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Deixar de reproduzir pré-julgamentos sobre estereótipos é nossa missão
Charlesdeluvio/Unsplash
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Neste artigo:

Certo dia, visitava o castelo da Venaria Reale, em Torino, minha casa na Itália, com meus grandes amigos e sócios da VOZ Futura, Pedro Pirim e Felipe Cantieri.

Foi quando de repente alguns funcionários que trabalhavam em uma manutenção por ali, logo depois de me pedirem fotos, fizeram uma pergunta interessante, que me pegou desprevenido: “Quer dizer que jogador de futebol também visita museu?”. Dei um sorriso um pouco constrangido e segui.

Também, em uma das minhas milha­res de viagens pelo mundo com meu clube, estava em uma roda com alguns membros da tripulação e outros atletas conversan­do para passar o tempo da longa viagem.

Como éramos cada um de um país diferen­te (a tripulação era portuguesa), falávamos em inglês, língua na qual supostamente to­dos se entendiam. Até que, em certo mo­mento, um dos tripulantes me disse: “Você fala muito bem inglês, Danilo!”.

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Eu respondi que era por causa da minha experiência em Manchester, onde vivi dois anos, e também porque, antes disso, quan­do ainda morava em Portugal, já estudava o idioma por minha conta. Porém, ele se­guiu dizendo: “Mas isso não é normal. Seus colegas de profissão nunca aprendem!”.

Lembro que isso me incomodou muito. Talvez em um passado recente, nós, atletas brasileiros na Europa, não nos preocupás­semos muito com esses detalhes, mesmo entendendo que falar a língua do país onde você trabalha não é um detalhe.

Estereótipos caducam

Entretan­to, nos dias de hoje, tenho certeza de que a maioria de nós é referência em nossos clu­bes por profissionalismo, liderança, ima­gem, e isso inclui falar bem vários idiomas. Carregamos esse estereótipo, o que, para mim, caducou.

Por isso, procuro influen­ciar as novas gerações de pessoas, não ex­clusivamente de atletas, a buscarem uma vida menos superficial e mais voltada para um propósito que faça sentido para si, e não para acompanhar uma onda já criada.

Ser mais reflexivo, agir menos por im­pulso e incentivar também os meus com­panheiros de profissão a se atentarem ao poder da representatividade estão entre meus principais objetivos nessa caminha­da de desconstrução.

Não é fácil se desligar dos pré-julga­mentos fabricados e enraizados. Contudo, somos livres para trilhar o caminho que quisermos. Ser um atleta de futebol, jorna­lista, gari, médico, motorista, doméstica… Qualquer coisa. E, sim, visitar um museu!

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 261 da Vida Simples

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