei a refle­tir a respeito dela e a prestar mais atenção nos encontros da vida.

Concluí que, onde queremos chegar depende, não exclusiva­mente, mas bastante, do nosso esforço, re­siliência, abdicação e das coisas que estão no nosso controle.

Tudo isso, é claro, sem desconsiderar o contexto em que cada um está inserido. Entretanto, depende muito também de quem encontramos na jornada. E isso não controlamos.

Um desses encontros da vida que me trouxe lições

Em 2011, após ser campeão mundial Sub20 pela Seleção Brasileira, fui convo­cado para a seleção principal. Meu maior sonho sendo concretizado ainda tão novo.

Tinha só 20 anos de idade. Ao voltar para Santos, onde atuava naquele momento, tí­nhamos uma disputa contra o Avaí. Vence­mos a partida, mas tomei um cartão ama­relo por reclamação e ficaria suspenso do próximo jogo.

Vi ali uma oportunidade de ir a Bicas, visitar meus amigos e familiares. É aí que entra a dádiva e a percepção de que até algo que parece ruim carrega sem­pre um aprendizado e um mentor.

Fui falar com o Muricy Ramalho, que era nosso treinador, pedir liberação no fim da semana para viajar. Ele pediu que eu espe­rasse e chamou nosso coordenador para fazer parte da conversa como uma espécie de testemunha.

Então me disse: “Eu vou te liberar porque te conheço e sei do seu caráter e profissionalismo. Mas quero dizer que você não jogou nada! Brigou o tem­po todo com o árbitro, discutiu com todo mundo, parecia que já levava cem jogos com a Seleção Brasileira. Atenção, garoto!”.

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Uma lição preciosa me veio através de um puxão de orelha

Foi um belo puxão de orelha. Dos mais importantes na minha trajetória. Desde então, nunca mais deixei de prestar aten­ção em como me comportava, principal­mente nos momentos em que me exaltava.

Porque é nessa hora que você tem de cui­dar para não cair na armadilha de pensar ser maior que algo ou alguém. Quando isso acontecer, sinto dizer, a queda já começou.

Existem várias formas de você encarar uma situação adversa. Algumas pessoas veem uma chamada de atenção, ainda mais com plateia, como um desastre. Outros es­colhem ouvir, aprender e evoluir.

Assim escolhi agir, aproveitando esse presente da vida que foi cruzar o caminho do Muricy. Esse grande professor colocou meus pés no chão e influenciou minha conduta den­tro e fora do campo.

Agradeço à vida por mais esse encontro. Por mais essa dádiva.

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 262 da Vida Simples

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